quinta-feira, 30 de abril de 2015

Quantos?

No role pela city,
vejo quantos da Vinci
Que ficaram no caminho pela repressão ao grafiti.
Quantos mujicas mundo a fora
não foram desprezados e hoje pedem esmola?
E os mandelas,
morrendo em suas celas
por se armarem perante a miséria?
Quantos Obamas no gueto
levaram bala no peito
por PM movido a preconceito?
Quantos dalai lama
abandonados em asilos por aqueles que dizem que o ama?
Quantos Einstein de camisa de força vestida a força,
por questionarem a relatividade da vida?
Quantos Sebastião salgado
De olhos fechados pelo enquadramento
sem perspectiva de reconhecimento
da realidade que castiga?
Quantos chefs queimaram seu futuro
por não ter como comer um pedaço de pão duro?
Quantos Pelé ralaram o pé
ao ver que ter talento não é garantia pra ser quem se quer?
Quantos Joaquim Barbosa só conseguiram conhecer leis
após pararem no xadrez?
Quantas vozes se calaram,
quantos instrumentos silenciaram,
se o rádio só toca o que pré determinaram?
Quantos milton Gonçalves
só puderam atuar fazendo graça, imitando o piripaque do chaves na praça?
Quantos poetas deixaram de rimar
ao perceber que tem coisas que nem a poesia pode salvar?
Quantas vidas, destinos, talentos e dons serão abandonados,
pela necessidade que fala mais alto pelo descaso?
Quantas realidades,
fabricadas pela falta de oportunidade, causa e efeito,
dentro de casa, na cadeia, ta todo mundo preso.
Quantos futuros serão tirados
Pelos dólares desviados?
Quantas crianças virarão marginais
e quantos adultos chegarão a intelectuais?
Quanto a ordem atrapalha o progresso enquanto a briga é de siglas nas ruas e no congresso?
Quantos políticos deixarão de governar para que todos um dia possa a tudo isso questionar?
Quanto esperar?

Extinção

O ser humano caminhando pra sua própria extinção, 
abrindo mão de armas que lhe garantiram evolução, 
ignorando a esmo sinais do corpo, do tempo, 
abrindo mão de si mesmo 
e ninguém esta isento.

Introspecção terceirizada 
se a produção é prejudicada, 
e logo o diagnostico é lógico 
o veredicto, dito pelo não dito, 
sintomas genéricos, 
medicamento prescrito pelo fast-medico, 
o traficante de jaleco.

E lá se vai mais um, 
pronto pra evoluir 
transformado em zumbi, 
se adequando ao padrão: 
dormir, trabalhar e consumir. 
Viver é de menos, não há tempo pra existir.

E assim caminha a humanidade...
matando seus gênios vivendo na mediocridade, 
onde uma mentira é contada até virar verdade 
e o homem, de raça superior ao exercito de covardes.

Síntese - Pais e Filhos (Vídeo Oficial)

Novos Tempos

O mundo sem fronteiras, 
cada vez mais social, 
mundial, multicultural 
e consequentemente, parodoxal.
Não existe multicultural, 
esse é o mal.

Não se pode abrir mao de parte de sua cultura 

para ser aceita em outra que não é sua. 
Nao se trata de adaptacao 
e sim de padronizacao 
que é enlatado, embutido desde cedo, 
na base do preconceito, 
afastando as crianças daquilo que hoje não é aceito 
e assim nasce o esboço de um boçal, 
inibindo o aprendizado natural, 
transformando personalidades 
em simples comodidades.

Omitem que ancestrais eram cabeludos, ansiosos, 

barbudos, curiosos, 
racionais e corajosos. 
A humanidade se perdeu, é fato, 
sem espaço pra tentativa e erro, 
é só medo, homem-rato.

Hoje a roda não seria inventada, 

sairia rolando e daria preguiça 
correr atrás pra ser alcançada. 

Se a maçã caisse na cabeça, 

só enchaqueca
Gritaria 'ataca a mae' 
mas vaca não voa, 
e maçã não tem asa, 
fica de boa
e vai pra casa.

A ansiedade de voar de Dumont, 

seria controlada pelo rivotril 
que acharia lindo bater asas sem sair do chão.

Seculos se passaram e os gênios 

estão mais escassos que oxigenio 
culpa da modernidade e do conforto
do homem que já nasce morto

Genialidade é inventar APP-enas escorias 

com potenciais autodestrutivos, 
inclusive para seus próprios filhos
que acham chato estudarem história.

Nos dias de hoje 

quem sobrevive não é o mais forte 
e sim o mais podre.
A selva mudou, a sociedade é outra, 
ontem a briga era pela sobrevivência, 
hoje é pra não se dar um tiro na boca.

quarta-feira, 29 de abril de 2015

Dia a dia de um marginal

Ônibus e metrô lotado na rua,
você não aguenta mais, 
mas fazer o que se a sentença é 
mas a culpa não é sua?
Tanto faz nublado, ensolarado,
não se vê mais a janela com o busão lotado
todos indo em troca de um trocado
e ainda é esculachado, com o atraso descontado
O ar é condicionado pra quem tem condição,
quem não tem respira o ar exalado do pulmão da multidão.
Calor humano que aquece o ódio e a intolerância,
tira a mao dai, 
empurra daqui, 
uma senhora caiu ali, 
"hey, cuidado com a criança aqui!"
Cuspido do trem, deu sorte é onde queria ir.

Pelas ruas só descaso

do gueto ao centro, 
é só lamento. 
Paredes rabiscadas, 
lixo espalhado, 
pessoas apressadas, 
olhares desconfiados.
Gritos de oferta, gritos de alerta. 
esgoto, bueiro, boca de lobo, poluição.
é pó, é pedra, é criança com saco de cola na mão
zumbi, engravatado, 
travesti, fardado.
Boteco, cachaça,
bebida barata, no gueto é o truque,
na madalena a cerveja é cara no food truck
Centenas de bancos na esquina, 
milhares de mendigos na surdina,
onde o fedor do dinheiro se une ao aroma da urina,
e a culpa minha porque fiz caridade, 
enquanto em Brasília, 
enganam com o bolsa família como sinal de boa vontade.

Professora com medo de aluno, 

escola formadora de gatuno, 
o ABC ensinado é com tinta no muro 
e a unidade de medida é com a farinha na balancinha.
A concordancia verbal é letal,
nao concordou, tchau.
A divisão é do baseado que passa de mao em mão,
a soma dos elementos visa a multiplicação da marginalização
que aprende a subtração
sentando o dedo
em quem aprendeu bem o apego
da matéria desde cedo
E na pratica
aprende-se biologia, matemática,
física e gramática,
com seus dialetos, 
errados e certos, 
reflexo do que se está por perto.

Segmentaram a saúde, ama, ame, UPA..

mas nem pra td o amor é a cura.
Despreparo, displicência,
ninguem escolhe a doença.
Da atendente falta empatia
quando fala que não há vaga,
porque há garantia
se quem precisa é sua tia.
Médico cubano, brasileiro, americano, 
não importa se o juramento estão honrando,
SUS ou convenio, não muda nada,
a saúde publica não pode ser negociada
Só processo, burocracia pra travar o procedimento
e sobrar mais tempo pra debaterem o assunto do momento
"Fulano tava em impedimento"
E geralmente é só nessa hora
que se bate o arrependimento
em que se vota,

Desarmonia, hipocrisia travestida de família,

cada um em seu lugar prontos para o jantar,
conversem logo, o jornal já vai começar
e de bucho cheio, mente programada, podem se levantar.
Pai pro quarto, mãe pra cozinha,
filho pra sala e enfim familia unida, 
todos juntos sob mesmo teto em cômodos diferentes
onde o dialogo é abortado com o jornal diariamente.
Mas quando a sequela bate,
logo se forma o debate,
sem saberem que ja era, ja chegaram tarde.

Criação católica, temente a Deus

que sequestra o livre árbitro dos seus, 
fazendo da fé escolhida
arma pra atingir quem não crê na fé parecida.
Um dia por semana, no castelo, cristão, 
no resto pisa em cima do irmão, deitado no papelão.
Que papelão, por preguiça se apegam na interpretação
de antigos testamentos 
que fazem do fiel um detento.

Dois pesos, duas medidas,

preconceito em tudo que dita vidas, 
papel que a mídia explora porque sabe que a maioria acredita.
Alienação dos seus ouvidos
em forma de prestação de serviço. 
Abraça quem quer, quem se ilude, acha normal,
Quem vê diferente é deprimente e anormal.
Quem ta feliz, um viva pro Brasil e sua farsa
Quem não ta, assista a palhaçada
e não se esqueça do rivotril legalizado ali na farmácia