segunda-feira, 11 de julho de 2016

Nada muda

Desde quando poeta comecei a ser
Não vejo o país se desenvolver
São sempre os mesmos motivos pra escrever
País estagnado só você que não quer ver

É racismo, homofobia, corrupção
Sobrando pro povo só desilusão
Que gasta sua saúde na neo escravidão
80 horas semanais é bater ponto no caixão

Porque é difícil sobreviver a essa exploração
Recebendo como salario a depressão
A mercê de uma saúde publica sem condição
de tratar e curar o cidadão

Que sem educação de qualidade
Cai fácil na manipulação
Sendo usado e maltratado
Pelas maquinas do Estado

E eu me pergunto:
O que estamos fazendo de errado?
Se o tempo passa e continuamos parados

Acostumados
Acomodados
Amordaçados

Entra presidente, sai presidente
E nada de ir pra frente
Trocam-se as siglas, os partidos
E o resultado é um povo cada vez mais dividido

Parcelando sonhos, se afundando em dividas
Cuspindo pra cima no prato que comia

E o país a deriva
Enterrando suas vitimas
Nas valas da periferia

Que sofre com a sangria
Pagando com a vida
Sendo alvo da polícia

Servindo a burguesia
Que apóia a patifaria
De um Estado genocida

Mas há de se chegar o dia
Em que a maioria irá pra cima
De quem financia essa covardia

Aí vão implorar por paz
Quem antes com violência agia
Acuados atrás de muros e grades
Reféns do próprio ódio que cultiva

sexta-feira, 8 de julho de 2016

Moleque Problema

E ai madame, sou moleque problema
Daqueles que você não enfrenta
Vira a cara, finge que não vê
Até a minha fome um dia encontrar você

Aí um de nós vai ter que perder...

O sistema me criou, me recrutou
Tirou minha infância e me condenou
A ser mais um menor infrator

Meus pais? Nem sei mais...
O sistema também os levou

Fica fria, não esquente...
Senão, descarrego o pente
Dessa vida já sou descrente
Então, passa logo o relógio, a corrente...

O meu fim não poderia ser outro
Cresci pra acumular chumbo e não ouro
Pro cuzão sensacionalista foi pouco:
Bandido bom é bandido morto

Eu? Só queria amor e proteção
Com direito a saúde e a educação
Assim como rege a constituição

Quem sabe numa outra reencarnação
Quem sabe?
Eu volte pra ser herói e não vilão?

segunda-feira, 27 de junho de 2016

É só veneno

É fácil ver o que fazem com os nossos
É o sistema fortalecendo seus negócios

Desde cedo somos doutrinados
Manipulados e incentivados
A vivermos como escravos
De regras e leis que nos deixam acorrentados

Educação publica forma operários
a particular forma empresários

Nos matam aos poucos com produtos industrializados
Baratos e envenenados
Porque o saudável é mais caro
Não há coerência em comer bem
Onde o córrego não é canalizado

A maior oferta de vagas é braçal,
Pra sustentar a base da piramide social
O que sobra é pro administrativo
Pra te recrutar pro mundo corporativo
Onde todo mundo sonha fazer administração de empresa
Mas se perde nos litrão em noite de sexta-feira

É foda! Veja!

Tudo é pensado pra que você seja moldado
Padrão de beleza que agrada ao mercado
Coitado de quem não é enquadrado
No biotipo desejado:
Esbelto, claro e magro

Ser sucedido é ser um mano alienado
Preocupado com centavos

Pros seus filhos, sempre cansado
Para a esposa, muito ocupado

Se dedicando ao trabalho
Pra pagar prestação de carro...

Pára, tá tudo errado!

A felicidade mora pro outro lado
Na simplicidade de mais um soldado
de coração aberto
Pois o mundo necessita de mais afeto

Meu sonho é estar sempre por perto
Daqueles que correm pelo certo

Já o sistema é esperto
Faz parecer tudo tão complexo
Pra vender facilidades pra quem ainda tem crédito

Eu sigo meio cético
Não caio na armadilha
Disparo com poesia
Em quem rouba minha brisa

A igreja catequiza
Te ilude, hipnotiza

Rouba sua fé, seu livre arbítrio e seu dinheiro
Os fiéis sofrendo
E os pastor tudo de rabo cheio

Me aperreio...
fico cabreiro...
Tem pit stop da Skol pelo bairro inteiro

É só veneno!

E vocês fingem que não tão vendo
Apologia ao álcool do samba ao sertanejo
Machismo e cultura do estupro o tempo inteiro
E só quem leva a culpa é o funkeiro

Ah..eu tô de saco cheio!

País sem governo
Tanto faz também, só tem corrupto mesmo...
Enquanto eles se delatam
Meu povo segue no desespero

Periferia, SP, é desse jeito:
O emissário da morte passa por aqui primeiro

domingo, 12 de junho de 2016

De rolê

Com a certeza de que ninguém vai sair
E que ninguém mais vai chegar
Ele sai...
Vai procurar sua paz

Sob luzes amarelas
Vai desbravando a quebra
As ruas, as travessas
Aos vira-latas, observa:
Cada cão do seu jeito se preserva

As ruas vazias, o comércio fechado
Andando só sob postes apagados
A neblina cagueta os raios entre os galhos

A lua sorri lá do alto
Pena que são poucos que entendem o recado
Pra ele, cada passo é aprendizado

Ele olha pro céu:
Lá, as estrelas...
Aqui embaixo ele,
desejando tê-las

Por um momento se encheu de certezas
O mundo doente ainda preserva suas belezas

Dos dias de calor, das madrugadas frias
Dos fracassos da luta contra a melancolia

O vazio da noite o convida
A ser quem quer na vida
O silencio que lhe falta no dia
Faz com que se inspire e reflita

Calmo, ele caminha
O sereno é a sua companhia
É sozinho que se entra em sintonia:
Trampo, casa, rotina...

Deixa pra lá,
Ninguém vai roubar a sua brisa

Nessas horas, maluco pensa em varias fitas:
na filha, na esposa, na família...
Nos novos amigos, frutos da poesia
E quando um sorriso lhe escapa,
É que já ganhou o dia

No deserto das ruas o frio predomina
Na calada todos os ratos são cinzas
Mais uma noite que termina
Mais um dia de provação que se aproxima
Hora de voltar, preencher a cama vazia

A cada fuga, um alivio imediato
Da vida um retrato,
Um relato de quem sobrevive no ambiente errado
Mas por ora, volta relaxado

O portão antes barulhento fora lubrificado
Durante o dia, deixou tudo preparado
Ele chega no sapato
Sem ser notado

Amanhã já acordará cansado
Sufocado sem espaço

Apenas esperando escurecer
Por mais alguns minutos de prazer
Que só a solidão da noite pode oferecer

sexta-feira, 10 de junho de 2016

Ninguem quer chegar por ultimo

Quando penso no alivio de um momento
de um novo caminho...
De uma nova avenida que se cria
Penso também quantas dali foram tiradas as vidas
Empurrados da periferia para alem da periferia,
Pra margem da margem...
Com a passagem só de ida
Mobilidade às custas de moradia

Em troca de um alívio no trânsito
Pra mais longe os mandamos
E nas beiras vamos os isolando
O acesso dificultando
com o transporte que tá faltando

Descasos mundanos,
refugiados urbanos,
Aqueles humanos que nós abandonamos
São vitimas do avanço
das consequências que causamos

Quanto mais o centro expande
Maior a área de tensão
Periferia segue adiante
Com versos na contenção
Poesia que arrepia
mas também denuncia

Menor metendo o cano
Nas tia no ponto que estão esperando
O busão pra ir pro trampo
Sistema cão, cada um correndo por um Adianto
A violência nem causa mais espanto
A sociedade só se comove quando o cadáver é branco
Se for rico, é mó escândalo

Na pista: trânsito parado
Nos carros: seres isolados
No busão lotado
Quem ta sentado
Ta olhando pra baixo, conectado

Será que não percebe o Estado
Que a cada ônibus articulado
Com serviço no mínimo agradável
É menos uns 50 carros ocupando espaço?

É uma viagem, cada um na sua velocidade
Indo pra cada canto da cidade
Uns tão indo mais pro sul,
Outros vão meio que pro oeste.
Vários tão vindo da norte destino leste

As motos passam a milhão
Muitas vão até na contramão
Acho isso tão arriscado, irmão...

O que fazemos em troca de uns minutos?
Arriscamos perder toda uma vida por uma fração de segundo
É que ninguém quer ficar por último
E são os primeiros a chegar no túmulo
Vencer é manter-se vivo nesse mundo

quinta-feira, 2 de junho de 2016

Novos Caminhos

Mais um dia tipico de São Paulo:
Céu nublado, fechado
Mais um dia ranzinza da cidade cinza
Não dá mais pra saber se é melhor morrer só
ou em má companhia
Afinal, quem é santo hoje em dia?

As lagrimas dos anjos mortos escorrem pelo parabrisa
Mas também não é novidade
Pra um dia que eu já falei que tava cinza
Mas, dá nada...
É bom que o ar, limpa
É tanta poeira que se vê nessa vida
E agora, justo aos trinta
Talvez seja a minha última saída
Melhor tomar cuidado:
há animais na pista
De longe sinto a carniça

Do Angela partem vários itinerários
Eu só quero chegar naquele que fui encaminhado

Sinal verde, acelera
Sinal amarelo é cautela
Vermelho nem vai, é poucas idéia

O destino pode até ser um só:
Aquele que todo mundo já sabe
Mas cada um tem a hora certa pra chegar e nem sabe
Quando perceber, já era, já é tarde

Então...
Segue a via, segue o caminho
Até porque eu sei:
Não estou sozinho
Eu vou direto,
não quero cortar caminho

sábado, 28 de maio de 2016

Um novo mundo

É nessas horas
Em que o mal mostra a sua mais perversa cara e nos assola
É que me sinto como um anjo...

Não puro de bondade
Afinal, não sou nenhum santo
Mas com a missão de formar humanos de verdade

Não que nossos pais sejam culpados
É que eles tinham outras necessidades:
Livrar-se da fome, das dificuldades...
Buscar um conforto para nós
Que eles não tiveram na nossa idade

Só que nisso, os valores morais ficaram de lado
Empurrados pela barriga ideais ultrapassados
Machismo, preconceitos que por nós foram herdados
E taí o resultado:
Violências que a cada dia nos deixam mais chocados
Seres perversos caminhando ao nosso lado

É nessas horas em que a alma chora
Que a depressão bate e a vontade de viver vai embora...
Porque é foda viver com todo esse mal rondando lá fora

O apocalipse está acontecendo
A humanidade se perdendo
As pessoas sofrendo

O ódio e a maldade são os meteoros de nossa extinção
O mundo já acabou, já era...
Da culpa, todos nós temos uma parcela

Mas ao ver aos meus indignados
Jovens estudantes engajados
Mulheres de punhos cerrados
Pais jovens preocupados
Crianças crescendo com novas visões, novos aprendizados
Me sinto esperançado...

Vislumbro um novo mundo sendo criado
Com novos conceitos e novos formatos

A nossa geração está condenada
Mas não podemos assistir o fim e não fazer nada
É nosso dever como adultos
Preparar o futuro
Daqueles que salvarão o mundo

Filhos de LGBT, das feministas,
Dos estudantes secundaristas
De uma nova geração de artistas,
Dos ativistas...
Filhos das lutas, de uma nova classe política

Somos nós, pais,
O instrumento de criação de um novo mundo
Bem mais fácil de se conviver
Entre diferenças e sem luta pelo poder
A não ser pelo poder
De viver sem sofrer

E que 33 volte a lembrar só uma idade
E não a uma terrível crueldade

quarta-feira, 18 de maio de 2016

No contrafluxo

Não é normal e nem quero achar que é
Ver espécie da mesma raça
Ignorados,
jogados
espalhados
na praça da sé

Enquanto uns acham graça
É só desgraça
Fome e frio que passa
Você olha só de relance
e com receio vira o rosto e disfarça
No fundo cê num guenta que são farinhas da mesma massa

Então não é...
e nem quero que seja
Normal uns passarem fome
e outros torrando tudo em droga e cerveja

Veja!
Perceba!
Abra sua cabeça!
Veja alem e reconheça!

Olhe ao seu redor...
Você não vê toda essa indiferença?
Achar que é normal criança brincar com boneca sem cabeça?

Não é normal, eu não acho...
Ver pai de familia contando moedinha na fila do supermercado
E muita coisa vai ter que deixar, não vai levar
A mistura da janta vai faltar
Seus filhos vão chorar
A barriga vai roncar
Mas ate com a sacolinha o mercado vai lucrar

Aí não dá!
O povo degradado
sofrendo igual diabo
no busão lotado
recebendo um misero salário
pra só levar esculacho
De gambé forgado
E de patrão mal educado
Que chega atrasado mesmo de carro importado
Tá tudo errado!

E de tão errado passou a ser o certo
Aceitamos nossa degradação em troca de dinheiro e crédito
A pátria educadora sem cultura parece piada, mas é sério

De tanto contarem a mentira
De que desigualdade é normal
A empatia deixou de ser real
E o bem coletivo se transformou em status individual

Então como pode ser normal?
Me explica ai, na moral
O descaso com o seu igual?

Não, não, não, não...

Não me leve a mal
Não quero ser normal
Me chame do que você quiser:

Vagabundo, marginal
Diferente, doente mental

Enquanto eu tiver no contra-fluxo
Sei que ainda sou racional

E não só mais um animal
Que manipulado segue disseminando o mal

quinta-feira, 5 de maio de 2016

Janelas da Condução

Janelas da Condução
No deslocamento entre espaço e tempo
Uma viagem acontece por dentro
Deixando pra trás a realidade do momento

O concreto ganha vida e sai fugido
Levando embora o feio e o bonito

Grafites, pixos, cartazes...
Muros, arbustos, árvores...
Pessoas andando pra um lado sentido ao oposto, como são capazes?

Postes, ruas, calçadas...
O lixo, o luxo, as pessoas nas ruas jogadas...

As águas foram canalizadas
Viraram leitos de asfalto em ruas esburacadas...

Casas, lojas, prédios, fábricas
O mundo passa diante de janelas embaçadas, sujas e riscadas

Passageiro da vida num safari urbano
Telespectador do caos cotidiano
Cabeça a milhão com os neurônios fritando

Tentando seguir o plano de se manter em pé por mais alguns anos

Passa lotérica, mercado, banco...
No ponto são vários esperando

Pela janela, o mundo prá trás vai ficando diante de cada passageiro
Que num relance ligeiro
Se reconhece ali no meio

Parado,
inerte,
de saco cheio

Enquanto olhava pra fora
Não percebeu que ali estava o tempo inteiro
seu reflexo na janela como num espelho

Observando, se colocou como parte
E aprendeu que se nem tudo o que vê é arte
é porque oferece muito pouco, nem a metade do reflexo que gostaria de sentir e ver de verdade:

Uma linda paisagem
Sem poluição, sem maldade

E logo olhou para dentro do próprio ser
Vendo alem pode perceber que na verdade, o mundo não voltava

Parado estava era ele e o mundo que avançava
Era só uma questão de equilíbrio, percepção:

Pela janela do busão
Tudo parecia correr para trás
Mas agora ele sabia qual era a sua missão:

Oferecer mais se quiser ter troco
A vida agora passou a valer mais do que ouro
Suas ações refletem no ambiente do outro

Agora, aprendera a lição
nunca mais viajou em vão
Pelas janelas da condução...

segunda-feira, 18 de abril de 2016

Tapa na cara

Levamos mais um tapa na cara
dado por mãos covardes de traidores da pátria
De homens podres, de ternos e gravatas
Que de tanto pensarmos que não faziam nada
Pegaram nosso voto, a democracia e jogaram na privada
Para o mais cagado assistir dando risada
e puxar a corda da descarga

E foi assim, de forma escancarada
Na mais pura cara deslavada
Que deputados invadiram nossas casas
Vomitando um sim no tapete da sala
Dando desculpas esfarrapadas
Pra uma mente estragada e ultrapassada

Sequer entenderam a parada
Respondendo sim para tudo
Menos para a questão que ali foi colocada

Garantindo para suas famílias a mamata
De privilégios bancados pela corrupção que mata e maltrata
O povo que assiste a toda essa farsa
Sendo televisionada
Sem saber como é que vai ficar a quebrada
Caso a faixa presidencial seja saqueada

A única certeza é que a periferia ficará abandonada, largada
por uma quadrilha que não disfarça
É corrupta, sem escrúpulos e sem vergonha na cara

Amanhecemos derrotados na primeira batalha
Mas a luta não para, não acaba

Ao ver quem está do outro lado,
Uma certeza me acalma
É saber que estou do lado certo
E não junto com esses canalhas

Que isso sirva de aprendizado pra molecada
Saber a importância que o voto tem
Para que um dia não se sinta como um refém
Limitado a assistir a tudo parado
Afundando junto com o barco
Pilotado por políticos safados
Em seus seguidos mandatos

E agora que você já sabe como o jogo é jogado
Vai ficar ai calado?

Pegue suas armas e vamos pra guerra, soldado
Tomar de volta aquilo que nos foi tomado!

-daLua

#LiteraturaMarginal
#PeriferiasContraOGolpe
#NaoVaiTerGolpe
#VaiTerLuta

quarta-feira, 13 de abril de 2016

Buscando Palavras

No turbilhão de uma mente que ferve a milhão
Em meio a pensamentos que se vão
Se colidindo em meio a multidão
De quem trafega na contramão
As palavras escorrem entre os dedos da mão....

A dificuldade em formar frases
As vezes deixa a dúvida do que as dores são capazes...
Inspiram, conspiram, piram...
É tanta coisa que passa sem parar
Daqui pra lá, de lá pra cá
E num breve piscar do olhar
As palavras se perdem no ar...

Mas o poeta quando se sente perdido
Vai atrás delas para buscar um sentido
Para simplesmente estar ali, vivo...
Penso, insisto, resisto,
Para escrever, são vários os motivos:

Trabalho, policia, democracia, chacina
Ansiedade, depressão, medo, família
Golpe, educação, saúde, periferia...
Pedro, Antônio, João e Maria
Mas a mão se perde entre o que a mente dita
E sequer digita o que a alma regurgita

E sem fim fica mais uma poesia
Mais uma poesia infinita
De um poeta que em silencio...grita!

-daLua

#LiteraturaMarginal

terça-feira, 5 de abril de 2016

Ler...

Sempre evitei conhecer
Me contentava a só escrever
Achava chato demais
Tinha preguiça de correr atrás
Historinha pra eu dormir?

nunca contaram meus pais

O ensino publico nunca me motivou
Pelo contrário, só me distanciou

Sala de leitura fechada
Com falta de interesse se juntou
E assim um preguiçoso formou

Mas de uns tempos pra cá tudo mudou
A própria escrita
um novo caminho trilha

Me levou pro Beco
Me levou pra Cooperifa

E derrepente uma nova luz brilha
São vários livros que o poeta indica

Literatura Marginal que salva e tira
Da alienação que agente fica
Quando a tv liga

Ao ler uma poesia
Da até uma brisa

Um novo mundo agente cria

Se você ainda não lê, leia urgente
Faz bem pra alma, pra mente

Da força pra nadar contra a corrente

Relaxa...
Acalma...
Ensina!

Quem lê
tá a um degrau acima

Transformando a própria vida
Em contos, em rimas

Um habito que forma
e junta famílias

A criança viaja,
fantasia
O adulto pensa,
imagina

E assim um novo mundo se forma
Faça em você essa reforma
São vários estilos, varias obras:

Escolha o que mais cê gosta:
Romance, poesia, prosa...

Literatura é a cura
Pra falta de cultura
Que sequela e deixa a nação burra
Manipulada e na pindura

Desligue a tv, esqueça
Ler é resistência
Pense com a própria cabeça
Guie-se por sua inteligência

-daLua

#LiteraturaMarginal
#Ler
#VerAlem
#globogolpista

terça-feira, 29 de março de 2016

Mais Poesia, Menos Golpe

Agora já era meu camarada
A máscara caiu
E a guerra está declarada!

Poesia é o contragolpe
Que o sistema não esperava

Tem muita gente mal informada
Pregando ódio de maneira equivocada

Gente da gente em posição contrária
Reproduzindo as armadilhas televisionadas

Temos que fazer nossa parte nessa batalha
Usar a arte como arma
Municiando a quebrada

Formando linhas de frente
Dispostos a tudo ou a nada

Gritem os trabalhadores, os sofredores!

As diaristas, os vigilantes, os porteiros,
As babás, os serventes, os pedreiros
Os auxiliares, os operadores, os jardineiros
Os estudantes, motoristas, cobradores
Garis, ambulantes, professores
Os poetas, os escritores

Gritem o mais alto que pode:
#NÃOVAITERGOLPE!

Chega de apanharmos calados
Sabemos qual o nosso lado
Se vierem pro embate, estaremos preparados

O momento é de luta e não de braços cruzados
E sim de braços dados
Contra o golpe judiciário

Pela democracia não se acomode
A favor de nós, os pobres
Mais poesia, menos golpe

Seja no rap, no samba, no pagode

A periferia se levanta
Se articula e avança

Acendendo a chama da esperança
De um novo país disposto a mudança

-daLua

#LiteraturaMarginal
#PeriferiasContraOGolpe
#MaisPoesiaMenosGolpe

domingo, 27 de março de 2016

Céu Nublado

Em noite de um dia cinza
De uma vida sínica
Só os olhos da menina pinta
O único feixe de luz que brilha

Tinge o fosco olhar apagado
De quem vive monocromático, apático
Vendo a vida em piloto automático
A espera de algo mágico
Que o tire do buraco

Já experimentou alguns magos
Mas ainda se sente magoado

Tantos anos jogados
Vários remédios tomados
Cercado de querer bem por todos os lados

Mesmo assim o poeta não sorri
Escreve pra não chorar
E não se ver sumir por aí

A dor não lhe esquece e vem visitar
Cutucar pra lembrar
Que é nesta alma que veio morar

Então resta apenas pensar
Tirar palavras e ordenar

Um sentido procurar
Pra poder continuar
Ver até onde se pode chegar:

Aqui? Ali?
Em qualquer lugar...

Parado é que não quer ficar
Mas não encontra forças para se movimentar

E adormece...

Dormindo quem sabe esquece
Do chão que lhe desaparece
E apagado se torne leve
E que os sonhos o leve

O carregue pra outro plano
Onde o plano é a plenitude
E que enfim mude
Tenha animo e atitude

Pra reverter e viver
Não só sobreviver

Emanar positividade
Em cada frase

Passar de fase

Reviver os tempos da lage
E abaixo das estrelas do céu nublado
Encontrar em si algum significado

sexta-feira, 18 de março de 2016

Parcialidade

É essencial despir-se da parcialidade
E vestir o manto da coletividade

Identificar de onde se provém o mal
Nesse momento em que se precede o caos
Promovido por pressão de uma mídia parcial

De uma oposição que ataca para se defender
Expor os podres do outro lado para os seus esconder
E assim convencer você
De que assim que tem que ser:

Usar o ódio para vencer
Uma briga que é só pelo poder
E você compra essa briga para seus privilégios proteger
Porque hoje tem pobre onde não deveria ter

E entre manobras e trapaças
Amarras e mordaças
Tudo caminha para a desgraça

Manifestantes de ânimos acirrados
Pelo ódio motivados

No meio, uma maioria de amedrontados

Amigos brigados
Familiares separados
Trabalhadores desempregados
Alunos esfomeados
Idosos abandonados
Hospitais lotados

Todo mundo sofrendo e vocês escolhendo um só lado
Ficando de braços cruzados
Achando que é assim, divididos,
que vão mudar o quadro

Trocando o sujo pelo mal lavado

Na hora que o povo se orientar
Refletir e se encontrar
Saber bem qual o seu lugar
Aí sim poderá usar
Sua força para mudar

Inverter a piramide e derrubar
Os vampiros que só querem sugar
O sangue de um povo que ainda não aprendeu a junto lutar

-daLua

#LiteraturaMarginal

terça-feira, 8 de março de 2016

Corrupção Escolar

Não vou me cansar de falar
Enquanto nada melhorar

Do jeito que tá, não dá!

É difícil de imaginar
Até onde a corrupção pode chegar

Corrupção que não deveria estar em nenhum lugar
Mas chegou onde nunca deveria estar
Embora seja fácil de explicar:

Um povo mal educado é mais fácil de enganar

Por isso o esforço em piorar
As condições para se estudar

E eu na contramão não posso ignorar
Poesia é missão, não posso me calar!

É difícil saber por onde começar:
Reorganização, precarização, desvio da merenda escolar?
Corte de verbas das oficinas culturais?
Professores e alunos agredidos por policiais?

Falta vaga, falta respeito, falta vergonha...
A elite assiste a tudo isso toda risonha

A maioria burra não te afronta

E tudo isso só é sabido
porque é sentido pelo povo sofrido

Porque a tv não denuncia tal partido

Se não fosse o roncar do estomago vazio do menino
Tudo isso passava batido

Uma metade rouba enquanto acusa a outra de bandido

Jogo político:
Porcos trocam sorrisos cínicos
Enquanto o povo recebe só o lixo

O lixo da saúde, da segurança, do asfalto...
O lixo da educação, da moradia, do transporte caro...

O slogan do país de agora
virou motivo de  chacota
'Pátria educadora':
Mais uma fonte de renda pro estado calhorda

Que a Facção Estadual sabota
E a tv nada mostra
Só oferece bosta pra te tornar idiota

Nos distrai pela frente
para nos roubarem pelas costas

E a massa aceita a manobra:
Vai pra sacada bater panela
Enquanto falta escola na favela
Fingindo que não é da conta dela

Depois entra em choque quando o cano bate na janela
'Tuc, tuc, tuc',
Aí já era!
'Passa tudo senão furo suas costelas'

Quando a falta de investimento mais uma vida leva
É que a elite sente na pele a sequela

E percebe que da culpa ela também tem uma parcela
Por apoiar um governo que enche o bolso
Mas esvazia panelas...

-daLua

#LiteraturaMarginal

terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Tá Tranquilo? Tá Favorável?

Ta tranquilo? Ta favorável?
Se liga no moleque sem merenda ali no pátio
Políticos corruptos nos fazendo de otários
Roubando a sobrevivência de uma maioria miserável
Os jornais lhe impõe qual deve ser o seu lado
Passando um pano pra metade dos safados
Enquanto no comercial do fantástico
Rola a propaganda milionária da samarco
Pra natureza, mariana nem um centavo

Ta tranquilo? Ta favorável?
Hit do carnaval foi folião metralhado
Trá-trá-trá
Nos falante o cala a boca dos favelados
Lixo sonoro que sequela e mantém o rebolado
Mais sofrência menos consciência
Pra mente dos acomodados

Ta tranquilo? Ta favorável?
Eles na mansão e nóis no barraco
Correndo perigo na mão dos soldados
Sucumbindo em meio a ratos e mosquitos listrados

Jogados no descaso
Pelas margens ignorados
Fora dos padrões, rejeitados
Maltrapilhos abandonados
Representados por uma corja de engravatados

Ta tranquilo? Ta favorável?
Meu povo segue escravizado
Refém do consumo imediato
Que te mantem algemado
Dentro do capitalismo desenfreado
Achando que ta tranquilo, favorável
Sofrendo sem comida no prato
Pagando de pá com carro financiado
Passando fome de tênis importado

Ta tranquilo? Ta favorável?
Antes era pão e circo, agora é só circo montado
Sendo nóis os próprios palhaços
Rindo de nós mesmo, sofredores engraçados
O pão, a merenda, foi pro saco
Virou dinheiro sujo no bolso do estado

Ta tranquilo, favorável
Pra quem quer um povo alienado
Que só repete refrão fraco
Enquanto se afunda no buraco

Ta tranquilo? Ta favorável?
Olha o moleque sem merenda ali no pátio

-daLua

#LiteraturaMarginal

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Paraíso

Você já parou para pensar, né?
A vida num paraíso como é:
Casinha a beira do rio, agua limpa, fruta no pé...

Dormindo ao som da correnteza
Acordando com os sons da natureza
Acordado pra vida, repleto de certezas.

Mas na busca do querer sempre mais
Amaldiçoado serás!

Dinheiro, o fruto proibido!

Viverás à beira de um córrego fedido
À sombra de urubus famintos
Sem rosas só espinhos
Dos arames farpados
De um pedaço de concreto loteado
Acordando com tiros disparados
E dormindo sob efeito de remédios controlados

Onde se semeia no árido
Nem sempre brota o aprendizado

Do mais miserável ao mais notável homem
Sobreviventes em meio a fome
Não é questão de sorte

O início do processo de extinção
É irmão matando irmão
Em seguida a próxima etapa:
novas doenças e alimentação fraca

E enquanto agente se degrada
Verás que batido ninguém passa
Todos sofrem com os efeitos da causa

No gatilho: um toque
Os opostos entram em choque
Controle da população pobre
Através da violencia, moeda de troca
Dizimando a raça numa guerra onde não há tropas
Apenas uma maioria em malocas
No que um dia já foi o paraíso
Herdando somente o prejuízo
De quem transformou paraíso em inferno
Só para não ter pobre por perto:

'Fiquem com os rios, os morros, os vales...
Fiquem à vontade!
O plano é nosso, o centro da cidade
Recolham os lixos, construam seus lares'

E a maldição se concreta:
O paraíso já era,
Virou favela!
O córrego serpenteia o morro margeando as vielas
A natureza já não desperta...
O chiado do esgoto já faz parte dela

Periferia vai muito alem da geografia
Favela tranquila é coisa de novela
Falo por aqueles de vazias panelas
De onde choram os poetas...

Arma, caneta ou pedra?
Você tem essas opções, vê se não ramela:
Escrever a própria história
Ou engolir a do cidade alerta?

#LiteraturaMarginal

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Bola de Gude

Fazem com o que se escute
Somente o que denigre a juventude
Criminalizam a atitude
Desvirtuando a virtude
Torcendo pra que nada mude

Idiotização que ilude
E a real cada vez mais rude:
O ódio em plenitude

Perdido no meio dessa magnitude
Mascando o chiclete sem querer que ele grude
Na esperança de alguem que o ajude
Sofrendo por sua própria quietude

A omissão é faca de dois gumes
Nos falante e na tv é só estrume
Em apologia ao álcool e ao desrespeito se resume
E você vai seguindo o cardume
Tampando os sentidos pro chorume
E é isso que eles querem, que você se acostume
E um jeito arrume
Nessa crise moral em que ninguém se assume

De longe sente-se o perfume:
Sequelado é o que se presume
Mas a torcida é que pra frente, rume
O mundo que não passa de uma bola de gude

-daLua

#LiteraturaMarginal

quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Escrever é Missão

Lá fora o vento balança a arvore, luz amarela: noite caindo
E eu testando cada um dos meus sentidos
Paro, penso, reflito:
Por tudo que passei e ainda vivo fico
Sei porque ainda resisto
Minha família, o meu melhor registro
Parece sonho antigo
História pra filme gringo
Quando me vejo, me pego sorrindo
Olhando pra tv sem nem ta assistindo
Na energia da mente eu vou fluindo
Nadando contra a corrente nesse tsunami mental
Vou mergulhando enterrando aquilo que me faz mal
Em tempos de caos moral
Auto conhecimento espiritual é essencial
Senão cê num guenta:
Cotidiano imposto de forma violenta
Que nos atenta
Faz pensar estar perdido na tormenta
Experimenta!
Saia da caixa pequena
Ganhe o mundo quebrando suas algemas
Periferia é solo fértil, terra preta

Mente pensante pra eles é problema
Só nos oferecem como solução
Violência extrema
Ditando as regras da guerra que eles tem na mão
Manipulando peças, quem é herói e quem é vilão
Aniquilando e controlando quem não se livrou da escravidão
E nóis colabora compartilhando ódio ao invés de compaixão
Amor pelo cifrão
Indiferença pelo irmão
Cobiça, frustração
Mídia, ilusão

Somos tratados como otários
Que se rasteja por um salário
99% da população funcionário
Mas aquele 1% é milionário
Onde impera o descaso
Matam até a mãe se for necessário
Se seu dinheiro estiver ameaçado
Recursos naturais cada vez mais escassos
Em nome do lucro
Mãe natureza sofre abuso
E sobra pra todo mundo
Mas quem sofre
É a classe mais pobre
Que chora cada vez que chove
Já prevendo o barranco que cai e a água que sobe

Longe do centro, peças postas
Vivendo de sobras nas encostas
Onde o estado lhe vira as costas
Com o perigo a sua volta
Sendo feitos de idiotas
Pela mídia que te joga falsa cultura que te sufoca
Enchendo sua cabeça de bosta
Fazendo você se voltar contra seus iguais
Omitindo as falcatruas reais
E você pagando sempre mais
Cotação das bolsas pro patrão nos jornais
Mas o kg do tomate a 12 conto na feira é demais
Ai eu te pergunto:
Cadê as noticias do seu mundo?
Pra periferia o jornalista fica mudo
Noticia aqui é só sobre mais um defunto

Por isso não me iludo
Por onde passo observo tudo
Esgoto a céu aberto, rua de terra e mãe de luto
Cotação do dólar não me interessa
O que eu quero é um ensino acima da média
Por mais cultura periférica
Que cada um aprenda a lição:
Se rap é compromisso, escrever é missão!
Literatura marginal é a voz daqueles sem condição
Cultura, conscientização
Empoderamento, valorização
Arte que denuncia e alivia
Hoje a periferia grita em forma de poesia
Enquanto eles cantam a morte
Agente rima a vida

-daLua

#LiteraturaMarginal

quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

3,80 é violencia

Por centavos
voam estilhaços
de bombas atiradas por quem defende empresários
enquanto os pobres coitados
Pagam caro pelo transporte cada vez mais precário
Fazendo papel de palhaço
Apanhando pra caralho
Segurança publica é estelionato
O ódio é o objetivo
Segurança é só um ócio do ofício
Tá cada vez mais dificil
Sobreviver sob domínio
Apanhar por defender o mínimo
Na base da opressão ditam o ritmo
1 bomba a cada 7 segundos é inadmissível
Governo desprezível
Prefeito omisso
Basta manifestar-se pra correr o risco
Dinheiro público em bomba é desperdício
Fechar avenida pra evitar bloqueio é ridículo
Mas tem quem ache bonito
Não paga passagem mas paga o mesmo por litro de combustível
Invalida a luta por mero comodismo
Votar errado é uma forma de suicídio
Incentivado a cada comício
Abril mês da mentira, outubro do cinismo

3,80 é violência...

-daLua

#LiteraturaMarginal
#VerAlem
#3e80oPovoNaoAguenta

domingo, 10 de janeiro de 2016

Desigualdade

Fruto e bicho do capital
Até o tráfico é desigual,
Pros boy, os puro, natural, alta qualidade
Pra nóis o sangue, o fumo ruim e a maldade

Pra eles os 12 ano, charuto cubano
Enquanto brindam com vinho italiano
Aqui os tio morre com corote e cigarro contrabando

Pra eles o estudo, a cura, a pesquisa...
Pra nóis a doença, morte, estatística
Mais um paciente do SUS que entra na fila

Pros boy: as marca importada
Pra nóis: ostentar com roupa pirata
Kopenhagen e sonho de valsa....

Pra eles o medo
Pra nóis, o preconceito...
Eles tudo querem, tudo pode...
Pobre, só fica com o resto e só se fode...
4g, fibra ótica
Pacote de dados, tv analógica

Os futuros médicos deles
Estudam a vida em nóis
E quando acertam são nossos heróis.
Quando erram, a morte é o algoz

E como no sentido da sequência:
Direita pra esquerda
O volume minimo e o máximo
Nos colocar por baixo já é automático

Os boy no ar condicionado
Os pobre respira poluente do ar parado
Abafado no ônibus caro e lotado
Pra eles a segurança, pra nóis o esculacho
Pra eles os milhões,
Pra nóis os centavos
No bairro deles tudo é perto
No nosso é longe pra caralho
É a distância entre o patrão e o proletário

Pra eles as flores,
Pra nóis os jardins:
Jardim Miriam
Jardim Aracati

Centro, boemia
Periferia, chacina
Lá, mansões de todas as tintas
Aqui, barraco laranja e cinza
Nóis é ladrão, eles?
Tem cleptomania

Pros boy, o amor, poema
Nóis é dor, poesia
Dizer que somos iguais: hipocrisia

-daLua

#LiteraturaMarginal
#VerAlem
#Desigualdade

quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

Visão Alem

Visão alem de longo alcance
Sempre de olho no lance
Querem me limitar, quero que se dane
Distúrbio mental, não há nada que me programe
Então não se engane
Não mexa com minha gangue
Literatura marginal que chega causando pane
É tanto sentimento que causa até derrame
Ore, reze, clame!
Deixa com nóis que nosso corre é o reclame
Os verme dos palanque
Pra tumultuar chegam em enxame
Depois que se elegem é só vexame
Pouco conteúdo pra muito vasilhame
Seja diferente, ame!
Se for pra odiar, nem me chame
Chega de mimimi, de briguinha infame
Com seu dinheiro, faço origame
Em choque fica as madame
Não compreendem e me olham de relance
Mas não se engane
Com todo mundo perdendo um pouco, não há quem ganhe
Poesia foi pra mim minha segunda chance
Minha filha, meu amor, o mais lindo romance
Coração espanca forte esperando que eu declame
Ver além todo instante
Não importa quem reclame
A vida é jogo, quem não joga que dance
Conforme a música que bate nos falante
Ideia abundante
Recado dado de uma mente que não chega a ser brilhante
Mas que pensa bastante
Transformando em rimas impactantes
A angustia de um ser pensante
Contra a alienação dominante
Marginalidade poética viciante
Quem quiser chegar, só colar, vamo adiante!

#LiteraturaMarginal
#VerAlem

domingo, 3 de janeiro de 2016

2016

2016

As ruas desertas
Os comércios fechados
Rojão pipocando lá no alto
Anuncia que mais um ano é finado
Já era, quem fez cumpriu
Quem mentiu na promessa não progrediu
Outra véspera
Outras idéias
Novas e velhas promessas
Mesmas conversas
Vai de branco, amarelo, não interessa
Tem quem corre com pressa
Outros desconversa
Chegar em 17 vivo é a meta
Seguir a seta
Ir adiante
Buscar o sorriso mais irradiante
Pra tornar esse pedaço de mundão mais brilhante
Pera um instante!
Ano de livro na mente e não na estante
Sem contar a luta que é muito importante
Céu azul cinzento, concreto impenetrante
Fogo no busão, na catraca
Libera o hidrante
A policia sempre vai mais adiante
Não perdoa nem estudante
Mas baba ovo de qualquer governante
Revoltante!
Salário minimo subiu
Mas com passagem a 3,80
Não sobra nem pro refrigerante
Impressionante
População ignorante
Manipulada deixa de ser pensante
Pra ser tolerante com os farsante
O calendário virou
Da fartura só ossos sobrou
E o problema continuou
Pra pobre é sem idéia
Não tira férias
Choveu forte, alagou
Todos os móveis boiou
Aí moiô!
Mais um ano começou
Eleição em outubro,
Explica a obra que recomeçou
Mas não explica porque que atrasou
2016 depois de Cristo
Lembre pelo que você brindou
Lute pela vitória que ainda não conquistou

-daLua

#LiteraturaMarginal
#AnoNovo