Desde quando poeta comecei a ser
Não vejo o país se desenvolver
São sempre os mesmos motivos pra escrever
País estagnado só você que não quer ver
É racismo, homofobia, corrupção
Sobrando pro povo só desilusão
Que gasta sua saúde na neo escravidão
80 horas semanais é bater ponto no caixão
Porque é difícil sobreviver a essa exploração
Recebendo como salario a depressão
A mercê de uma saúde publica sem condição
de tratar e curar o cidadão
Que sem educação de qualidade
Cai fácil na manipulação
Sendo usado e maltratado
Pelas maquinas do Estado
E eu me pergunto:
O que estamos fazendo de errado?
Se o tempo passa e continuamos parados
Acostumados
Acomodados
Amordaçados
Entra presidente, sai presidente
E nada de ir pra frente
Trocam-se as siglas, os partidos
E o resultado é um povo cada vez mais dividido
Parcelando sonhos, se afundando em dividas
Cuspindo pra cima no prato que comia
E o país a deriva
Enterrando suas vitimas
Nas valas da periferia
Que sofre com a sangria
Pagando com a vida
Sendo alvo da polícia
Servindo a burguesia
Que apóia a patifaria
De um Estado genocida
Mas há de se chegar o dia
Em que a maioria irá pra cima
De quem financia essa covardia
Aí vão implorar por paz
Quem antes com violência agia
Acuados atrás de muros e grades
Reféns do próprio ódio que cultiva
segunda-feira, 11 de julho de 2016
sexta-feira, 8 de julho de 2016
Moleque Problema
E ai madame, sou moleque problema
Daqueles que você não enfrenta
Vira a cara, finge que não vê
Até a minha fome um dia encontrar você
Aí um de nós vai ter que perder...
O sistema me criou, me recrutou
Tirou minha infância e me condenou
A ser mais um menor infrator
Meus pais? Nem sei mais...
O sistema também os levou
Fica fria, não esquente...
Senão, descarrego o pente
Dessa vida já sou descrente
Então, passa logo o relógio, a corrente...
O meu fim não poderia ser outro
Cresci pra acumular chumbo e não ouro
Pro cuzão sensacionalista foi pouco:
Bandido bom é bandido morto
Eu? Só queria amor e proteção
Com direito a saúde e a educação
Assim como rege a constituição
Quem sabe numa outra reencarnação
Quem sabe?
Eu volte pra ser herói e não vilão?
Daqueles que você não enfrenta
Vira a cara, finge que não vê
Até a minha fome um dia encontrar você
Aí um de nós vai ter que perder...
O sistema me criou, me recrutou
Tirou minha infância e me condenou
A ser mais um menor infrator
Meus pais? Nem sei mais...
O sistema também os levou
Fica fria, não esquente...
Senão, descarrego o pente
Dessa vida já sou descrente
Então, passa logo o relógio, a corrente...
O meu fim não poderia ser outro
Cresci pra acumular chumbo e não ouro
Pro cuzão sensacionalista foi pouco:
Bandido bom é bandido morto
Eu? Só queria amor e proteção
Com direito a saúde e a educação
Assim como rege a constituição
Quem sabe numa outra reencarnação
Quem sabe?
Eu volte pra ser herói e não vilão?
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