terça-feira, 30 de junho de 2015

Raízes

Preconceito que de pré não tem nada
Conceito formado no pós da minoria abastada
Que abastece suas crias com idéias mal formadas
Com histórias mal contadas
Sobre a maioria que foi escravizada
E até hoje é discriminada

Só que a minoria não é insignificante
Já que durante muito tempo são determinantes
No futuro dos estudantes
O que estudar, o que ler, a quem seguir
E padronizaram o ensino por aqui,
fazendo todo mundo ter a mesma visão,
da história que uns viveram
e outros não,
só podia dar confusão.

Esconder a verdadeira história
é explicitar a vergonha
Do passado que não se conta
Resistir e manter suas raízes
É enfrentar com resistência e honra
Em respeito a suas matrizes

Orgulho branco é o caralho
Num mundo miscigenado
de países colonizados
uma maioria que se define pardo
pra chamar o preto de macaco
como se isso o livrasse do passado
À sua perfeita semelhança foi criado
ou descendido do macaco, não importa mais
independente da crença, somos iguais
Seres nem sempre humanos
e nem sempre racionais

Raízes africanas, sangue preto
Homem é Homem, não tem jeito
Orgulho que lhe faz ver um índio e sentir medo
querer interferir e tirar sua cultura
pra introduzir a industria
quem há milênios convivem em paz
sem contato com o sistema filho da puta

Mas um dia há de se aprender com a natureza
Fortificando suas raízes,
respeitando as diferenças
Só assim se cresce com beleza
Base e fortaleza
Extraindo sabedoria como nutriente
De um terreno fértil
Com tanta cultura diferente
de um país que tem tudo pra ir pra frente
com tantas influências
mas que com tanta sabedoria
de tantas etnias
se orgulha do sangue derramado
de quem foi escravizado, evangelizado
chicotado e até hoje humilhado
fazendo dessa resistência um lema
explorando a imagem da bunda da "morena"
da índia a beleza
e em troca oferece a pobreza

Resistência aos donos do Brasil
elite branca e ralé preta?
Vá pra puta que o pariu
Passou da hora de mudar esse quadro
Tem coisa melhor que
o arroz branco e o feijão preto no prato
melhor ainda com mandioca indígena frita
Então se liga,
Preconceito hoje ainda me irrita
mesmo não sofrer com essa fita
mas por saber que muita gente ainda o pratica
e que alguns ainda intimida
nessa terra de misturas tão ricas e lindas
honremos nossas raízes
sangue puro, sangue bom,
não tem no Morumbi, nem em Perdizes
Cada brasileiro ainda carrega suas cicatrizes
das chibatadas e abusos que sofreram nossas matrizes.


Viagem

Lá vem, a culpa por pensar demais
E tem, bastante coisa pra tentar
E nem, jamais vou chegar
Também, em algum lugar
Porém, o problema é que há
Alguém, que nesse momento ta sem lar
E o que que tem? Ainda há ar pra eu respirar
Fazer o que? Cabe a mim mudar?
E você? Ta satisfeito como tá?
Ou nem? Então se joga e vamos buscar
Amém, é muito fácil falar
A quem, devemos escutar?
Além, é que devemos enxergar
Refém, de nossa própria carne já não dá

Abaixem, o ódio
Passem, a amar o próximo
Relaxem, no fim só sobram os ossos
Vivem, daqui nada se leva
Morrem, aqueles que só despreza
Nascem, quem faz a descoberta
Internem, os sensíveis dessa terra
Mentem, quem só te fez oferta
Sofrem, quem vê e nada enxerga
Caem, quem só faz merda
Comem, os ricos
Fome, passam os esquecidos
Dormem, quem acredita no humano
Morem, nesse louco cotidiano
Chorem, com o fracasso do plano
Cantem, quem ainda tem voz
Encantem, a lua ainda não esqueceu de nós
Amem, você não esta só
Rimem, o que a alma murmura
Lutem, pela sua cultura
Escutem, a si como trovão
Andem, mesmo que seja na contramão
Busquem, que encontrarão
Calem, nem todos merecem ouvir
Confiem, em quem se pode dividir
Pensem, desligue o automático
Lêem, mesmo que seja chato
Saúdem, mesmo na derrota
Chorem, na emoção da vitória
Ignorem, não vai pela hora
Orem, tudo tem seu tempo
Tomem, coragem pra reação
Criem, caminho pra redenção
Salvem, o futuro da nação
Pensem, somos todos irmãos
Liguem, pra quem dorme no chão
Lembrem, sua hora virá
Estudem, a vida é um provão
Entrem, no intimo de seu coração
Comentem, se tiver o que falar
Indiquem, se achar que mereço
Comprem, idéias e não apetrechos
Cansem, porque muito eu escrevo
Parem, se não vêem o que vejo
Saem, já cansei de ser preso
Deixem, eu do meu jeito
Mandem, parar que eu obedeço
Falem, tchau...
Agradecem, cheguei no final!
Descansem...

domingo, 28 de junho de 2015

Necessidades

Se prepara que hoje eu vim pra atacar
Porque cansei de tanto blablabla
Essas idéias aí de vocês não vou comprar
Aos meus ignorar?
Pra poder me encontrar,
Na moral, não dá
Homem no topo da cadeia alimentar?
Falou, é a mentira em que vc quer acreditar
Pra poder ter licença pra um ao outro matar
Pode pá, esse vem pesado quero ver quem vai aguentar
Se quiser pode por aqui ficar
Porque é possível que eu tire sua cabeça do lugar
Você escolheu continuar
Entao vamos lá:
Se dinheiro é necessidade
Quem veio primeiro?
A moeda ou a humanidade?
Vai pro meio da mata perguntar
Como o índio vivia antes dos portuga virem pra cá
Em comunidade, em paz e liberdade
Mas fudeu, tem que ver se sobrou algum pra contar
Já que nem isso eles perdoaram
Desde que chegaram nesse lugar
E eu to cansado de escutar
Que devemos aceitar
Cada um no seu lugar
Correndo atrás do que se é necessário
Mas se o que você precisa é salario
Ta pensando errado
Ou vai me dizer que é feliz correndo pro lado errado
E morrer como um miserável?
'O futuro a Deus pertence,
Então adeus pertence'
E você ta ligado que daqui não leva nada
E nessa vida enigmática
Muitas vezes engraçada
Aquele nóia que você despreza, vive na euforia
Na ilusão e na pedra morre em dias
Mas talvez experimentou a alegria
Que você todo saudável, tiozao de academia, nunca terá um dia
E pra onde os dois vão?
Qual o final dos dois?
Algodão no nariz apodrecendo no caixão
E então, qual a necessidade?
Do que o homem precisa de verdade?
Vale a pena tudo isso aí pra por um feijão no prato?
Vivendo como ratos se matando para os gatos
E xingando o outro de macaco?
Eu avisei, vem pesado
A mao não cansa enquanto a alma reclama
E hoje te respondo a realidade
Necessidade do homem hoje é a vaidade
Que o faz se corromper por querer sempre tudo, não só a metade
E assim caminha a humanidade
Da vaidade indo atrás
E que se foda esse tal de amor e os seus iguais
'Eu tendo conforto, estou em paz'
Mas aqui não mano, jamais
Por isso o coração bate, não faz carinho
Que é pra lembrar que ainda estamos vivos
Nos mostrando o caminho
Mas não vê quem acha que ja se livrou do espinho
E o meu espanca quando vê que to no desvio
E enquanto a alma grita
Eu mando a rima
Mesmo que essa porra não mude nada um dia
Mas que sirva de referência pra minha filha
Pra que não caia na armadilha
Daquele que logo cedo vem seduzindo
Pra no futuro te cobrar se não estiver produzindo
E aí, o que você ta sentindo?
Ta em paz consigo?
Ta certo no caminho?
E sua necessidade, qual é?
O que te faz ficar em pé?
Sua morte ta valendo a pena?
Ou ta morrendo pra acumular doença?
Aí é foda, morrer todo bichado
Passando doença pro pobre bigato
Que devora tanto o ricaço
Quanto o noiado
Que por tantos são julgados, ignorados
E aquele papo de ta no topo da cadeia vai pro buraco
Junto com você com o bolso do paletó sem nenhum centavo...

sábado, 27 de junho de 2015

Cai a chuva...

Chuva que caia e lave
De todo esse mundo a maldade
E que molhe de amor e bondade
Abençoando cada ser vivo 
Fazendo com que se lembrem do que é preciso
Irrigar as raízes, hidratar suas folhas
E que flores virem frutas 
Alimentando de amor as criaturas
Que perduram no deserto 
Respirando areia achando que é esperto
Fazendo mal a si mesmo
Neste inferno terreno
Num corre a esmo
Enquanto seu Eu vai se corroendo por dentro
Vitima do desespero
Que vem de berço
Se achando o tal
E da vida não sabe um terço
Mas quem sou eu pra julgar?
Cada um que escolha 
O que quer respirar
Só não venha depois reclamar
Se a chuva teu solo derrubar
Por não ter nada plantado pra irrigar

sexta-feira, 26 de junho de 2015

Sente a vibe...

Esse maluco é foda...
Cada dia me surpreende mais...

Coração em alerta

Enquanto rumo para o centro
No busão sacolejando e barulhento
Pelo vidro riscado que faz eu ver tremendo
Quantos estão no desespero
Jogados ao relento
Se eu estou com frio agora
E eles que estão a todo momento?
Ver essas coisas ainda me choca
A lágrima teima em sair da toca
Mas não, desta vez não, tio
Queria poder fazer mais por estes que sentem frio...

Mas faço o que posso
Nessa cidade de prédios luxuosos
Mas de pessoas em destroços
É foda aceitar, ver e se calar
Afinal, não devemos amar aos próximos?
Então é isso, não me conformo
Com madame de ouro e prata
Virando a cara
Pro muleque catando lata
É só desgraça
E a criançada só ganha atenção quando mata

Sensibilidade que me maltrata
Porque não fazer igual?
Assistir a isso tudo e não fazer nada?
Seguir o ritmo da boiada?
Não dá, a alma que não cala
E murmura, cutuca e arranha
Pra machucar, que é pra lembrar
Que a humanidade ta estranha
Então ela fala pelas mãos
O que entala na garganta.
Quem lê acha lindo,
Fala que é talento, dom...
Mas não entende o que eu digo
E continua tudo bom
"Porque você não escreve um livro?"
É o que mais ouço, é osso
A humanidade em perigo
E vocês pensando em livro?
Não é auto-ajuda, muito menos ficção
O que escrevo é alerta que vem do coração
Que ainda bate repleto de preocupação...

quinta-feira, 25 de junho de 2015

Nem Freud explica

Não me parece logico
Ir pro psicologo
Ouvir o que é o obvio
Que a busca do ser
Esta dentro de você
Que ao se entender
Trazer o seu mundo pra você
É não temer
E ver que o mundo não é tao ruim como se vê
Firmeza tia, quem sabe um dia...
Percebo que minhas brisas
As vezes te desestabiliza
Por saber que tem coisa que nem Freud explica

Então segue a vida,
Segue a rima,
Segue a questão nunca respondida
Segue a visão incompreendida
E assim também sigo,
Se nasci, já corro perigo
Pra morrer basta estar vivo
E nesse jogo de perguntas sem respostas
Uns andam de costas
Outros vão atrás do que gosta
Mas a maioria anda em circulo
Fazendo papel de ridículo
Enquanto eu não sei como fico
Se sequer sei se ainda estou vivo
Ou se a mim mesmo eu resisto
Mais perdido que filho da puta em dia dos pais
Pra onde correr já não sei mais
se nada que a sociedade me oferece me satisfaz

Cobaias

Há tempos venho dizendo
Tentando mostrar o que vejo
No mundo de hoje, a informação não vem no varejo
E sim no atacado que é pra te atacar surpreso
Por isso humildemente tenho esse espaço,
Longe de querer ser o revolucionário
Dono da verdade, pastor, novo messias
Mas é tanta coisa que percebo que
escrever é necessário nesses dias
Pois alem de ouvir, temos que treinar
A não só escutar mas a enxergar
O que tentam nos informar...

Hoje o assunto é delicado,
Mas não tao complicado
A ponto de se deixar de lado
Cutucar a ferida sangra, mas logo cicatriza.

Hoje ouvi, nesses programas matinais
Discutirem a causa do câncer
E como é importante que a noite você descanse.
Apontaram como as principais causas dessa enfermidade
O stress, a insônia, a poluição, obesidade...
OK, talvez não seja novidade

Mas o que me chamou a atenção
É que nosso corpo possui uma proteção
Acionada enquanto dormimos
Capaz de frear o crescimento do vilão
Com alguns casos ate de regressão.
Ai fica a questão:
O doutor falou o que a medicina não queria,
Ou falou pra vender a tal melatonina?
Ou remédio pra adormecer a população?
Enquanto se busca a cura,
e milhões sofrem no mundão
A cura pode estar em você, vai vendo.
Auto-medicina, o poder da cura...
Mas quando digo que Deus é cada um de nós,
é loucura.
Veremos na próxima década, qual será a solução?
O medicamento da moda, a salvação.

Só esqueceram de mencionar
O que causa a insonia, o stress, a poluição e a obesidade
Mas enxergando alem é possível entender a verdade,
Mais uma doença inventada pela sociedade
Que te obriga a cair da cama cedo,
Correr pro emprego
Respirar fumaça
Alimentando na pressa
De comida que não presta
Demorar três horas na condução lotada
Pra chegar e ainda cuidar da casa
Te viciar na novela, BBB
E quando se vê,
Dormiu vendo tv,
E logo o dia vai amanhacer
Pra daqui uns anos um câncer aparecer
Abram os olhos pra dentro de você,
Você é a sua salvação, a sua cura
Não caia na falcatrua
Na fabrica de doente
Pra te tornar mais um dependente
das farmacêuticas ricas e contentes

Ta na cara, pena que ninguém vê
Que a cobaia é você...

quarta-feira, 24 de junho de 2015

A culpa é de quem?

Enquanto a presidente saúda a mandioca
como conquista nacional
Um salve a erva medicinal
patrimônio e cura mundial
O país está uma merda e a culpa é de quem afinal?

Parque de Diversão

As vezes nos sentimos bem,
Que as coisas estão melhorando
Ai a vida se mostra também
Como uma roda gigante girando
Faz você ver que não é bem assim
Uma hora você lá no alto vendo tudo
E logo se vê embaixo no meio do tumulto

E nesse sobe-desce, gira-gira
Normal ficar tonto, confuso
Sentir-se como um passageiro
Da vida um intruso,
Do mundo um estrangeiro
Turista de si,
Perdido entre aqui e ali
Sem saber ao certo onde ir

Sem balcão de informação
A intuição serve como bússola
Já que a mente não ajuda
E a vista fica turva
A procura de um norte
É preciso mais do que sorte
Porque vivemos a morte
E se não ficar esperto,
Logo entra em choque
E tudo vai pro saco

Sem dó nem piedade
Sua alma escorre pelo ralo
Ai já era,
Se afogando na própria merda
O jeito é adubar as ideia
E arrumar a forma certa
Pra sair de baixo
Voltar pro alto
Porque só tem uma coisa que é certa
Entre a porra e a ultima pá de terra
Sobreviver é o que resta
Com um sorvete colado na testa
E fazendo festa
No carrocel onde é você que veste a cela
E alvo do arco e flecha
pagando o ingresso no final
No parque de diversão
Onde você é atração principal

terça-feira, 23 de junho de 2015

Pedidos Perdidos

Peço, porem peco
E se entendi certo
Aos pecadores, o perdão
A maior atenção
Pois não precisa de medico quem ta são
E lá vou, cada dia pedindo
Agradecendo e sei que Ele ta ouvindo
O problema é no meio em que vivo
Peço e não sou atendido
Bom dia mais seco que pão amanhecido
Nessa terra de desconhecido
Viver perdeu o sentido
Educação como obrigação
E não como gentileza
Reflexo da corrida pelo milhão
Que corrompeu o mundão
E hoje é que mais se pede
Achando que Deus é banco em suas preces
E o que acontece
A humanidade enfraquece
Sub-utilizando o livre arbítrio
Só pensando no prejuízo
Que é não morrer rico
Pedidos perdidos
Se não for em prol do coletivo
A humanidade em desgraça
E se perguntam qual o motivo?
Eu contra nós
O vosso reino venha a vós
E seja feita minha vontade
Nesse reino de vaidade
Só o que sobra é a lápide.

segunda-feira, 22 de junho de 2015

Segunda a Segunda

E lá se vai mais um dia de vida,
Outro período de aprendizado
E tropeços devem ser valorizados
Um dia de cansaço, mal humorado
e de muito trabalho.
O corpo dói, a mente corrrói,
o pensamento destrói

Domingo de sol
Muitos se divertem
Outros só refletem
Na confiança e no tempo perdido
Em busca daquilo
Que jamais sera entendido
E já não se sabe mais nada
Rumar pra qual sentido
Se até agora nada deu certo
Lutar contra a corrente
sem nem saber nadar
É tentar sair do buraco,
cavando e só se afundar

Trocar de medico?
Trocar de remédio?
Quem dera fosse fácil
como acham sair desse tédio

E assim segue a busca
No meio da loucura
Da alma, a cura
Chegou a segunda
Mais um dia que nada muda
E assim seguimos na luta...

domingo, 21 de junho de 2015

Confiança

Tem coisas que são caras de verdade
Pique aquelas raridades
Reais tesouros
Que valem muito mais que ouro

E a cada dia, ela fica mais valiosa
Você a guarda, a protege
Porque é difícil achar quem merece
A jóia que ninguém veste

Ai você pá, todo inocente
Aos poucos vai cedendo
Sendo transparente
Até que, quando vê: roubado novamente

Frustração, raiva, arrependimento
Não eram isso que vocês queriam?
E como sempre não valorizaram meu sentimento
Ta mais claro que o certo é o afastamento

Tolo fui eu,
Cai na armadilha
Confiar na familia?
Putz...
Esqueci que agora sou eu, esposa e filha
A minha família

E assim mais um pouco da confiança se vai,
Preço alto a ser pago por se expor demais
O meu mundo pertence a mim
Não adianta tentar que me entendam no fim

O que fiz, já era, ta feito
Mas deu errado e volta como era
Vocês ai, e eu aqui do meu jeito
Dei a vocês, e não valorizaram
quando dei de mim o que esperam

A culpa não é minha,
Eu tentei...
Sigo traduzindo minha vida
Mas por vocês, ela não será mais lida.

Confiança perdida,
intimidade invadida.
Segue a vida...

sábado, 20 de junho de 2015

Questão de sorte

A humanidade está chegando ao fundo do poço,
sem sequer perceber.
O fim está próximo, e ninguém crê.
Não é profecia dos Maias,
é sim a destruição que parte do próprio ser.

O cheiro de enxofre foi substituído pelo da pólvora.
Isso só confirma de que está chegando a hora.

O fogo que queima a babilônia
vem através das armas de fogo
e não do coração do povo.

Ladrão mata polícia,
polícia mata ladrão,
filho mata pai
e irmão mata irmão.

Nessa guerra toda quem paga é a população,
ficando no meio desse fogo cruzado,
correndo o risco de ser baleado
voltando do trabalho.

As mães ficam em pânico
e as crianças choram nas ruas
e todo mundo acha que a culpa não é sua.

Enquanto assistimos a banalização da vida
diante de nossos olhos,
políticos sorriem nas praças e esquinas
atrás de nossos votos.

Após as tragédias do Jornal Nacional,
a vingança é atração principal.
Golpe, maldade, violencia e traição.
Essa é a diversão da nação.

Assuntos principais nas reuniões entre os mortais.
A vida perdeu seu valor e ficou fácil matar.
Só desgraça, maldade e cheiro de polvora no ar...

Se manter vivo é questão de sorte,
porque hoje levamos a vida
convivendo com a morte.

Resistir é preciso!

Motivos não faltam, são tantos assuntos
é tanta coisa errada que vejo nesse mundo
que até perco o rumo, 
as vezes me confundo,
mas basta um estralo, um trago, um segundo,
pra me libertar desse submundo
frio e indiferente
que atrai cada vez mais a minha gente
mas eu tento ser diferente
caio, me ralo, mas me levanto e sigo em frente
Pare de se fazer de cego
com tanta maldade por perto
precisamos ir além, 
nos juntando à procura do bem
não sendo mais um e sim a diferença 
cada um no seu caminho, cada um na sua crença,
então seja como for, 
resistência sem violência,
na base da inteligência, que vença o amor!
É por isso que rimo,
tacando fogo no comodismo 
resistir é preciso
e é por isso que ainda vivo..

sexta-feira, 19 de junho de 2015

Eterna procura...

Ela é o combustível
que queima antes de se ter,
mas move o homem a fazer o possível
e o impossível para se obter

Procurada pelo mundo inteiro
que de tão rara, nem o google da jeito
Palavra abstrata que maltrata
quem tanto procura e não acha

Nem sequer sabemos se existe.
Uns dizem que acharam, outros desistem
Mas imensurável e volátil como é,
difícil saber quanto se quer

O quanto dela te satisfaz?
E por ela do que você é capaz?

As vezes ela vem acompanhada,
Os dois lados da moeda.
E quanto maior for, mais é ameaçada
Por aquela inveja que dizem que é uma merda

Uns morrem no meio do caminho,
quando acham que a encontrou
e de repente flagra ela fugindo,
acusando alguem que de ti roubou

Outros só perdem tempo,
Achando que ela esta a venda na prateleira.
E por ser rara, é cara.
Mas quando percebe é tarde, 
ela não cabe na carteira

Complexa, ela se disfarça:
Conforto, dinheiro, luxo são umas de suas mascaras.
Sapeca, adora fazer graça.
Ilusionista, aparece e some como fumaça

Uns vão tao longe atrás dela,
apelam aos céus,
mas obcecados, ficam ao léu
por não entenderem suas indiretas

Cavam tao fundo que só acham o escuro,
Se machucam a toa
caindo em armadilhas que lhe garantam tê-lá no futuro,
Mergulhando em coisas nem tao boas

Mas o que se busca
está mais perto do que se pensa.
É se abrir pra procura
Fazendo o bem, ela vem como recompensa.

Paz interior é o melhor caminho
Estar bem consigo
Refletindo e espalhando amor e carinho
Ela caminha com quem sabe que não está sozinho

O segredo é saber se ouvir,
se conhecer, dar um tempo pra você.
E como magica ela vai surgir,
plena e verdadeira como deve ser

Não tenho o mapa da mina,
nem tampouco sou o dono da verdade,
mas acho que é assim que se caminha.
E assim ainda estou a procura da minha

Mas já que é segredo,
se você já achou, não me conta!
Porque de desafios não tenho medo
E ela aparecerá quando a minha alma estiver pronta

Ah, essa felicidade...
Um dia ainda te pego!

quinta-feira, 18 de junho de 2015

Uma mãe chora

Tic tac, o relógio me alerta,
Hoje já é quase amanhã
E aqui estou, no silencio que desperta
Buscando na mente algo que carrega
Que bate na alma, forme palavras
E que se transforme, para transformar
Mundo louco, mundo cão
Cada dia você é outro
E um dia não é pouco
Horas, segundos
Um gesto de gratidão que se recebe
Que sua alma se alegre
E logo em seguida um baque
Mais uma familia que não vai levar sua criança pro parque...
Emoções, sentimentos...
Sabedoria não é conhecimento
Luto é respeito,
Mas tem que lutar se pra morte não tem jeito
Dias estranhos, sensações esquisitas
Gratidão, morte, criança esquecida...
E você ainda quer me falar sobre vida?
Continuo creditando a matemática como culpada...
aniversario é -1 e não +1 ano
E junto disso comprovo que morrendo estamos
Sem saber o que estamos acumulando ou preservando.
E logo tudo se vai pelo cano...
E nesse momento, alguem ta chorando
Outro se lamentando,
'Faço tudo direitinho e ele não ta melhorando'
Mundo louco, mundo estranho...
Movimento frenético de almas se cruzando
Umas indo, outras vindo, se pá algumas voltando
E ninguém vê o que se passa
Não tem como ver do outro lado do muro
Será claro, escuro?
E só paz ou murmuro?
Enquanto deste lado
Vamos levando, certo ou errado
Folgado ou apertado
O tic tac insiste.
Já é outro dia
Mas a insonia ainda castiga
E nesse momento alguem desiste
Joga tudo pro alto
E despenca pra baixo
Pedaços no asfalto...
Agora tem alguem chorando
Muitos sonhando, roncando, babando
Ou se embriagando, se drogando
Cagando e andando
Enquanto uma família esta em prantos
Outra prefere o abandono
Doença é problema, da trabalho
Fazer filho é bom, gostoso pra caralho
Mas não vem com garantia
E não é permitido devolução
E tantos tentando por anos, contando os dias
Assiste na tv o abandono no lixão
Corta o coração
Mundo louco, mundo cão
Uns escrevem, outros dançam
Uns bebem, outros namoram
Mas nesse momento,
Uma mãe chora
Perdeu a fé, a filha e o equilibrio
Vai demorar pra sair um sorriso
Mas uma coisa te digo
Não tem explicação,
Não adianta resposta procurar
O luto é respeito
Mas é preciso lutar se não da pra mudar
E quando parar de chorar
Não garanto que o sol ira raiar
Mas o dia chegará
E todos iremos nos encontrar
Sem culpa, sem remorso, só amor para doar
E sentir no coração, como é bom um olhar de gratidão.
Outra vida, outra visão.
Tic tac, o relogio não para
O barulho não silência
O choro da mae que perdeu a fé e sua filha, só 2 anos ela tinha..

quarta-feira, 17 de junho de 2015

Você está morrendo

Hoje pra variar, me peguei pensando
Como todo ser humano
vai se desvirtuando no decorrer do caminho
E ficam por ai vagando

Meu, é serio, se liga na brisa,
O bagulho é muito loco mano
As vezes nos ligamos na fita
E não reconhecemos porque já nos transformamos

É só vê,
A reação de um adulto ao ver um bebê:
"Que coisa fofa", "Tão inocente"
"Tão pura e sorridente", "anjo de Deus"
Mas ai que tá, você já foi assim, esqueceu?
O que mudou, onde se perdeu?

Cadê a inocência? A pureza?
Quem te tirou isso tudo aí?

Ai a brisa fica ainda mais louca
E de repente, pá, você já é outra pessoa?
Como assim?
E tem uns que ainda dizem:
"Saudade de quando eu era assim"

Só consigo viajar, viajar memo
Pisicão, brisando nas revelação
Loucura ou se pá, alucinação?
Não sei não...

Talvez seja só a verdade que hoje conheço
Mas a ti, lhe apresento
É tudo mentira essa parada de vida
Pelo menos é como vejo...

É tudo ao contrário...
Por isso é complexo pra caraio
Ler de trás pra frente não faz sentido
E é assim que seguimos,
buscando o desconhecido

De criança pura, pra um adulto perdido,
Um véio doente teimoso, pra um corpo gelado e fedido

Sacaram a viagem?
Notaram a trajetória do ser?
Nascer, crescer, envelhecer, morrer...
Errado!
Agente já morre ao nascer

Pensar a vida como morte
É ler no sentido certo
Já começamos a morrer ao nascer
E continuamos morrendo ao crescer

Desculpe se estraguei seu conto de fadas
Você ta morrendo e não pode fazer nada
Aliás, pode sim, como não?
Morrer com plenitude ou morrer em vão?

E como eu disse, o final é fétido
Então não adianta correr atrás do cartão de crédito
O que se vai, o que se leva
É o que se conserva
Do corte do cordão ao enterro do caixão

Aquele bebe fofinho rindo pra você
Sem falsidade nem maldade
É como você deve morrer
Lembre-se disso ao ver

O sorriso puro que se recebe de uma criança
É Jah te mandando uma lembrança
De que o tempo avança
E a morte tá rolando
E o que você vem conservando,
O que você vem acumulando?
Amor e pureza, ou ódio e riqueza?

Nascer, morrer.
O meio do caminho é com você
Morrer igual ao nascer
É como eu acho que deveria ser.

Regue a morte com amor..
E descanse em paz!

segunda-feira, 15 de junho de 2015

Vocação

Eu penso que cada um vem com uma missão
E não simplesmente ficar babando ovo de patrão
Todo mundo se olhar pra si,
vai encontrar sua vocação
Isso reflete nos raros
Exemplos de bondade e entrega
No meio de tantos ratos
Que se formam pra juntar moeda
Fazer o bem virou tao excessão
Que vira matéria de televisao
Pra gerar ibope e comoção
Iludindo que o povo ainda tem salvação
Minoria esmagada
Envergonhada
Menosprezada
'Fez mais que a obrigação'
Mas você faria o mesmo, tiozão?
Graças a Jah, eu tive a honra
Ele cruzou meu caminho com muitos filhos da puta
Para que eu pudesse reconhecer
quem com o amor labuta
Pessoas que nos fazem refletir
No sentido de existir
Graduados, ricos,
Favelados, fudidos...
O bem, o amor não tem classe
Pra quem não se esquece pra que nasce
E dedica toda sua vida ao bem alheio
Independente do dinheiro
Que nesse caso é recompensa
E não uma doença.
Jah vem abrindo meus olhos
Muitas revelações em momentos dolorosos
Não podemos generalizar
Somos todos irmãos, em caminhos tortuosos
Querem nos segregar,
A, b, c, d, alta, media, baixa...
Mas somos mais que isso, você não acha?
Quem é do bem, reconhece o bem
Apanha do mal, mas aprende também
Branco, preto, vermelho, azul,
Cristão. Budista, espírita, ateu...
Elite, favela, Morumbi, Itaquera
É segregação demais pra uma só galera
Um dia, cada qual em sua missão
Não como escravo ou caridade
Receberá a atenção e a salvação
Através da bondade e vocação
Daquele irmão que um dia você desprezou
E que no fim, sua vida salvou
Chega de diferença, por favor...
O mundo chora de tanta dor
Ao ver a falta de união
Entre seres iguais,
De espírito, carne e coração
Abra a janela e deixe entrar
A bênção em se ter uma missão
Ajudar ao próximo e a si mesmo
É ver alem, se enchergar
Sem distinção alguma
Apenas fazendo o que manda o coração da forma mais pura
Mas também tem excessão
Como todos são humanos
Também tem os cuzão
Que usa da nobre profissão
Com má vontade, só atrás do cifrão
Obrigado aqueles que se dedicam pelo amor a profissão,
Ao próximo, ao irmão
Obrigado doutores, professores, mecânicos, pedreiros, limpadores
Ao carteiro, marceneiro, chaveiro
Bombeiro, enfermeiros, jardineiro
Aos voluntários que cobram só um sorriso,
Contrariando a besta do capitalismo,
Não vendem seus talentos,
Pelo papel sujo do dinheiro
Aos que trocam seu dom
Apenas por vocação,
Meu maximo respeito!

domingo, 14 de junho de 2015

Ócio

Aos mal acostumados peço desculpas
Mas as vezes acontece isso
Não sei porque, não tenho culpa...
Mas até que demorou dessa vez
Pra esse tal ócio criativo aparecer
Acho que descarreguei tudo de uma vez
E agora peno pra achar sobre o que escrever
Então, já que que acontece esse negócio
Porque não falar desse tal ócio?
Afinal, quantos não vivem ocioso
Mesmo sem tempo, sem parar
Dando o sangue pro patrão e ainda se sente todo orgulhoso?
'UFA, cumpri meu prazo'
Mas pra dentro de você
Se quer deu um passo...
Ócio existencial...
Tem outros que pensam pra caralho
Pra discutir política, futebol, religião...
Enquanto vaga perdido tentando achar seu lado
Pensa em tudo, menos em si...
Olha o ócio mental aí...
Outros tao na atividade
O movimento não para
Nos corre loco da vida
ainda menor de idade
Já sabem seu final
Ócios do ofício....
Mas tem quem segue a novela
A moda, o bordão, a tatuagem
Se ilude e busca ter o que passa no comercial
Ócio cultural...
Tem quem nem sabe ler
Porque aula não tem
E as férias vai perder
Porque o estado rouba e não valoriza
Aqueles que sofrem, mas ensina
Ócio educacional...
Mas então, como eu dizia
Essas paradas acontecem comigo
Eu já sabia...tava só esperando o dia
Ele chegou e acho que hoje não tem nada escrito
Ah, esse ócio criativo...

sexta-feira, 12 de junho de 2015

Panela de pressão

O silêncio agudo da madrugada 
é o pino da panela de pressão 
de quem cozinha os miolos em troca de nada.

Lembranças, desejos, 
planos, angústias, problemas. 
Ingredientes e temperos 
pra fazer muito mais que uma massa cinzenta.

Se a vista fica turva 
e a mente lenta, 
não inventa, 
ponha em banho Maria 
e deixa pro próximo dia.

Um dia há de sair algo saboroso 
ou estrondoso. 
Não se brinca com fogo, 
panela de pressão é perigoso....

quarta-feira, 10 de junho de 2015

Ela vem...

Todo mundo sabe que ela ta vindo
Uns andam tao perto que são amigos
Outros só de pensar, tem arrepio
Pra uns ela é tormento, pra outros um alivio
Tem quem a busca
As vezes ela vem de forma brusca
Ela chega, ah ela vem
Ronda o pobre mas visita o rico também
Ela pode tardar, mas não falha
E não tem quem não saiba
Do mais justo ao mais canalha
Ela chega e arrasa
Todo mundo a espera
Mas de surpresa ela pega
Ate quem ta acostumado com ela
E, de repente, já era...
Tem quem a trata com respeito
E quem acredita que só ela da jeito
Pra uns é o fim
Pra outros um recomeço
Você se esquece dela
Mas ela não esquece de você
E quanto menos perceber
Ela visita alguem perto de você
Ai você finge não entender
Que nascemos pra morrer
Se desespera e chora
Mas nada adianta se chegou a hora
E a palavra não falada,
O beijo que não foi dado,
A atenção que não foi dada,
O tempo que não foi dispensado
Arrependimentos, culpa, falsidade
E o remorso que bate
Ela chega na hora
Mas você só aprende quando já é tarde...
Se você está lendo,
Então é porque ainda há tempo
Espalhe o amor e o carinho
Porque acredite, ela ta vindo....

Falando sobre nada

Sobre o que vou escrever hoje?
A essa hora, dopado, do que pode ser?
O silencio da noite chama
O conforto da cama clama
Mas como durmo no chão
Colchão rima com emoção
Mas também lembra acomodação
Vai bem que com revolução
E quem sabe uma pitada de religião
Não sei não,
A madrugada avança,
Os olhos cansam
E sobre o que vou escrever?
Quem vai saber?
Quem vai dizer?
Raciocínio lento...
Mas ainda tento,
Pode ser que saia algo de proveito
Escrever sem medo
As palavras vem, encaixa aqui,
Arruma ali,
Forma a rima
E aos poucos a escrita ganha vida
Talvez de para falar de tudo
Num tom leve como uma folha que no outono cai
Ou pesado como um corpo que cai
Já escrevi tudo isso, os olhos pesam
E ate agora não sei sobre o que escrever
Sobre mim? Sobre o que pensam,
Sobre você, ou para você?
Ainda não sei....
O sono bate, o corretor do celular ajuda
Já que as letras dançam bailando
Sobre a chuva
Dos pingos que caem da visão turva
Mas resisto, já que existo
Sim, eu existo!
Não cai antes, quando cai aprendi,
Então não desisto
E sigo brigando com o sono
Pra ver amanhã o que saiu
Escrevendo quase sonâmbulo
Nem sei que dia é hoje
Nem se hoje já é amanhã
E ainda não sei sobre o que escrever
Tudo escuro a minha volta
Só esperando o amanhecer
Pra tudo de novo começar a ter
Motivo e razão pra acontecer
Como sera que vou receber,
Reagir ao que o amanhã me reserva?
Vou lamentar ou agradecer?
Não importa, não vai mudar
Só preciso aprender
E entender
Que as vezes falando sobre nada
Pode-se dizer tudo, dependendo de quem ler
Então, vou dar uma brecha pro sono
Porque não tem jeito, não tem como
Vou dormir sem saber sobre o que escrever
Mas se por acaso no sonho
eu descobrir, eu volto e te conto.

segunda-feira, 8 de junho de 2015

Praga Urbana



Uns andam em bandos,
Correndo atrás de migalhas
Murmuram entre si
E só fazem cagadas

Deixam tudo sujo ao seu redor
Estufam o peito pra ver quem é o melhor
Transmitem doenças pros outros
E alguns até causam nojo

Ficam só rodeando
Indo dali pra cá
Só esperando 
O que vai sobrar


Os outros, são só pombos....

domingo, 7 de junho de 2015

Papo Reto

Escrevo sobre o que sei,
Sobre o que vivo, vivi e vi
Escrevo sobre o que passei
E que só sei o que e como senti

Não sei como começou
Mas sei que ainda não terminou
Mas o poço fundo ficou
E nele as vezes ainda estou

Mas nunca é fundo o bastante
É como areia movediça
Você tenta sair, mas fica cada vez mais sufocante
Você se debate, você bate, 
Você apanha e no fim, se abate

É atravessar uma ponte sem saber o que tem o outro lado
E no escuro, não da pra ver se o fim é um buraco
É gritar e não sair voz,
É respirar cinzas que parecem vinda de nós
Cremados pela própria existência que sequer sabemos se existe
Só que o caminho vazio é triste

Vagar como desconhecido
Andando a esmo sem sentido
Sem ser compreendido por quem por comodismo
Nunca passou por isso

E nem nós sabemos ao certo o que ocorre
E reclamamos, tomamos um porre
Não é justo respirar do mesmo ar e só eu que me sufoque

Por que eu?
O que eu fiz pra Deus?
O que foi que aconteceu?
E é só questionamento de quem ainda não se entendeu

E nesse mundo matemático
Só conta o que pode ser medido
Ai vem o problema já que dor não se mede, 
E o problema não é entendido
E a maioria nem se mete
Se não sabe o que se passa contigo

Ai vira frescura, preguiça, ilusão
'Vai mudar o mundo?'
Por que não?
E preguiça é o caralho
Falta é disposição pra fazer algo e mudar o quadro
Não é fácil, dói.

Até porque hoje em dia,
Foi banalizada,
Perdeu o namorado, perdeu a mina
E pronto, já se auto denomina deprimida

Ate a ansiedade, teve seu significado alterado
Ansiedade não é pressa, ta ligado?
É clinico mesmo, e natural
Resposta do corpo de que algo não ta legal
Mas hoje também virou banal
É o stress, relaxa e ta tudo normal

Normal, é...eu disse normal
Ai que ta o mal
Pra agente que não se acha
Que se procura, tenta e se racha
Olha aqui, tenta ali
Mas não vai
Não tem espaço pra nós por aqui

Como disse no começo,
Escrevo o que sinto, o que vejo
E vejo que tudo tem um preço
E ate a dor é recomeço
É a consciência curando a alma
Mostrando a mim o meu eu
Que durante anos, buscando ser normal, se perdeu

Reclamei muito, chorei demais
Questionei pra porra, só queria paz
E o que tinha era má sorte, pressão ate não acabar mais
Devo ter sido muito filho da puta
Pra ter que carregar e pagar tanta culpa

Não consigo ser eu,
Me dói ver os meus
Mesmo sabendo que tao mais de boa do que eu
Porque ta ali vivo, não se vendeu

Terapia, exercícios, remédios...
São tantos caminhos que dizem serem os certos
Mas podem até resolver se o problema for sentimental
Porque se a parada for existencial,
Depressão social,
Sinto muito amigo, 
Nossa culpa é não pensar no individual
Mas no individuo em geral
Que ta doente, passa mal
E nem sente...
Se satisfaz com o presente
E nós que pagamos por eles serem negligentes
De se verem na merda e nadar nela
Ao invés de um puxar o outro pra fora dela

A cura do social é ser igual?
Na moral, to legal!
Deixa eu no meu astral
Mesmo que seja mais baixo que sua moral

Enquanto você vive correndo
Eu vivo sofrendo,
Mas aprendendo
Com cada questionamento
Meus conceitos vou revendo
E assim vou me desenvolvendo
Não como um humano cheio de dinheiro
Mas como um espirito pleno
Aprendendo com seus erros
Nesse inferno terreno

E assim vou extraindo, dia apos dia
A cada queda, um pouco de sabedoria
Em meio ao um rio de merda
Para saber quando estiver limpo na terra

Só se reconhece a luz apos a escuridão
E de nada serve o frio, pra quem não sabe o que é o calor
Se hoje você chora de dor,
Não se preocupe, porque na hora certa saberá reconhecer o verdadeiro amor

Valorize os momentos difíceis,
Que sejam intensos,
Se martirize, se questione, se escute
O premio será imenso,
Na guerra interna entre o sofrimento e a harmonia,
Não se discute, 
O abrigo,
O caminho,
A ponte por onde andamos
É o equilíbrio
E isso é estar vivo
E nao apenas sendo movido
Para onde não há caminho

Quem tem olhos veja
Quem tem ouvidos ouça
Porque eu sei o que trilhei
O que sofri
E não é coisa pouca

E por isso, deixo aqui um recado,
Coração aberto,
Porque na maioria das vezes o opressor está por perto
Por não terem a ciência
Da dor de quem sofre
E é difícil recorrer a quem não tem consciência
Que só nos tem a oferecer a descrença
Ofereço a minha vivência
Meu tempo de experiência
Para quem da seus primeiros passos nessa viagem que é tortuosa
Dolorosa e silenciosa
Que quem não embarca não entende
E segue sua vida de olhos vendados
Diferente de quem se busca, se expõe a si mesmo
Se mutila socialmente
Em troca de se descobrir por inteiro
logo se percebe que tudo é passagem
Qualquer b.o meu amigo,
Conte comigo
Não sou o dono da verdade
Nem represento nenhuma divindade
Apenas ofereço o que não tive:
Um guia nesse momento de dificuldade

Que Jah abençoe e ilumine a alma e aqueça os bons corações que hoje sofrem em busca da evolução espiritual em nome de quem pensa e pratica o mal. 
Porque poucos são os escolhidos, encha-se de glorias cada eu que se movimente e que inquiete ao favor do próximo, pois no final da ponte está o Amor, e só o Amor é capaz de curar uma nação, uma raça tão doente e descrente. Façamos de nós os sofredores de hoje, os salvadores do amanhã. Aproveite e se entregue ao sofrimento, ele o guiará pela ponte, através de ensinamentos e sabedoria.
Não acredite que é em vão, o que vem fácil, vai fácil. Não desista da luta, paz!

sábado, 6 de junho de 2015

Já me disseram...

Já me disseram que os pais só querem nosso bem...
Já me disseram que faculdade garante uma profissão...
Já me disseram que ter dinheiro é ter tudo de bom...
Já me disseram que tatuagem é coisa de ladrão...

Já me disseram que skate era coisa de vagabundo...
Já me disseram que arte era vandalismo...
Já me disseram que religião salva o mundo...
já me disseram que a solução é o capitalismo...

Já me disseram que o amor não existe...
Já me disseram que o bem é ilusão...
Já me disseram que o sofrimento é necessário...
Já me disseram que a luta é em vão...

Já me disseram que o mendigo é sujo...
Já me disseram que o policial é herói...
Já me disseram que a mentira é necessária...
Já me disseram que a verdade dói...

Mas eu vi, pai estuprando filha...
Mas eu vi, diplomado desempregado...
Mas eu vi, milionário sem paz...
Mas eu vi, professor tatuado...

Mas eu vi, skatista profissional...
Mas eu vi, grafite em galeria...
Mas eu vi, capitalista passando fome...
Mas eu vi, padre acusado de pedofilia...

Mas eu vi, o amor mudar minha vida...
Mas eu vi, o bem unindo os irmãos...
Mas eu vi, sofrimento sem recompensa...
Mas eu vi, depois de muita luta, mudar a situação...

Mas eu vi, mendigo devolvendo dinheiro...
Mas eu vi, polícial batendo em trabalhador...
mas eu vi, político mentindo o tempo inteiro...
Mas eu vi, a verdade aliviando a dor...

Entre o que já me disseram e o que eu já vi, 
sigo a minha vista,
pois só eu sei o que já vivi,
e só eu sei as verdades da minha vida!

sexta-feira, 5 de junho de 2015

Tem dia...

Tem dia que nada resolve.
O Sol brilha, o pássaro canta, 
mas o sorriso não se desenvolve...

Tem dia que é foda,
O vento sopra, a flor brota,
mas a alegria me sabota.

Tem dia que é promissor
Céu azul, dia quente,
mas cadê a cura dessa dor?

Tem dia que nasce cedo,
o nascer do sol, o orvalho
e o vazio no peito.

Tem dia que nasce diferente.
O pássaro brilha, o vento canta
o sol azul, a flor vazia
o céu brota do orvalho quente.

Tem dia que até tenta.
O vento azul da flor quente
canta no orvalho frio
junto com o pássaro do Sol vazio.

Mas tem dia mesmo que eu me rendo.
Aí a alegria brilha, a cura sopra, 
o sorriso canta e a dor vai embora...

quinta-feira, 4 de junho de 2015

Corpus Tristis

Mais um feriadão
Multidão movida pela fé e pela tradição
Talvez seja a que mais faz sentindo
Nesse mundo de confusão

Uns passam a madrugada toda 
Enfeitando o chão
Pra mais tarde passar a procissão
E arruinar toda a dedicação

Outros marcham por quilômetros
Para louvar, agradecer e pedir emprego, por exemplo,
Mas não andam a metade pra entregar curriculum, 
ou sair do desespero

Esse conceito de fé não passa pela minha porta
Respeito, quer ir? Vai e volta!
Mas a mim só se mostra
O quão é hipócrita

Tanto aqueles que fazem belezas
Pra logo em seguida pisar e ficarem feias
Quanto quem foge da responsabilidade
Pondo na cruz de Jesus sua falta de vontade

Mas um dia a babilônia cai
E poucos suportarão a verdade
De que a fé pode ser escudo de covarde
Ou arma pra quem de fato age

quarta-feira, 3 de junho de 2015

Problema matemático

Surgimos de 1 amor de 2
Em 9 meses nos 10envolvemos
E em n horas de sofrimento
Somos +1 já com planos pra depois

Nascemos chorando
Já prevendo o que está nos esperando
Mas logo ao sentir no colo o calor
Aquietamos sentindo o amor
E aqui estamos, pronto para o que for

O brilho no olhar denuncia
A pureza do espirito que vivifica
Na inocência de sua essência
Um livro em branco que se inicia

Tudo é estranho
Mas aos poucos vamos nos acostumando
E conforme o tempo vai passando
Tudo normal vai ficando

O livro deixa de ser em branco,
Já temos títulos e alguns rabiscos se formando
Só lamento, não somos nós que estamos escrevendo
E escrevem coisas que nem sempre é o que estamos vendo

E logo vem a convivência
Com seres que com mesmo tempo 
tiveram outras vivências
Outras influencias
E nos confundimos,
com tantos = com tantas #

Mas o problema mesmo é na prática
Numa tal de matemática
Ai conhecemos teoremas
E tudo vira problemas

É onde tudo se estraga
123 corrompendo o ABC
Ai se busca mais o valor do x
Do que está dentro de você

A ganancia fica >,
A inveja aparece,
A inocência <,
E a pureza apodrece

E daí em diante é só estrago
O espirito se apaga dos olhos
Que antes puro, hoje carrega ódio
Por ter que deixar de ser, para ter

Somar, subtrair
Multiplicar e nunca dividir

Sem margem pra erro,
Ciência exata
Ou você acumula,
Ou você se mata

1+1=3 é o amor fazendo mágica
Contrariando a exatidão da matemática
Onde vivemos e esquecemos
Como ao mundo viemos.

Porque a vida não é exata
O livro em branco não tem paginas
Elas surgem com a pratica
Com o que se escreve
na base do que se recebe

Errar é possível, obrigatório
É o aprendizado simplório
Como aprender a andar,
Aprendemos a amar.

Viver é continuar amando
É simplesmente deixar
O espirito vivo dos olhos continuar reinando
Puro e inocente como 2 crianças brincando.

A ordem dos fatores
Altera o produto
O quociente do divisor
Acaba com o consciente do homem adulto

$,%,-,÷,√
Pra mim são símbolos que não valem nada...

terça-feira, 2 de junho de 2015

Guerra fria

Uma coisa eu notei
Um dia desses e acordei
O mal passeia em meio a nós
Alimentamos nosso algoz
E sem perceber, perdemos a voz.
Ele ataca sem dó
Muitos, ou um só
Domina cada fibra de sua carne
Nem da tempo pra que voce se arme
A sua alma ele leva fácil
Não tem sexo, cor, idade...
Te fere e você não sente,
Você piscou, já era, ele te invade
Vem pelo ar, pela agua
Fantasiado de amizade
Te pega pelas magoas
Te apresenta a maldade
E você se abre
E nem ao menos sabe
Que uma vez só que você age
Ta condenado a toda eternidade
Porque o bem se esquece
só aparece
A quem merece
Mas o mal perdura
E se orgulha
De cada vitima que acumula
Por isso tanta tragédia,
Não se noticia coisas boas
O mal não da trégua
O bem se faz, mas o mal caçoa
O mal ridiculariza o bem
Doutrinando para que você faça isso também
Ele vem triunfando tao bem
Nessa terra de ninguém
Onde iludidos, fazemos mal buscando o bem
É, não é fácil entender,
O inimigo é ardiloso e se esconde de você
Pois no espelho, reflexo não se vê
Mas um dia a mascara cai
E coitado de você
O mal não tira férias
O bem só assiste vendo quem é a fera
Estudando suas fraquezas
Pra que na hora certa
A vitória seja completa
E esse dia chegará
Com o mundo desandando
Arrisco dizer que não demorará
Basta estar vivo pra quando a guerra começar
O vencedor eu sei já foi escolhido
E a dica é que poucos restarão vivos
Muitos ficarão feridos
Porque ninguém passa isento
Do que acontece aqui dentro
O bem e o mal
Vive ai, em seu próprio mundo
No seu eu mais profundo
Cuidado, preste atenção
Se escute mais, ouça o coração
E tenha a ciência
De sua própria consciência
Somos movidos a vozes
Se deixar te calarem
Se fazer de surdo
É ir pra guerra sem escudo.
Aí, sinto muito...

segunda-feira, 1 de junho de 2015

Cascas, caroços e sementes

O cheiro na mao da mexerica
A acidez do abacaxi
O caroço da melancia
A lambança do caqui

O fiapo da manga
Da cebola a choradeira
Do alho o hálito
O espinho da roseira

Da laranja o bagaço
Da pimenta o ardor
Do mar o enjôo da maré
Do sol o calor

Do fogo a queimadura
Do vento a tempestade
O azedo do limão
A altura do abacate

Nada vem de graça
Mas tudo é graça
A natureza ensina todo dia
E você disfarça

Prefere pagar mais caro
sem caroço e casca, de bandeja no mercado
Ignorando, reinventando e menosprezando
O que foi criado a milianos

Se esquecem que o sabor
Acompanha o amor
Que tanto nos falta e me causa dor
Afinal, o que é um arranhão de um espinho
Perto do perfume de uma rosa dada com carinho?

O prazer de se alimentar da vida
Assim como ela foi constituida
Saber usar habilidade que lhe foi adquirida
Pra descascar e saborear
Os prazeres que a natureza nos dá

A fruta que de tão mais madura que o humano,
Sabe a hora certa de ser humilde e cair,
Alimentando, se doando
Para que tudo a sua volta cresça
E que a vida não apodreça

Ela ensina todo dia para que não se esqueça
Mas você não pensa
Querendo sempre ser mais do que compensa
passa do tempo e apodrece
Seca, mucha e não percebe
Que a ganância fez
com que nem pra semente você preste.

A vida é escola,
Todo dia é prova,
E não adianta passar cola
Cada sabor compensa
o desafio que a vida nos coloca