quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Passatempo de um miserável

Planos que se vão
Rastejando pelo chão
Jogados ao vento pelo vilão
'Outros virão'
Cabeça a milhão
Lembranças, cobranças
Sonhos em vão

Depressão incontrolável
Auto-sabotagem incansável
De um talento admirável
Que sendo assim, imprestável
Apenas passatempo de um miserável

Se escrever é fuga,
Cavo pra dentro
Vazão ao sentimento
Que vaza sem consentimento
E transborda em lágrimas no momento
Ao sentir a fraqueza do esqueleto

Queria sentir vontade, mas o que vem é medo
E nada mais faz sentido ter feito
Frustração é o que sobra
Onde o sangue bombeia, que ela mora
E tudo perde a cor, fica uma bosta
Essa bossa já não é nova
Já faz anos que isso incomoda
Aumenta a dose, novas drogas
E nada de melhora...

Até onde vai?
Só Deus sabe...

Assim como sabe que essa tristeza em mim já não cabe
Queria mudar tanto
Mas falta mais que um tanto pra se chegar na metade
Aos meus, perdão por ser covarde
E gratidão por quem acredita que nunca é tarde

Uma hora ainda serei eu de verdade
Sem essa porra que mata minhas vontades

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

A metade


Nada se move por acaso
Onde não há tempo,
Não tem atraso
Tudo é na hora que tem que ser
Independente do que se crê

Querendo ou não,
Na hora certa, tudo pode acontecer
E vai de você
Querer ou não ver
Quem é que age através de você

Porque todos somos quem é
Independe do conceito que se tem de fé
Quem nos guarda em suas asas
Ilumina nossos pés
Protege nossas casas
Mas poucos entendem o valor da liberdade
E pecam pela arbitrariedade
Jogam nas costas de quem nos criou, a responsabilidade
E vivem pela metade
Em meio a tantas regras e rédeas
Pagando por representatividade
Para falsos profetas que vendem a verdade

Em nome de Deus, cometem atrocidades
Pelo dinheiro explora fidelidade
E não espalha o amor que é a outra metade
E vazios ficam seus filhos
Como filhotes no ninho
Com asas e não sabem voar
Precisam cair para decolar

E a força vem de Jah
No galho a balançar
No ar a respirar
O amor é a metade que falta reinar

Basta acreditar
E desejar que o seu Deus possa em ti trabalhar
Para abençoar e amar
Os outros Deuses em comunhão
Porque todos somos parte do que não se divide
E então em união Ele existe
Fica o meu convite
Abençoa a sua vida,
O Deus que em mim reside.

sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Cotidiano



No saculejo da vida eu vou
Escrever de novo pra quem não captou,
E hoje eu tô que tô,
Gritando aos ventos pra quem não escutou,
E nem viu que o gigante acordou
E dormiu de novo depois que passeou.

Ileso ficou
Quem seu próprio sangue o roubou.
E você nessa de robô:
Assiste,
Insiste,
Persiste
Com a miséria que lhe sobrou

E satisfeito ficou
Com a miséria que ganhou
E você? O que achou?
Mais uma escola que fechou,
Já não tinha aula porque a agua esgotou.

De noite, mais uma chacina que o estado encomendou
E que a tv não mostrou
Porque não dá ibope o show.
O sangue
Mancha
A tela
Da
Dona
Maria
Que chorou

Por mais um filho seu que a desigualdade levou
Corrupção é o que restou
De quem em Brasília, você colocou
O câncer que a sociedade criou
E toda população se contagiou

A
garganta
entala
com
a justiça
que
não chegou

A lagrima não secou
Com mais um idoso que sem leito ficou
Doença que a Cuba não curou
O
aposentado
que
tira
da
comida
pro
remédio
que
o
médico
receitou.

E o governo pra tudo isso, a cara virou
E a míngua o povo pobre continuou
Sustentando a elite que o xingou
E o trabalhador ainda feliz ficou
Com a escravidão que não acabou

Sigilos

Alguma coisa acontece no Bandeirantes
E não falo da treta dos estudantes
É muito mais obscuro
O plano desses farsantes

Algo muito sério está sendo tramado
Capaz de se sabotar um próximo mandato
com tantas medidas impopulares
Que chegam a serem covardes

Falta água pra lavar tanta sujeira
Que comprometem uma vida inteira
Fechar escola já foi falado
O assunto agora é sigilo declarado
De importantes documentos e laudos
E no escuro fica quem tá do outro lado
E fazem surgir diversas teorias conspiratórias
Que de certa forma
São lógicas:

A limpeza com o sangue dos menores na favela
O metro até o Ângela que a população ainda espera
O sigilo da administração penitenciária
Aliado com a falta de planejamento das águas

O cerco ao pobre está se fechando
O circo tá sendo armado
A polícia ta matando
E o povo sendo enganado

O final pode ser trágico
O que mais esperar desse bando de safado
Que desgoverna nosso estado?

quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Dia dos Professores


Parabéns professor!
Só você acreditou
Lutou e apanhou
Para melhorar o que o estado piorou.
É você que sente na pele
O quanto a ignorância fere
Que escuta insultos
De seus próprios alunos
Pois o ensino de hoje só forma gatunos
E analfabetos funcionais.
Eu sei que em você, isso dói demais
Por querer ensinar a eles, somente a paz
Mas a educação ficou para trás
Nessa sociedade que define
Quem é que já nasceu para o crime
Através da desigualdade que nos oprime
Já vimos esse filme...
O final não é feliz
Na lousa não há giz
O Alckmin cuida da educação
Como cuida do seu nariz

segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Mês das Crianças


Mês das crianças
Onde a esperança
Ficou só na lembrança,
Culpa de um governo movido pela vingança,
Destrói a educação e promove a matança.
A dança da cadeira já não remete à infância,
Da cadeira de aluno para cadeira elétrica
É o que propõe o governo de merda
Que não educa, mas pune de forma enérgica,
Quem briga por uma educação acima da média
E fechar escola é a meta
De quem perdeu a ética
E por não ter educação
Caga em cima dela.
Brinca com pequenas vidas como se brinca de boneca
E fica claro o que ninguém quer ver:
A trama do mal de quem está no poder.
Primeiro ato: redução da maioridade penal
Segundo ato: destruição do sistema educacional
Terceiro ato: mais uma chacina no jornal,
E de ato em ato,
mais um protesto das Mães de Maio no final
Onde não é teatro, é real
Muitas crianças se desviam no hiato
Entre o estatuto da criança e o código penal
E o descaso causando sem parar
Fazendo alunos na rua se manifestar
Ao invés de na escola estudar
professores sendo presos no lugar de ensinar
Polícia batendo ao invés de zelar
Pois com salario de militar
Não dá pra bancar estudo particular
Ai que tá...
De novo o que não é novo
Na ignorância, o povo contra o povo
Enquanto no topo da piramide
Os vampiros já sabem o trâmite,
Os próximos passos pra destruir e iludir
Essa gente ignorante
Que de tão inoperante
Deixa sem aula, os pobres estudantes
Semeando assim, futuros assaltantes
E a real vou te falar:
Não duvido se tudo isso é pra lucrar
Com algum acordo extracurricular
Com os donos de escola particular
Que faz lobby com o governo que não quer nem pensar
Já decidiu onde é que a molecada pobre deve estar:
Naquela C.A.S.A. onde não existe lar.

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Nobre Vira-Lata

Recentemente tenho visto
enquanto uns correm risco,
Vivendo no perigo,
o outro lado, os rico
achando bonito
bater panela cheia
contra quem não sabe nem o que é ceia.
E o motivo?
A convivência de pobres no meio dos rico...

Inclusão social que incomoda.
Acho que deveria ser uma troca:
tantas vivências, experiencias
e ninguém nota!
Mas virou uma guerra que só sobra
preconceito, ódio e gente morta.

Pobre não pode ir à faculdade,
ao shopping, nem ter carro...
Puta desigualdade,
uns espremido nos busão lotado,
E outros no ar condicionado do carrão importado...

O que nos oferecem é muito pouco
e ainda roubam nosso troco.
Uns se atacam pelo numero de bolsas
mas não se preocupam com os políticos que vivem de boa
com tantos auxílios bancados pelos trouxas!
(nós)

E o velho discurso de que tem que se contentar com o que tem...
Se já nasceu sem,
O que vier é lucro!
E nego tem que se virar sem nenhum puto,
Enquanto uns já nascem no luxo...
Pra mim soa injusto...

A elite tem medo do desenvolvimento do país,
Já que igualdade, ela nunca quis
O que se quer é o pobre por um triz
Pra continuar oferecendo esmola
E fazendo ele feliz

É o famoso complexo de vira lata:
Nóis não merecemo nada!
Quem tem tem,
quem não tem se mata!
Ou mata,
por não poder ter
e ter que tirar de você,
que lutou, batalhou para ter.

E no meio de tanto "ter",
muitos vão morrer
por ter mais do que você.

Desigualdade
Revelada pela qualidade
De vida e quantidade
De gente sofrida.

São muitos na adversidade
Gritando por igualdade,
Enquanto a nobreza bate
A pobreza cata lata
No país do nobre vira lata,
Porque toda riqueza provém da pobreza passada...

terça-feira, 6 de outubro de 2015

Eis-me aqui

Tem coisas que não se explica
E quando acontece,
Com cara de bobo agente fica
O que começou com brincadeira
Hoje vem rompendo fronteiras
E por tudo que já passei nessa vida inteira
Ainda vejo que cada dia é uma surpresa

Sofri, chorei, sobrevivi, escrevi:
Eis-me aqui!
Perto do fim, renasci:
Eis-me aqui, eis-me aqui...

E depois da dor, a magia
A semente plantada com poesia
Começa a render frutos, quem diria?
E novos tempos, nova época
Um poeta no inicio de uma nova era
Com seus medos, seus receios
Da vida, chegara a hora do recreio?
Pois muito aprendi e não há de parar por aqui
É preciso um intervalo para sorrir
Pra depois resistir e transmitir
O porque de eu estar aqui

Que a inspiração não me falte
Que o fósforo estrale acendendo a chama
Para que não falte luz praquilo que nóis ama
Pois há muito o que se queimar:
Desigualdade, segregação, ódio, preconceito
Fazer o que precisa ser feito
Ter por que se orgulhar
Olhar pra trás e pensar:
'O pior ficou pra trás'
Olhar pra frente e dizer:
'Vamos fazer acontecer'

E eu só tenho a agradecer
A quem não deixa a deprê vencer
E a quem ainda crê
Mais do que eu, no que eu ainda posso ser
Essa, é para todos vocês!

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Bandido bom é bandido morto

Se é bandido, não é bom,
se é bom, não deve ser morto
Mas quem somos nós pra decidir o fim dos outros
desejar a morte de alguém
é ser bandido também
E quem é bandido e rouba o povo?
Merece ser  morto?
Sobra nenhum pra governar de novo
Bandido bom é bandido morto?
Essa é a regra do jogo?
Se serve pra um (favelado)
tem que servir pra todos (do planalto)
Visão simplista e decorada
Que faz eco nas madrugada
Nos boteco da quebrada
a justiça declarada
que mata
com base numa só frase:
"Bandido bom, é bandido morto"
E a PM nessa fase
se guia nessa teoria
com o aval de quem repete e apóia
até o sangue respingar em sua porta
corrupção também é crime,
corrupto também é bandido
Até aquele que fura fila pra ver um filme
"Tropa de Elite", faca na caveira
Se segura na cadeira e repete de novo:
"Bandido bom, é bandido morto"

domingo, 4 de outubro de 2015

O vaso

Quando o vaso oco fica vazio
E invade o frio
Que congela e rompe o fio
Da sanidade que não se viu
O quão insignificante torna
O frasco seco de obra
E tão fraco fica por dentro e por fora
Que qualquer coisa o deforma
E o derruba e nada muda
Quer sair e não ver a rua
O mundo em declínio e a culpa também é sua
No meio do tédio a camisa não sua
De nada vale a disposição se ela vem crua
Fraqueza na perna e tontura
Sintomas de que não se foi e ainda tortura
Gratidão a quem ainda me atura
Perdão a quem minha letargia perturba
A agua mole tanto bate mas não fura
A pedra que no caminho é como a vida que é dura
Flores secas são melhores que capsulas de pseudo-cura
Onde disfarça a loucura
E não escancara a falcatrua
Com o placebo que se lucra
E fomenta essa indústria
Que fabrica a doença pra lhe oferecer a cura
(Cambada de filhos da puta)
O querer ser tendo que se esconder é como um tiro na nuca
Que a alma perfura
E o eu se afunda
Sem voz, murmura
Quer gritar mas ninguém o escuta
O vaso vasa vazio de forma confusa
E põe pra fora agonia pura
De quem falta conduta
No vazio perdura
De quem é a culpa
Se a vida já não é mais tão sua?
E na resposta a verdade que se escuta
A vida cria mas é a dor que educa
Então nada muda
Se o aluno não se preocupa
E lá se vai, se afunda
Sabe o que fazer e não faz porra nenhuma
Se sentir vivo é preencher o vaso vazio com flores que perfuma
Mas nada arruma e não se acostuma
Com o vazio que continua
Apanha da mente crua
Cai e fica esperando com que a dor suma

Papéis Trocados

Parece estar tudo errado
Nada mais é como foi no passado
Talvez nem o passado era exato
Já se confundiram os lados
Quem é civil, bandido ou soldado
Ta tudo bagunçado
Direita, esquerda, todo o mundo ta cagado
Repleto de safado
Na rua, no boteco, na policia, no senado
O pobre coitado, enganado
Acredita só no que na tv é mostrado
E o rico, preocupado
Não quer conviver com um pobre ao seu lado
Mas e o estado?
Não é islâmico, mas é armado
E o que sobra é uma pá de assassinatos
Morrem crianças, inocentes e culpados
Grupos de extermínio atarefados
Morte nas ocas, nos barracos
E na escola, o trabalho é censurado
O ensino tem de ser o enlatado
Que evangeliza o índio
E o preto é libertado
Ensino mentiroso que alimenta o gado
Que desde pequeno é domesticado
Treinado a escolher um dos lados
Sem perceber que o problema é centralizado
Você trabalha mas quem recebe é o estado
Policial assaltado
Bandido respeitado
Trabalhador explorado
Governo atirando pra todos os lados
Cidadão atingido revoltado
Sociedade de vários lados
Os papeis estão trocados
E o povo abandonado
Sem saber quem é inocente ou culpado