terça-feira, 29 de março de 2016

Mais Poesia, Menos Golpe

Agora já era meu camarada
A máscara caiu
E a guerra está declarada!

Poesia é o contragolpe
Que o sistema não esperava

Tem muita gente mal informada
Pregando ódio de maneira equivocada

Gente da gente em posição contrária
Reproduzindo as armadilhas televisionadas

Temos que fazer nossa parte nessa batalha
Usar a arte como arma
Municiando a quebrada

Formando linhas de frente
Dispostos a tudo ou a nada

Gritem os trabalhadores, os sofredores!

As diaristas, os vigilantes, os porteiros,
As babás, os serventes, os pedreiros
Os auxiliares, os operadores, os jardineiros
Os estudantes, motoristas, cobradores
Garis, ambulantes, professores
Os poetas, os escritores

Gritem o mais alto que pode:
#NÃOVAITERGOLPE!

Chega de apanharmos calados
Sabemos qual o nosso lado
Se vierem pro embate, estaremos preparados

O momento é de luta e não de braços cruzados
E sim de braços dados
Contra o golpe judiciário

Pela democracia não se acomode
A favor de nós, os pobres
Mais poesia, menos golpe

Seja no rap, no samba, no pagode

A periferia se levanta
Se articula e avança

Acendendo a chama da esperança
De um novo país disposto a mudança

-daLua

#LiteraturaMarginal
#PeriferiasContraOGolpe
#MaisPoesiaMenosGolpe

domingo, 27 de março de 2016

Céu Nublado

Em noite de um dia cinza
De uma vida sínica
Só os olhos da menina pinta
O único feixe de luz que brilha

Tinge o fosco olhar apagado
De quem vive monocromático, apático
Vendo a vida em piloto automático
A espera de algo mágico
Que o tire do buraco

Já experimentou alguns magos
Mas ainda se sente magoado

Tantos anos jogados
Vários remédios tomados
Cercado de querer bem por todos os lados

Mesmo assim o poeta não sorri
Escreve pra não chorar
E não se ver sumir por aí

A dor não lhe esquece e vem visitar
Cutucar pra lembrar
Que é nesta alma que veio morar

Então resta apenas pensar
Tirar palavras e ordenar

Um sentido procurar
Pra poder continuar
Ver até onde se pode chegar:

Aqui? Ali?
Em qualquer lugar...

Parado é que não quer ficar
Mas não encontra forças para se movimentar

E adormece...

Dormindo quem sabe esquece
Do chão que lhe desaparece
E apagado se torne leve
E que os sonhos o leve

O carregue pra outro plano
Onde o plano é a plenitude
E que enfim mude
Tenha animo e atitude

Pra reverter e viver
Não só sobreviver

Emanar positividade
Em cada frase

Passar de fase

Reviver os tempos da lage
E abaixo das estrelas do céu nublado
Encontrar em si algum significado

sexta-feira, 18 de março de 2016

Parcialidade

É essencial despir-se da parcialidade
E vestir o manto da coletividade

Identificar de onde se provém o mal
Nesse momento em que se precede o caos
Promovido por pressão de uma mídia parcial

De uma oposição que ataca para se defender
Expor os podres do outro lado para os seus esconder
E assim convencer você
De que assim que tem que ser:

Usar o ódio para vencer
Uma briga que é só pelo poder
E você compra essa briga para seus privilégios proteger
Porque hoje tem pobre onde não deveria ter

E entre manobras e trapaças
Amarras e mordaças
Tudo caminha para a desgraça

Manifestantes de ânimos acirrados
Pelo ódio motivados

No meio, uma maioria de amedrontados

Amigos brigados
Familiares separados
Trabalhadores desempregados
Alunos esfomeados
Idosos abandonados
Hospitais lotados

Todo mundo sofrendo e vocês escolhendo um só lado
Ficando de braços cruzados
Achando que é assim, divididos,
que vão mudar o quadro

Trocando o sujo pelo mal lavado

Na hora que o povo se orientar
Refletir e se encontrar
Saber bem qual o seu lugar
Aí sim poderá usar
Sua força para mudar

Inverter a piramide e derrubar
Os vampiros que só querem sugar
O sangue de um povo que ainda não aprendeu a junto lutar

-daLua

#LiteraturaMarginal

terça-feira, 8 de março de 2016

Corrupção Escolar

Não vou me cansar de falar
Enquanto nada melhorar

Do jeito que tá, não dá!

É difícil de imaginar
Até onde a corrupção pode chegar

Corrupção que não deveria estar em nenhum lugar
Mas chegou onde nunca deveria estar
Embora seja fácil de explicar:

Um povo mal educado é mais fácil de enganar

Por isso o esforço em piorar
As condições para se estudar

E eu na contramão não posso ignorar
Poesia é missão, não posso me calar!

É difícil saber por onde começar:
Reorganização, precarização, desvio da merenda escolar?
Corte de verbas das oficinas culturais?
Professores e alunos agredidos por policiais?

Falta vaga, falta respeito, falta vergonha...
A elite assiste a tudo isso toda risonha

A maioria burra não te afronta

E tudo isso só é sabido
porque é sentido pelo povo sofrido

Porque a tv não denuncia tal partido

Se não fosse o roncar do estomago vazio do menino
Tudo isso passava batido

Uma metade rouba enquanto acusa a outra de bandido

Jogo político:
Porcos trocam sorrisos cínicos
Enquanto o povo recebe só o lixo

O lixo da saúde, da segurança, do asfalto...
O lixo da educação, da moradia, do transporte caro...

O slogan do país de agora
virou motivo de  chacota
'Pátria educadora':
Mais uma fonte de renda pro estado calhorda

Que a Facção Estadual sabota
E a tv nada mostra
Só oferece bosta pra te tornar idiota

Nos distrai pela frente
para nos roubarem pelas costas

E a massa aceita a manobra:
Vai pra sacada bater panela
Enquanto falta escola na favela
Fingindo que não é da conta dela

Depois entra em choque quando o cano bate na janela
'Tuc, tuc, tuc',
Aí já era!
'Passa tudo senão furo suas costelas'

Quando a falta de investimento mais uma vida leva
É que a elite sente na pele a sequela

E percebe que da culpa ela também tem uma parcela
Por apoiar um governo que enche o bolso
Mas esvazia panelas...

-daLua

#LiteraturaMarginal