Ta tranquilo? Ta favorável?
Se liga no moleque sem merenda ali no pátio
Políticos corruptos nos fazendo de otários
Roubando a sobrevivência de uma maioria miserável
Os jornais lhe impõe qual deve ser o seu lado
Passando um pano pra metade dos safados
Enquanto no comercial do fantástico
Rola a propaganda milionária da samarco
Pra natureza, mariana nem um centavo
Ta tranquilo? Ta favorável?
Hit do carnaval foi folião metralhado
Trá-trá-trá
Nos falante o cala a boca dos favelados
Lixo sonoro que sequela e mantém o rebolado
Mais sofrência menos consciência
Pra mente dos acomodados
Ta tranquilo? Ta favorável?
Eles na mansão e nóis no barraco
Correndo perigo na mão dos soldados
Sucumbindo em meio a ratos e mosquitos listrados
Jogados no descaso
Pelas margens ignorados
Fora dos padrões, rejeitados
Maltrapilhos abandonados
Representados por uma corja de engravatados
Ta tranquilo? Ta favorável?
Meu povo segue escravizado
Refém do consumo imediato
Que te mantem algemado
Dentro do capitalismo desenfreado
Achando que ta tranquilo, favorável
Sofrendo sem comida no prato
Pagando de pá com carro financiado
Passando fome de tênis importado
Ta tranquilo? Ta favorável?
Antes era pão e circo, agora é só circo montado
Sendo nóis os próprios palhaços
Rindo de nós mesmo, sofredores engraçados
O pão, a merenda, foi pro saco
Virou dinheiro sujo no bolso do estado
Ta tranquilo, favorável
Pra quem quer um povo alienado
Que só repete refrão fraco
Enquanto se afunda no buraco
Ta tranquilo? Ta favorável?
Olha o moleque sem merenda ali no pátio
-daLua
#LiteraturaMarginal
terça-feira, 23 de fevereiro de 2016
quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016
Paraíso
Você já parou para pensar, né?
A vida num paraíso como é:
Casinha a beira do rio, agua limpa, fruta no pé...
Dormindo ao som da correnteza
Acordando com os sons da natureza
Acordado pra vida, repleto de certezas.
Mas na busca do querer sempre mais
Amaldiçoado serás!
Dinheiro, o fruto proibido!
Viverás à beira de um córrego fedido
À sombra de urubus famintos
Sem rosas só espinhos
Dos arames farpados
De um pedaço de concreto loteado
Acordando com tiros disparados
E dormindo sob efeito de remédios controlados
Onde se semeia no árido
Nem sempre brota o aprendizado
Do mais miserável ao mais notável homem
Sobreviventes em meio a fome
Não é questão de sorte
O início do processo de extinção
É irmão matando irmão
Em seguida a próxima etapa:
novas doenças e alimentação fraca
E enquanto agente se degrada
Verás que batido ninguém passa
Todos sofrem com os efeitos da causa
No gatilho: um toque
Os opostos entram em choque
Controle da população pobre
Através da violencia, moeda de troca
Dizimando a raça numa guerra onde não há tropas
Apenas uma maioria em malocas
No que um dia já foi o paraíso
Herdando somente o prejuízo
De quem transformou paraíso em inferno
Só para não ter pobre por perto:
'Fiquem com os rios, os morros, os vales...
Fiquem à vontade!
O plano é nosso, o centro da cidade
Recolham os lixos, construam seus lares'
E a maldição se concreta:
O paraíso já era,
Virou favela!
O córrego serpenteia o morro margeando as vielas
A natureza já não desperta...
O chiado do esgoto já faz parte dela
Periferia vai muito alem da geografia
Favela tranquila é coisa de novela
Falo por aqueles de vazias panelas
De onde choram os poetas...
Arma, caneta ou pedra?
Você tem essas opções, vê se não ramela:
Escrever a própria história
Ou engolir a do cidade alerta?
#LiteraturaMarginal
A vida num paraíso como é:
Casinha a beira do rio, agua limpa, fruta no pé...
Dormindo ao som da correnteza
Acordando com os sons da natureza
Acordado pra vida, repleto de certezas.
Mas na busca do querer sempre mais
Amaldiçoado serás!
Dinheiro, o fruto proibido!
Viverás à beira de um córrego fedido
À sombra de urubus famintos
Sem rosas só espinhos
Dos arames farpados
De um pedaço de concreto loteado
Acordando com tiros disparados
E dormindo sob efeito de remédios controlados
Onde se semeia no árido
Nem sempre brota o aprendizado
Do mais miserável ao mais notável homem
Sobreviventes em meio a fome
Não é questão de sorte
O início do processo de extinção
É irmão matando irmão
Em seguida a próxima etapa:
novas doenças e alimentação fraca
E enquanto agente se degrada
Verás que batido ninguém passa
Todos sofrem com os efeitos da causa
No gatilho: um toque
Os opostos entram em choque
Controle da população pobre
Através da violencia, moeda de troca
Dizimando a raça numa guerra onde não há tropas
Apenas uma maioria em malocas
No que um dia já foi o paraíso
Herdando somente o prejuízo
De quem transformou paraíso em inferno
Só para não ter pobre por perto:
'Fiquem com os rios, os morros, os vales...
Fiquem à vontade!
O plano é nosso, o centro da cidade
Recolham os lixos, construam seus lares'
E a maldição se concreta:
O paraíso já era,
Virou favela!
O córrego serpenteia o morro margeando as vielas
A natureza já não desperta...
O chiado do esgoto já faz parte dela
Periferia vai muito alem da geografia
Favela tranquila é coisa de novela
Falo por aqueles de vazias panelas
De onde choram os poetas...
Arma, caneta ou pedra?
Você tem essas opções, vê se não ramela:
Escrever a própria história
Ou engolir a do cidade alerta?
#LiteraturaMarginal
segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016
Bola de Gude
Fazem com o que se escute
Somente o que denigre a juventude
Criminalizam a atitude
Desvirtuando a virtude
Torcendo pra que nada mude
Idiotização que ilude
E a real cada vez mais rude:
O ódio em plenitude
Perdido no meio dessa magnitude
Mascando o chiclete sem querer que ele grude
Na esperança de alguem que o ajude
Sofrendo por sua própria quietude
A omissão é faca de dois gumes
Nos falante e na tv é só estrume
Em apologia ao álcool e ao desrespeito se resume
E você vai seguindo o cardume
Tampando os sentidos pro chorume
E é isso que eles querem, que você se acostume
E um jeito arrume
Nessa crise moral em que ninguém se assume
De longe sente-se o perfume:
Sequelado é o que se presume
Mas a torcida é que pra frente, rume
O mundo que não passa de uma bola de gude
-daLua
#LiteraturaMarginal
Somente o que denigre a juventude
Criminalizam a atitude
Desvirtuando a virtude
Torcendo pra que nada mude
Idiotização que ilude
E a real cada vez mais rude:
O ódio em plenitude
Perdido no meio dessa magnitude
Mascando o chiclete sem querer que ele grude
Na esperança de alguem que o ajude
Sofrendo por sua própria quietude
A omissão é faca de dois gumes
Nos falante e na tv é só estrume
Em apologia ao álcool e ao desrespeito se resume
E você vai seguindo o cardume
Tampando os sentidos pro chorume
E é isso que eles querem, que você se acostume
E um jeito arrume
Nessa crise moral em que ninguém se assume
De longe sente-se o perfume:
Sequelado é o que se presume
Mas a torcida é que pra frente, rume
O mundo que não passa de uma bola de gude
-daLua
#LiteraturaMarginal
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