quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Tudo ou Nada


O amor é tudo
Mesmo quando não é nada
E nesse tudo ou nada
Ou é tudo, ou nada
Se pra um for tudo
E pro outro nada
O tudo vira nada
E fica um perdido no tudo, sem futuro
Enquanto para o outro não pega nada,
São só águas passadas
E o que um dia foi tudo
Hoje não é mais nada
Uma pessoa amada
Outra machucada
Então ao amar
Mesmo quando for tudo
Lembre que ainda é nada
E quando não for nada
Lembre que pode ser tudo
O que importa é amar um todo
Mesmo que faça papel de tolo
Não existe um amor maior que outro
É tudo ou nada, cheio ou vazio
Todo ou parte, calor ou frio
Quando não se tem nada, tudo aparece
Porque o amor é só pra quem merece

#LiteraturaMarginal
#Amor

quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Ocupações


Ocupar é arte
Resistir faz parte
O governo covarde
Não aguenta a verdade
E bate, ai como bate...

E a cambada de mal educado
Se voltou contra o estado
E o cara de chuchu agora dorme assustado
Mexeu com quem já tava inquieto, coitado...

Será que ele achou que passaria batido?
Fechar escola pra abrir presídio?
Inocência demais pra um bandido
No minimo o ensino já ta vendido
E o povo como sempre tá...
Mas desta vez, não está abatido
E sim comprometido
Vai que vai mulecada!
Hora de expor nosso orgulho ferido
Fazer com que nosso pedido
Seja ouvido:

NÃO FECHE MINHA ESCOLA

Que venha a tropa
A luta não é de agora
Engole seu autoritarismo e vai embora
Porque é chegada a hora
A revolução começou na escola
E os menor agora bota
O estado na roda

Chega de fazer papel de idiota
Se a escola é publica
É de quem nela vota
Que feche bares, igrejas e biqueiras
Mas fechar escola, nem de brincadeira

#naofecheminhaescola
#ocupamemo
#literaturamarginal

domingo, 15 de novembro de 2015

Empatia



A dor de uma tragédia
Dura até que outra aconteça
E isso não entra na minha cabeça
Porque caso você se esqueça
Lembre por quem chorou
E pra quem, com verdade, você rezou
Que não seja só pelo que a tv mostrou
A morte não tem nacionalidade
Todas as vidas tem o mesmo valor

Empatia midiática:
Lágrimas cenográficas
Milhões morrem no mundo de forma trágica
E você não viu,
Tava ocupado escolhendo pela qual
Você presta homenagem no perfil
No mundo do facebook
Todos querem que o mundo mude
Mas fora dele, a realidade é mais rude

Mariana sangra lama
Terror a paz estanca
Na capital da França
Tanto lá, quanto cá
O inferno abriu as tranca
De fortaleza até osasco
Quem mata é os cana
Então, olha, muitos morrem pela gana
Vidas se perdem enquanto dinheiro ganha
E pela fé, muitos se engana
Matam em nome de seu Deus
Que é o mesmo que o meu
Mas muitos não entendeu
Que o nome é o homem que deu
Pelo idioma que nasceu
E o livro que ler aprendeu
E no meio de tudo isso só há uma certeza
Lá de cima Ele olha com tristeza
O que fizeram com o mundo que antes era só beleza

Agora já era,
princípio do fim
Não adianta depois vim
reclamar pra mim

Que sou só mais um poeta louco
Que entra em pânico por estar em desacordo
Mil cairão a minha direita?
Outros a minha esquerda?
No meio estarei chorando
Pela justiça que não foi feita

Dá até um piripaque
Por que diferente de muitos,
Eu sinto o baque
Pelo que passa a humanidade
Perdidos no vão entre o consumo e a vaidade,
A fé e a verdade
O desamor pregado numa terra de covardes
Me despeço antes que seja tarde
E aconteça a próxima calamidade
Um salve a quem sente de verdade

#França
#Terrorismo
#Mariana
#Samarco
#LiteraturaMarginal
#VendoAlem

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Viver de Poesia


Ah que bom seria
Se desse pra viver só de poesia
Mas quem sabe um dia
O mundo vira
E de cabeça pra baixo,
tudo fica
As moedas caem,
o bolso esvazia
E assim todo mundo igual ficaria
Sem dinheiro que é o que nos diferencia

E essa gente, então saberia
O valor de uma poesia
O pedaço que o poeta de si tira
Para trazer beleza à vida sofrida

Nem que seja num boteco de vila
A poesia grita
Embebeda e vicia
Quem nasceu pra rebeldia

Escrevendo no tumulto da periferia
Marginalidade escrita
Que me traz sobrevida
Ah se pudesse viver só de poesia,
Eu jamais morreria,
Eterno ficaria
Até o fim dos dias
Recitando alegria

Pagando com poema a padaria,
O açougue e a mercearia...
Ah que lindo o mundo seria
Se desse pra viver só de poesia!

Quem sabe um dia
Quem sabe a minha filha...
Uma bela herança ela teria.

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Alcool


Porta de entrada para outras drogas
Um grande numero de causas de gente morta
Mistura letal que te insere no social
Te seduz com o marketing no comercial
Que te transforma em máquina
programada pra fazer o mal

Um cigarro durante pra ficar legal
Um teco depois pra voltar ao normal
O álcool é personagem principal
Que mata no final

A coragem que ele te dá
De falar o que pensar
E que amanhã não lembrará
Usando como desculpa
Uma fraqueza que é só sua

Ou ousadia, na covardia
Agride até a filha
Com a vergonha ela fica
De ter perdido o pai pra pinga

O álcool e o desconforto
Coragem e confronto
Violência e sangue
A morte num instante

Combustível pra discórdia
Muitos se vão e ficam só na memória
O álcool e o volante
Perigo constante
Mar de muito inocente sangue
Que afoga a sanidade
Brinda com a impunidade
Enquanto do outro lado fica a saudade

Álcool, combustível pra tragédia
Poucos sobrevivem a ela
Mistura com ódio, medo, intolerância
Volante, droga, ignorância
Não importa o ingrediente
Misturou com álcool, nada é acidente

Liquido de diluição da morte
Vacilou toma o bote
Carimba o passaporte
Seja por besteira, ou por cirrose

segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Finados


Finados sempre chove,
Já to ligado,
Não tem como a previsão dar errado
Todo ano,
novembro chega molhado

Deve ser das lágrimas de saudade
Que dos olhos evade
Ao lembrar daqueles que hoje
Se resumem em lápide...

Mas crenças a parte,
Pra mim isso é bobagem
Pois quem já perdeu alguém
Sabe que o ano inteiro é de saudade

2 de novembro é pra vender flor
E de lotar cemitérios
Mas as mortes sem critério
Não tira folga
E ao invés de rosas
Na favela o cheiro é de pólvora
Que não nos deixa esquecer
Daqueles que já se foram embora
E preocupa os que podem ir
Porque onde é finados todo dia
É difícil de sorrir

E de certa forma
Viver no terror nos consola
Por saber que ao partir
Foram pra um lugar melhor que aqui
Onde terão seu descanso eterno
Após sua passagem por este inferno
Que é mó treta
Onde muitos não sobrevivem
e viram número na tampa de uma gaveta