terça-feira, 15 de dezembro de 2015


Somos todos palhaços
No circo de horrores
Que visita a terra de quem esconde seus traços
A cada espetáculo, mídia, holofotes
Nos testam até a morte
Pra saber o quanto a manipulação ainda segue forte
Poder onde é medido por conflitos
O quanto o povo contra povo
Deixa de mortos e feridos

Te fazem acreditar que sua voz é mais forte
Do que eles fazem com nóis
De sul a norte
Cria o problema sem culpa
Só pra ver de que lado você luta
Polêmicas que viram dilemas
Diferencia e separa
Pessoas idênticas
Humanos em raças
Pessoas apáticas
Opiniões automáticas
Consequências trágicas
Matando e prendendo as mais fracas
O queijo e a faca
Você e o governo
Independente de onde veio
É ele que ataca

E nóis ai, protestando separados
Um contra o outro
Enquanto o inimigo sai de lado
Roubando nosso ouro
Enquanto assiste tudo parado
Escoltados por braços armados
Então, projetos arquivados
Já que ainda é eficaz
A alienação que ele faz
Então, aprovado ou não
Tanto faz
Já que nóis ainda morre em sua mão
Voto, ilusão
descaso, frustração
Abandono ou alienação
O sim ou não
Pra direita ou esquerda, qual a direção
Se seguir sempre uma opção
Você roda em vão
Equilíbrio, solução, união...

Pra frente, em frente, enfrente
De caras limpas fazer um mundo decente

#Circo #CriticaSocial #Palhacos
#LiteraturaMarginal #VendoAlem

quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Tudo ou Nada


O amor é tudo
Mesmo quando não é nada
E nesse tudo ou nada
Ou é tudo, ou nada
Se pra um for tudo
E pro outro nada
O tudo vira nada
E fica um perdido no tudo, sem futuro
Enquanto para o outro não pega nada,
São só águas passadas
E o que um dia foi tudo
Hoje não é mais nada
Uma pessoa amada
Outra machucada
Então ao amar
Mesmo quando for tudo
Lembre que ainda é nada
E quando não for nada
Lembre que pode ser tudo
O que importa é amar um todo
Mesmo que faça papel de tolo
Não existe um amor maior que outro
É tudo ou nada, cheio ou vazio
Todo ou parte, calor ou frio
Quando não se tem nada, tudo aparece
Porque o amor é só pra quem merece

#LiteraturaMarginal
#Amor

quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Ocupações


Ocupar é arte
Resistir faz parte
O governo covarde
Não aguenta a verdade
E bate, ai como bate...

E a cambada de mal educado
Se voltou contra o estado
E o cara de chuchu agora dorme assustado
Mexeu com quem já tava inquieto, coitado...

Será que ele achou que passaria batido?
Fechar escola pra abrir presídio?
Inocência demais pra um bandido
No minimo o ensino já ta vendido
E o povo como sempre tá...
Mas desta vez, não está abatido
E sim comprometido
Vai que vai mulecada!
Hora de expor nosso orgulho ferido
Fazer com que nosso pedido
Seja ouvido:

NÃO FECHE MINHA ESCOLA

Que venha a tropa
A luta não é de agora
Engole seu autoritarismo e vai embora
Porque é chegada a hora
A revolução começou na escola
E os menor agora bota
O estado na roda

Chega de fazer papel de idiota
Se a escola é publica
É de quem nela vota
Que feche bares, igrejas e biqueiras
Mas fechar escola, nem de brincadeira

#naofecheminhaescola
#ocupamemo
#literaturamarginal

domingo, 15 de novembro de 2015

Empatia



A dor de uma tragédia
Dura até que outra aconteça
E isso não entra na minha cabeça
Porque caso você se esqueça
Lembre por quem chorou
E pra quem, com verdade, você rezou
Que não seja só pelo que a tv mostrou
A morte não tem nacionalidade
Todas as vidas tem o mesmo valor

Empatia midiática:
Lágrimas cenográficas
Milhões morrem no mundo de forma trágica
E você não viu,
Tava ocupado escolhendo pela qual
Você presta homenagem no perfil
No mundo do facebook
Todos querem que o mundo mude
Mas fora dele, a realidade é mais rude

Mariana sangra lama
Terror a paz estanca
Na capital da França
Tanto lá, quanto cá
O inferno abriu as tranca
De fortaleza até osasco
Quem mata é os cana
Então, olha, muitos morrem pela gana
Vidas se perdem enquanto dinheiro ganha
E pela fé, muitos se engana
Matam em nome de seu Deus
Que é o mesmo que o meu
Mas muitos não entendeu
Que o nome é o homem que deu
Pelo idioma que nasceu
E o livro que ler aprendeu
E no meio de tudo isso só há uma certeza
Lá de cima Ele olha com tristeza
O que fizeram com o mundo que antes era só beleza

Agora já era,
princípio do fim
Não adianta depois vim
reclamar pra mim

Que sou só mais um poeta louco
Que entra em pânico por estar em desacordo
Mil cairão a minha direita?
Outros a minha esquerda?
No meio estarei chorando
Pela justiça que não foi feita

Dá até um piripaque
Por que diferente de muitos,
Eu sinto o baque
Pelo que passa a humanidade
Perdidos no vão entre o consumo e a vaidade,
A fé e a verdade
O desamor pregado numa terra de covardes
Me despeço antes que seja tarde
E aconteça a próxima calamidade
Um salve a quem sente de verdade

#França
#Terrorismo
#Mariana
#Samarco
#LiteraturaMarginal
#VendoAlem

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Viver de Poesia


Ah que bom seria
Se desse pra viver só de poesia
Mas quem sabe um dia
O mundo vira
E de cabeça pra baixo,
tudo fica
As moedas caem,
o bolso esvazia
E assim todo mundo igual ficaria
Sem dinheiro que é o que nos diferencia

E essa gente, então saberia
O valor de uma poesia
O pedaço que o poeta de si tira
Para trazer beleza à vida sofrida

Nem que seja num boteco de vila
A poesia grita
Embebeda e vicia
Quem nasceu pra rebeldia

Escrevendo no tumulto da periferia
Marginalidade escrita
Que me traz sobrevida
Ah se pudesse viver só de poesia,
Eu jamais morreria,
Eterno ficaria
Até o fim dos dias
Recitando alegria

Pagando com poema a padaria,
O açougue e a mercearia...
Ah que lindo o mundo seria
Se desse pra viver só de poesia!

Quem sabe um dia
Quem sabe a minha filha...
Uma bela herança ela teria.

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Alcool


Porta de entrada para outras drogas
Um grande numero de causas de gente morta
Mistura letal que te insere no social
Te seduz com o marketing no comercial
Que te transforma em máquina
programada pra fazer o mal

Um cigarro durante pra ficar legal
Um teco depois pra voltar ao normal
O álcool é personagem principal
Que mata no final

A coragem que ele te dá
De falar o que pensar
E que amanhã não lembrará
Usando como desculpa
Uma fraqueza que é só sua

Ou ousadia, na covardia
Agride até a filha
Com a vergonha ela fica
De ter perdido o pai pra pinga

O álcool e o desconforto
Coragem e confronto
Violência e sangue
A morte num instante

Combustível pra discórdia
Muitos se vão e ficam só na memória
O álcool e o volante
Perigo constante
Mar de muito inocente sangue
Que afoga a sanidade
Brinda com a impunidade
Enquanto do outro lado fica a saudade

Álcool, combustível pra tragédia
Poucos sobrevivem a ela
Mistura com ódio, medo, intolerância
Volante, droga, ignorância
Não importa o ingrediente
Misturou com álcool, nada é acidente

Liquido de diluição da morte
Vacilou toma o bote
Carimba o passaporte
Seja por besteira, ou por cirrose

segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Finados


Finados sempre chove,
Já to ligado,
Não tem como a previsão dar errado
Todo ano,
novembro chega molhado

Deve ser das lágrimas de saudade
Que dos olhos evade
Ao lembrar daqueles que hoje
Se resumem em lápide...

Mas crenças a parte,
Pra mim isso é bobagem
Pois quem já perdeu alguém
Sabe que o ano inteiro é de saudade

2 de novembro é pra vender flor
E de lotar cemitérios
Mas as mortes sem critério
Não tira folga
E ao invés de rosas
Na favela o cheiro é de pólvora
Que não nos deixa esquecer
Daqueles que já se foram embora
E preocupa os que podem ir
Porque onde é finados todo dia
É difícil de sorrir

E de certa forma
Viver no terror nos consola
Por saber que ao partir
Foram pra um lugar melhor que aqui
Onde terão seu descanso eterno
Após sua passagem por este inferno
Que é mó treta
Onde muitos não sobrevivem
e viram número na tampa de uma gaveta

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Passatempo de um miserável

Planos que se vão
Rastejando pelo chão
Jogados ao vento pelo vilão
'Outros virão'
Cabeça a milhão
Lembranças, cobranças
Sonhos em vão

Depressão incontrolável
Auto-sabotagem incansável
De um talento admirável
Que sendo assim, imprestável
Apenas passatempo de um miserável

Se escrever é fuga,
Cavo pra dentro
Vazão ao sentimento
Que vaza sem consentimento
E transborda em lágrimas no momento
Ao sentir a fraqueza do esqueleto

Queria sentir vontade, mas o que vem é medo
E nada mais faz sentido ter feito
Frustração é o que sobra
Onde o sangue bombeia, que ela mora
E tudo perde a cor, fica uma bosta
Essa bossa já não é nova
Já faz anos que isso incomoda
Aumenta a dose, novas drogas
E nada de melhora...

Até onde vai?
Só Deus sabe...

Assim como sabe que essa tristeza em mim já não cabe
Queria mudar tanto
Mas falta mais que um tanto pra se chegar na metade
Aos meus, perdão por ser covarde
E gratidão por quem acredita que nunca é tarde

Uma hora ainda serei eu de verdade
Sem essa porra que mata minhas vontades

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

A metade


Nada se move por acaso
Onde não há tempo,
Não tem atraso
Tudo é na hora que tem que ser
Independente do que se crê

Querendo ou não,
Na hora certa, tudo pode acontecer
E vai de você
Querer ou não ver
Quem é que age através de você

Porque todos somos quem é
Independe do conceito que se tem de fé
Quem nos guarda em suas asas
Ilumina nossos pés
Protege nossas casas
Mas poucos entendem o valor da liberdade
E pecam pela arbitrariedade
Jogam nas costas de quem nos criou, a responsabilidade
E vivem pela metade
Em meio a tantas regras e rédeas
Pagando por representatividade
Para falsos profetas que vendem a verdade

Em nome de Deus, cometem atrocidades
Pelo dinheiro explora fidelidade
E não espalha o amor que é a outra metade
E vazios ficam seus filhos
Como filhotes no ninho
Com asas e não sabem voar
Precisam cair para decolar

E a força vem de Jah
No galho a balançar
No ar a respirar
O amor é a metade que falta reinar

Basta acreditar
E desejar que o seu Deus possa em ti trabalhar
Para abençoar e amar
Os outros Deuses em comunhão
Porque todos somos parte do que não se divide
E então em união Ele existe
Fica o meu convite
Abençoa a sua vida,
O Deus que em mim reside.

sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Cotidiano



No saculejo da vida eu vou
Escrever de novo pra quem não captou,
E hoje eu tô que tô,
Gritando aos ventos pra quem não escutou,
E nem viu que o gigante acordou
E dormiu de novo depois que passeou.

Ileso ficou
Quem seu próprio sangue o roubou.
E você nessa de robô:
Assiste,
Insiste,
Persiste
Com a miséria que lhe sobrou

E satisfeito ficou
Com a miséria que ganhou
E você? O que achou?
Mais uma escola que fechou,
Já não tinha aula porque a agua esgotou.

De noite, mais uma chacina que o estado encomendou
E que a tv não mostrou
Porque não dá ibope o show.
O sangue
Mancha
A tela
Da
Dona
Maria
Que chorou

Por mais um filho seu que a desigualdade levou
Corrupção é o que restou
De quem em Brasília, você colocou
O câncer que a sociedade criou
E toda população se contagiou

A
garganta
entala
com
a justiça
que
não chegou

A lagrima não secou
Com mais um idoso que sem leito ficou
Doença que a Cuba não curou
O
aposentado
que
tira
da
comida
pro
remédio
que
o
médico
receitou.

E o governo pra tudo isso, a cara virou
E a míngua o povo pobre continuou
Sustentando a elite que o xingou
E o trabalhador ainda feliz ficou
Com a escravidão que não acabou

Sigilos

Alguma coisa acontece no Bandeirantes
E não falo da treta dos estudantes
É muito mais obscuro
O plano desses farsantes

Algo muito sério está sendo tramado
Capaz de se sabotar um próximo mandato
com tantas medidas impopulares
Que chegam a serem covardes

Falta água pra lavar tanta sujeira
Que comprometem uma vida inteira
Fechar escola já foi falado
O assunto agora é sigilo declarado
De importantes documentos e laudos
E no escuro fica quem tá do outro lado
E fazem surgir diversas teorias conspiratórias
Que de certa forma
São lógicas:

A limpeza com o sangue dos menores na favela
O metro até o Ângela que a população ainda espera
O sigilo da administração penitenciária
Aliado com a falta de planejamento das águas

O cerco ao pobre está se fechando
O circo tá sendo armado
A polícia ta matando
E o povo sendo enganado

O final pode ser trágico
O que mais esperar desse bando de safado
Que desgoverna nosso estado?

quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Dia dos Professores


Parabéns professor!
Só você acreditou
Lutou e apanhou
Para melhorar o que o estado piorou.
É você que sente na pele
O quanto a ignorância fere
Que escuta insultos
De seus próprios alunos
Pois o ensino de hoje só forma gatunos
E analfabetos funcionais.
Eu sei que em você, isso dói demais
Por querer ensinar a eles, somente a paz
Mas a educação ficou para trás
Nessa sociedade que define
Quem é que já nasceu para o crime
Através da desigualdade que nos oprime
Já vimos esse filme...
O final não é feliz
Na lousa não há giz
O Alckmin cuida da educação
Como cuida do seu nariz

segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Mês das Crianças


Mês das crianças
Onde a esperança
Ficou só na lembrança,
Culpa de um governo movido pela vingança,
Destrói a educação e promove a matança.
A dança da cadeira já não remete à infância,
Da cadeira de aluno para cadeira elétrica
É o que propõe o governo de merda
Que não educa, mas pune de forma enérgica,
Quem briga por uma educação acima da média
E fechar escola é a meta
De quem perdeu a ética
E por não ter educação
Caga em cima dela.
Brinca com pequenas vidas como se brinca de boneca
E fica claro o que ninguém quer ver:
A trama do mal de quem está no poder.
Primeiro ato: redução da maioridade penal
Segundo ato: destruição do sistema educacional
Terceiro ato: mais uma chacina no jornal,
E de ato em ato,
mais um protesto das Mães de Maio no final
Onde não é teatro, é real
Muitas crianças se desviam no hiato
Entre o estatuto da criança e o código penal
E o descaso causando sem parar
Fazendo alunos na rua se manifestar
Ao invés de na escola estudar
professores sendo presos no lugar de ensinar
Polícia batendo ao invés de zelar
Pois com salario de militar
Não dá pra bancar estudo particular
Ai que tá...
De novo o que não é novo
Na ignorância, o povo contra o povo
Enquanto no topo da piramide
Os vampiros já sabem o trâmite,
Os próximos passos pra destruir e iludir
Essa gente ignorante
Que de tão inoperante
Deixa sem aula, os pobres estudantes
Semeando assim, futuros assaltantes
E a real vou te falar:
Não duvido se tudo isso é pra lucrar
Com algum acordo extracurricular
Com os donos de escola particular
Que faz lobby com o governo que não quer nem pensar
Já decidiu onde é que a molecada pobre deve estar:
Naquela C.A.S.A. onde não existe lar.

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Nobre Vira-Lata

Recentemente tenho visto
enquanto uns correm risco,
Vivendo no perigo,
o outro lado, os rico
achando bonito
bater panela cheia
contra quem não sabe nem o que é ceia.
E o motivo?
A convivência de pobres no meio dos rico...

Inclusão social que incomoda.
Acho que deveria ser uma troca:
tantas vivências, experiencias
e ninguém nota!
Mas virou uma guerra que só sobra
preconceito, ódio e gente morta.

Pobre não pode ir à faculdade,
ao shopping, nem ter carro...
Puta desigualdade,
uns espremido nos busão lotado,
E outros no ar condicionado do carrão importado...

O que nos oferecem é muito pouco
e ainda roubam nosso troco.
Uns se atacam pelo numero de bolsas
mas não se preocupam com os políticos que vivem de boa
com tantos auxílios bancados pelos trouxas!
(nós)

E o velho discurso de que tem que se contentar com o que tem...
Se já nasceu sem,
O que vier é lucro!
E nego tem que se virar sem nenhum puto,
Enquanto uns já nascem no luxo...
Pra mim soa injusto...

A elite tem medo do desenvolvimento do país,
Já que igualdade, ela nunca quis
O que se quer é o pobre por um triz
Pra continuar oferecendo esmola
E fazendo ele feliz

É o famoso complexo de vira lata:
Nóis não merecemo nada!
Quem tem tem,
quem não tem se mata!
Ou mata,
por não poder ter
e ter que tirar de você,
que lutou, batalhou para ter.

E no meio de tanto "ter",
muitos vão morrer
por ter mais do que você.

Desigualdade
Revelada pela qualidade
De vida e quantidade
De gente sofrida.

São muitos na adversidade
Gritando por igualdade,
Enquanto a nobreza bate
A pobreza cata lata
No país do nobre vira lata,
Porque toda riqueza provém da pobreza passada...

terça-feira, 6 de outubro de 2015

Eis-me aqui

Tem coisas que não se explica
E quando acontece,
Com cara de bobo agente fica
O que começou com brincadeira
Hoje vem rompendo fronteiras
E por tudo que já passei nessa vida inteira
Ainda vejo que cada dia é uma surpresa

Sofri, chorei, sobrevivi, escrevi:
Eis-me aqui!
Perto do fim, renasci:
Eis-me aqui, eis-me aqui...

E depois da dor, a magia
A semente plantada com poesia
Começa a render frutos, quem diria?
E novos tempos, nova época
Um poeta no inicio de uma nova era
Com seus medos, seus receios
Da vida, chegara a hora do recreio?
Pois muito aprendi e não há de parar por aqui
É preciso um intervalo para sorrir
Pra depois resistir e transmitir
O porque de eu estar aqui

Que a inspiração não me falte
Que o fósforo estrale acendendo a chama
Para que não falte luz praquilo que nóis ama
Pois há muito o que se queimar:
Desigualdade, segregação, ódio, preconceito
Fazer o que precisa ser feito
Ter por que se orgulhar
Olhar pra trás e pensar:
'O pior ficou pra trás'
Olhar pra frente e dizer:
'Vamos fazer acontecer'

E eu só tenho a agradecer
A quem não deixa a deprê vencer
E a quem ainda crê
Mais do que eu, no que eu ainda posso ser
Essa, é para todos vocês!

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Bandido bom é bandido morto

Se é bandido, não é bom,
se é bom, não deve ser morto
Mas quem somos nós pra decidir o fim dos outros
desejar a morte de alguém
é ser bandido também
E quem é bandido e rouba o povo?
Merece ser  morto?
Sobra nenhum pra governar de novo
Bandido bom é bandido morto?
Essa é a regra do jogo?
Se serve pra um (favelado)
tem que servir pra todos (do planalto)
Visão simplista e decorada
Que faz eco nas madrugada
Nos boteco da quebrada
a justiça declarada
que mata
com base numa só frase:
"Bandido bom, é bandido morto"
E a PM nessa fase
se guia nessa teoria
com o aval de quem repete e apóia
até o sangue respingar em sua porta
corrupção também é crime,
corrupto também é bandido
Até aquele que fura fila pra ver um filme
"Tropa de Elite", faca na caveira
Se segura na cadeira e repete de novo:
"Bandido bom, é bandido morto"

domingo, 4 de outubro de 2015

O vaso

Quando o vaso oco fica vazio
E invade o frio
Que congela e rompe o fio
Da sanidade que não se viu
O quão insignificante torna
O frasco seco de obra
E tão fraco fica por dentro e por fora
Que qualquer coisa o deforma
E o derruba e nada muda
Quer sair e não ver a rua
O mundo em declínio e a culpa também é sua
No meio do tédio a camisa não sua
De nada vale a disposição se ela vem crua
Fraqueza na perna e tontura
Sintomas de que não se foi e ainda tortura
Gratidão a quem ainda me atura
Perdão a quem minha letargia perturba
A agua mole tanto bate mas não fura
A pedra que no caminho é como a vida que é dura
Flores secas são melhores que capsulas de pseudo-cura
Onde disfarça a loucura
E não escancara a falcatrua
Com o placebo que se lucra
E fomenta essa indústria
Que fabrica a doença pra lhe oferecer a cura
(Cambada de filhos da puta)
O querer ser tendo que se esconder é como um tiro na nuca
Que a alma perfura
E o eu se afunda
Sem voz, murmura
Quer gritar mas ninguém o escuta
O vaso vasa vazio de forma confusa
E põe pra fora agonia pura
De quem falta conduta
No vazio perdura
De quem é a culpa
Se a vida já não é mais tão sua?
E na resposta a verdade que se escuta
A vida cria mas é a dor que educa
Então nada muda
Se o aluno não se preocupa
E lá se vai, se afunda
Sabe o que fazer e não faz porra nenhuma
Se sentir vivo é preencher o vaso vazio com flores que perfuma
Mas nada arruma e não se acostuma
Com o vazio que continua
Apanha da mente crua
Cai e fica esperando com que a dor suma

Papéis Trocados

Parece estar tudo errado
Nada mais é como foi no passado
Talvez nem o passado era exato
Já se confundiram os lados
Quem é civil, bandido ou soldado
Ta tudo bagunçado
Direita, esquerda, todo o mundo ta cagado
Repleto de safado
Na rua, no boteco, na policia, no senado
O pobre coitado, enganado
Acredita só no que na tv é mostrado
E o rico, preocupado
Não quer conviver com um pobre ao seu lado
Mas e o estado?
Não é islâmico, mas é armado
E o que sobra é uma pá de assassinatos
Morrem crianças, inocentes e culpados
Grupos de extermínio atarefados
Morte nas ocas, nos barracos
E na escola, o trabalho é censurado
O ensino tem de ser o enlatado
Que evangeliza o índio
E o preto é libertado
Ensino mentiroso que alimenta o gado
Que desde pequeno é domesticado
Treinado a escolher um dos lados
Sem perceber que o problema é centralizado
Você trabalha mas quem recebe é o estado
Policial assaltado
Bandido respeitado
Trabalhador explorado
Governo atirando pra todos os lados
Cidadão atingido revoltado
Sociedade de vários lados
Os papeis estão trocados
E o povo abandonado
Sem saber quem é inocente ou culpado

sábado, 26 de setembro de 2015

Enquanto o dólar sobe...


Aconteceu de novo
Ta foda o morro
Mataram mais um por engano (?)
Como pode mano?
Filmaram a cara do fulano
E o cara sai andando
No telefone falando?
Podem falar que errar é humano
Mas não sentir por uma criança morta
É os valores se deteriorando
Mas o mais foda
É que o PM nem se toca
Liga pro patrão pra avisar:
'Matei mais um inocente, vê se atingi a cota'
Não sente a dor que a todos choca
Age como se houvesse simplesmente errado
No cara e coroa, da moeda o lado
Sem empatia não vê o que é fato
Vida de criança que escorre pelos ralo
Não mão desses soldado despreparado
Proíbem o morro de ir até a praia
Deviam proibir de chegar no morro as bala
Que manda nossas crianças pra vala
Mas disso pouco se fala
A mídia seletiva
Escolhe de qual vida perdida
Que vira notícia
Se da criança brasileira ou da síria
No morro se mata todo dia
Tome cuidado se trombar com a polícia
Se não o fuzil canta fazendo outra vítima
Que será tratada somente como estatística
Mais um promissor traficante que não brinca
Agora é só mais um corpo que o sangue pinga
Outro anjo que foi precocemente para o andar de cima

Capuz, escuridão, deita no chão
No bar desce mais uma chacina
Não é saideira muito menos brincadeira
Orgulho pra corporação, faca na caveira
Vingança que tira a vida alheia
Policia assassina quem tem pele preta
Preconceito engatilhado na arma da besta
Que corrompe e transforma
Soldado em justiceiro
Cruel é a forma
Que se age no gueto
Segregação mortal
Em busca de respeito
Mas só o que se consegue é criar medo
Na população que se vê por um fio
Só em Osasco foram 19 que caiu
E criançada lá no rio
Furada de fuzil
E aí, tio?
Enquanto o dólar sobe
O pobre se fode
No Brasil.

sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Menino Pedro - A praia


Menino Pedro brincava
Livremente nas águas
Do mar que o alimentava
E o banhava
Quando do nada
Chegou uma gringaiada
Causando tumulto e confusão
Eis o primeiro arrastão
Arrastaram Pedro d'água
E a sua liberdade foi roubada
Junto com suas terras e suas águas
Foi empurrado pro mato,
Encurralado
Viu de lá assustado
Navios e mais navios de escravos
Que na praia eram descarregados
E que por onde chegaram no passado
No futuro, seriam barrados
O contraste da pele com a areia era invejado
Espetaculo de cores que deixava o branco assustado
E por servirem só para o trabalho
Divertir-se na praia era arriscado
O branco pálido
Tinha medo de que roubassem seu bronzeado
E assim Pedro e negros dali foram afastados
Com seus direitos de ir, vir e se divertir, cassados.
Fazendo daquela praia um festival desbotado
Era uma vez o menino Pedro,
Colar na praia não tinha direito
Só por ser o que é: Negro!
Só de passageiro, já é suspeito.

quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Profissões

Vejo todo dia
Varias dona Maria
Mães de periferia
Cantarolando com alegria
Mesmo sofrendo com a faxina
Insulto de quem não é sua cria
Tudo pra deixar limpinha
A mansão da burguesia

Vejo também vários Josias
Madrugando na periferia
Pra garantir o pão quentinho da padaria
E aguentar a piada do padeiro todo dia

Vejo vários Isaías
Correndo risco de vida
Pra servir no banco como vigia
Garantindo a segurança do papel que vicia
Suja e contamina

Vejo também vários Seu Alfredo
Barba feita, cabelo cortado
Todo de social, mais um porteiro
Que passa o dia inteiro
Pessoas recebendo
Visitas e uns pentelhos
Que tocam interfone e saem correndo

Tem também vários Pedro
Junto com Vicente, o servente
Disposição sempre tá tendo
Sol a pino ou chovendo
Não tem tempo ruim pra pedreiro
Pra construir a tempo
A mansão que o patrão tá querendo

E assim eu fico vendo
Pra que viemos
Pobre só serve pra servir
E muitos não tão nem aí
Não dão valor a quem sorri
Pra fazer você, o tal se sentir
Sua auto estima subir
E você nem com um bom dia retribuir

Eu to vendo e percebendo
Que é deste jeito
O luxo reflete no espelho
O desemprego ou o subemprego
A qual estamos sujeitos
Porque pobre tem trabalho
Rico tem emprego

quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Reflexão

Recebemos do mundo
O que ele recebe de você
Reclamar não vai resolver
Se também parte de você
Só quem sente vai saber
O que pode acontecer
Pra paz reinar basta você oferecer
Não fingir que não é com você
E ser ao mundo o melhor que possa ser
Pois o seu mundo nada mais é
Um espelho de você
E o meu mundo só vai querer
Se a paz você também ceder
E assim faremos quando escurecer
Fazer aos céus transparecer
Piscando luzes pra acordado nos manter
E lembrar que o bem continua depois do amanhecer..

terça-feira, 22 de setembro de 2015

Aos verdadeiros

Um brinde a amizade
Daquelas que não tem idade
Que quando o santo bate
Não há distância que separe
Dos churrascos à noitadas
Qualquer coisa era desculpa pras gelada
Daquelas amizades que é só risada
Mas também tem cobrança se fizer cagada
E contamos pra qualquer parada
Se pintar aquele bo de forma inesperada

Mas tem também os que só atrasa
Que finge de amigo e só te arrasta
Oferece o fim como graça
E você, vacilão, abraça
E se arrasa
Quando percebe que é só amigo de taça
Acabou o din já era a amizade que não era de graça

Ai entra aquela sem falsidade
Que te traz de volta pra realidade
E aí você vê quem é de verdade
E entende que o amor é pilar da amizade
Que amigos são os irmão
Que agente escolhe e não deixa na mão
Mesmo quando nos vemos em confusão
A amizade cobra porque dói no coração
A falta que faz quando se desfaz a união

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Recomeço do fim

Tantas vezes eu senti
Estar lá, estando aqui
Nasci, cresci, morri
Mas não sucumbi
E renasci
Ainda falta um tanto assim
Pra poder ser o que quero de mim

Quantos gritos dados não foram ouvidos?
Quantos novos caminhos foram perdidos?
Quantos momentos não foram vividos?
Quantos passos dados foram esquecidos?
Pra não fazer, foram vários os motivos...

Quantas vezes suei frio,
Boca seca, tremores, arrepio...
É tio...foram várias mão
Que eu perdi a razão

E enlouquecido, entorpecido
Pelos remédios prescritos
Um Eu dopado, adormecido
Tentaram me calar, mas ser zumbi não é comigo:
Revelação dos meus escritos

Visões além, de uma ótica marginal
Mira laser que ilumina o astral
Transcendência de corpos, estimulação cerebral
Escape pra depressão social
Que é o mal
De quem nasceu pra ser portal

O tiro que saiu pela culatra
Pílulas e cápsulas
Eram pra me socializar
Mas só sobrou idéia marginalizada

Que estraçalha vidros e vidraças
Treme o chão e derruba muralhas
Com as rimas pesadas
De uma vida mal tratada
Então tira a criança da sala
A boca suja é desleixada
Fala mal até da pátria
Que lesada, muda partido, escândalo e não muda nada
É sempre as mesmas caras
Que rouba e mata
Quem mal sobrevive na quebrada

Tantas vezes vi
O escuro sobre mim
Procurava um jeito de sair
Tantos tropeços que cai
Mas hoje posso ouvir
Que estou bem assim
Fazendo do feixe de luz um recomeço do fim
Atravessando a ponte sem saber pra onde ir
Do outro lado, o que que tem ali?

Perambulando,
com as pernas pesadas se arrastando
Faltou coragem, faltou ânimo
Quantas vezes me peguei pensando
'Porra, não tô mais aguentando'

E por pouco não fiquei no meio da travessia
Mas sabia que dependia de mim, minha filha
E novos sentimentos se formaria
Afinal, agora eu tenho uma família
A zelar,
Novos planos pra sonhar
Fins de semana no parque pra passear
O crescimento dela acompanhar
A busca da luta pra formar um lar
E deixar o que passou pra trás
Aqui jaz, escuridão
A alma agora fala pelas mãos
Aliviando a tensão
Dando vazão ao que sente o coração
Trazendo luz ao breu
Do novo Eu que renasceu.

sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Maria dá Pena

Sociedade bastarda
De mente fechada
Que o machismo propaga
Fazendo vitimas caladas
Da violência que vem de graça
Já não bastasse de lá de fora as desgraça
O inimigo também ta em casa
E maltrata, até que mata
Moralmente, fisicamente
E com medo umas até mente
E mesmo com os hematomas aparente
Fala que tá tudo bem pros parente
E não leva em frente
Por saber que a justiça não defende
Quem dá a vida, morre cruelmente
Culpa da herança de um passado presente
Que dita que a mulher é ser servente
Mas não mano
Ela também é ser humano
O mais lindo e abençoado,
É das guerreira que to falando
Pra trás tamo andando
Se nesse momento tem uma apanhando
Outra só imaginando
Sabe que o marido ta no bar entornando
Prevendo o desfecho da noite, fica esperando
Mais uma mãe em prantos
Sofrendo pelos cantos
Vergonha, um lixo é como me sinto
Ao ver rosas arranhadas pelos seus próprios espinhos
Falta ar, da vontade de ficar pelo caminho
Foda é viver e ver que o agressor não é sozinho
Com a omissão dos vizinhos
Porque você sabe como é né?
Esse lance de não meter a colher
É omissão contra a agressão à mulher
Mas o mundo gira,
E quem sabe um dia
(Espero que não)
Não seja sua filha
Se sentindo uma ilha
Sem contar com a família
Se sentindo sozinha
Entre socos e murros perdida
No inferno que o homem trouxe em sua vida
É o que digo, falta empatia
E vergonha na cara
Pelos silencio e descaso de uns
Aquela que não morre, se mata
Ao continuar sempre apanhando do mesmo cara

quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Vagões da vergonha

Vagão da vergonha

Ela passa, ele olha
Ela para, ele não
Ela ignora, ele força

Ela é, não se exibe
Ele é, insiste
Ela se incomoda
Ele não se importa

Ela se sente um lixo
O lixo, se sente
Eles vêem isso
E nada faz aquela gente

Ele não se toca,
A toca
Ela, indefesa, chora
Ela não gosta
Ele força

O balanço do trem apertado
É desculpa pro homem safado
Ela se afasta, tem pouco espaço
Ninguém vê a sujeira do lado

Sociedade machista,
'Mulher submissa'
Assiste tudo de forma omissa
Quero ver quando for sua filha

Beleza agrada os olhos
Mas não convida corpos
Desconhecidos a esfregar órgãos
Assédio, abuso, é mal negócio

Falta amor, falta respeito
Sobra nojo, medo
Falta segurança, falta esperança
Sobra maldade, falta hombridade

E quem leva a culpa hoje
É a mulher que é doce
pelo homem que é podre
Sociedade de ponta cabeça está hoje

terça-feira, 15 de setembro de 2015

Governo ideal

O que faz você pensar, escolher
Um governo ideal para você?
O que fulano precisa fazer,
Ter feito, falar ou prometer?

Porque nessas consultas internas
Refleti que esse lance de política externa
É o que menos importa
Representatividade é a palavra da moda

Voto porque é da minha igreja...
Voto porque é do meu time...
Voto porque leio veja...
Voto porque é o partido que decide...

Voto porque sou engraçado...
Voto porque sou gay...
Voto porque sou enganado...
Voto porque não sei...

E ai se escolhe uma só bandeira:
A tua
E é crise se não cumprirem com a responsa
Que é tua

O governo não investiu na água
Secou a fonte!
Precisou da multa e da falta
Pra economia ser feita no fronte

Muito se discute sobre corrupção
O que tira a atenção
Pro abandono da saúde e da educação
'Governo bom é aquele que me dá condição'
Mas condição de que irmão?

A favela ter WiFi é legal
O preto na faculdade, ó mó moral!
Tiazinha que andava 30 ano a pé
Já tem seu 'pois é'
Da hora né?

Se não faltasse remédio pro José,
Professor pro André
Se a Maria, como mulher que é
Não fosse tratada como uma qualquer

Se a segurança do rico
Não fosse a opressão ao pobre menino
Que só lava vidro

Se a noite não houvesse tiros
Como o que mataram o inocente filho do velho seu Tonico
Que apenas foi tomar uma com seu amigo....

É...
Tem muita coisa mais importante pra fazer...do que ter
Apontar culpados é necessário
Dinheiro nosso não pode ir pro ralo
Mas também temos que nos impor
Nos dar mais valor...

Não queremos brindes, esmolas...
Queremos mais hospitais e escolas
Qualidade de vida onde nóis mora
Poder comprar é legal
Mas se não puder usar,
Pra que ter afinal?

O que nos oferecem é muito pouco
Crédito, cotas, poder de compra
Armadilhas onde o pobre se arromba
Enquanto as necessidades sociais, ficam na sombra

Governo ideal é poder ter
E ter mais que você
É querer que caia do céu
Sem que você cumpra seu papel

Ai fica fácil, primeiro mundo:
Nike roubado no pé imundo.

domingo, 13 de setembro de 2015

Assim se fez trinta

Diferente do que imaginaria um dia.
Ao contrário do que me exigia.
A vida quis assim e assim seria
Tristeza, melancolia...
Assim se fez trinta...
As vezes pensei: 'muito mais que eu merecia...'

Várias viradas, várias etapas
Vários tropeços, tombos e recomeços:
São vários brigando consigo mesmo
Tentando achar onde tá o erro

Várias recompensas:
Sapiência,
Esposa e filha:
Familia, a essência
Três décadas de vivência
Haja paciência
'Ver além', lembra?
Poesia não é ciência
Transcende a consciência

Nos desvios aprendi novos caminhos
Quando me vi perdido
Desorientado, sem sentido
Novos aprendizados, absorvidos
E assim, trinta anos se fez intensos e vividos

Descontente com a humanidade,
Sinal que ainda há vida
Porque viver na comodidade
É ter a existência perdida

O pulso ainda pulsa novas oportunidades
Nada vem na hora errada, é verdade
Uma filha que inspira
Uma familia unida,
Coisa mais linda
E assim se fez trinta
Fazendo da vida,
poesia todo dia

Sobre os índios

O descaso da população com seus irmão
Vai contra o sangue que pulsa do seu coração
Os sobreviventes gritam, clamam por socorro
Você não vê que é a origem do nosso povo?
Erramos em 1500 e tamo errando de novo

Arrancamos suas raízes à bala
Sangue urucum que escorre na vala
Auschwitz brasileiro
Fascismo por dinheiro
Agronegócio da China
É dizimar um povo inteiro

Chora o curumim
Pois a situação tá ruim
Índios perdendo pro gado
Fazendeiros, pela terra, senta o aço
E o povo civilizado cruza os braços
Chora pela europa e seus refugiados
Se cala ao genocídio que acontece aqui do lado
E por falar em lado
Todo mundo defende o seu
E no meio da guerra de egos inflado
Uma bandeira se perdeu
E todo um povo sofreu
Um pais em guerra contra os seus
De olho na terra de quem não se rendeu
E sua cultura não vendeu

Usam da covardia branca
Contra quem luta com armas brandas
A natureza ancestral de um país na corda bamba
E fulano já pensando no próximo enredo
Da sua escola de samba

Entre bandeiras, lados opostos
Vamos nos unir pelos indígenas e seus povos
Defender e fazer justiça
As tribos são do país a nossa periferia
Não podemos nos calar
Suas vozes precisam ser ouvidas
Assim como aqui tem chacina
Lá também tem covardia
Precisamos ajudar quem foi reduzido de nativos, pra minoria

Não podemos deixar que os índios entrem em extinção...
Já basta o que fizemos com nossos irmãos
Passou da hora de darmos as mãos
Brancos, negros, índios, estrangeiros
Um só povo, uma só nação
Uma só vida pra mudar a situação
E deixarmos um mundo melhor pra próxima geração

Um futuro melhor, eu quero!
Você não?

Eu, poeta

Poesia alimenta a alma
Mas não sustenta o corpo
Que desnutrido fica louco
achando que precisa só de ouro
E quando vê além
Vê que o pão da vida era outro
Então faz assim, chega de sufoco
Pro amor esteja sempre disposto
Fazem parecer que é mamão,
Mas na verdade é mó osso
Viver é carne de pescoço
Abraçar qualquer idéia é perigoso
Tem quer ser ligeiro, ver com o próprio olho
Pensar com o próprio globo
Se não é só mais um tolo
Visando a fatia do bolo
Não viu que foi feito de bobo
Agora é tarde, né?
Caiu na rede e agora dorme em pé
Vagando nos vagão apertado
Pique atum esfolado enlatado
Sentido à Sé,
Coitado!
Acende mais um cigarro
E pensando só, notou que faz tudo errado
Por isso nunca é bom o resultado
E cabisbaixo, outro trago
Desabafo...
'Esse mundo tá cheio de safado,
Tudo farinha do mesmo saco!
Mas se to no meio, o que que eu faço?
Tô cansado de fazer papel de palhaço
É imposto, preços altos, é tanto gasto
Na rua me tratam com esculacho
Se eu vacilo, eles sentam o aço
E desempregado a essas hora, é mó atraso
Familia pra criar, despesa é mato...'
Pois é irmão, to ligado que não é fácil
E que muitas vezes o final é mais trágico
Nesse mundo hostil, onde tudo é prático
Lá se foi todo aquele mundo mágico
Ilusório que mostram no fantástico
Cada um por si não pode ser
Não quero ter se for pra tirar de você
Ai eu acho que podemos nos entender
Começando assim, já é meio caminho dado
Fazendo o certo não tem como nada dar errado
Você ta ligado
Nóis é lado a lado
Quando estamos centralizados
Se pender só pra um lado, ta esquisito, bagunçado
Ódios amontoados atingindo quem deixa o amor de lado
Pobres coitados,
O corpo perece se o coração tá fechado
A alma reclama quando os olhos estão vendados
A poesia pulsa quando o eu ta incomodado
A voz que grita do homem calado
Que adoeceu por estar blindado
Agora recita a vida aliviado
Poesia é a fuga do refugiado
Que nutri a alma mas não sustenta o corpo
deixa a alma leve mesmo com o corpo pesado
Voando em céus onde antes era barrado
O poeta Eu abre espaço
Pro Eu que anda parado
Novos ares, novos mundos
Novas experiências, novos contatos
Novas rimas, novos hábitos
Novo Eu que antes acomodado
Agora sonha acordado
Fazendo de cada instante
Um novo verso registrado
O livro branco da vida
Agora ta todo rabiscado
Bolsos vazios, coração abarrotado
Um Eu ainda sofre e pensa nos boleto atrasado
Mas se não da pra dinheiro fazer
O poeta faz o que aprendeu a escrever:
Mais uma poesia para se ler
E quem sabe até esquecer
Pra lembrar que o din, não fala por você!

terça-feira, 8 de setembro de 2015

Setembrochove!

Chuva molha tudo
Desde o seco até o úmido
O que vem de cima atinge todo mundo
Suja o limpo e lava o imundo

Chuva que molha agora
O mundo lá de fora
Criança brinca na poça
Cuidado com a chapinha, senão enrola

Chuva molhada, abençoada
Saudade todo mundo tava
Mas o transito trava,
E tem quem se ataca

Chuva sonífera
Que cai no telhado
Preguiça infrutífera
Hoje só quero ficar deitado

Chuva que chove
Tem quem não goste
E que seco engole
Pois sabe que a seca, só ela resolve

Chuva que lava o sangue da escada
Afugenta os manos das calçada
Molha o papelão e sua tralha
Mas o planeta precisa de agua

Chuva que enche os baldes e tigela
Chuva que hoje não da trégua
O planeta precisa de mais dela
Não apenas pra encher a cisterna

Mas pra irrigar nas pessoa,
As flor que vivem nela
Porque logo é primavera,
E se moscar...já era!

segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Independência ou morte

Independência ou morte?
Morremos...

A grande farsa que muitos não vê
Democracia, achar que livre é você
Que fazem só aquilo que você escolher
Tá bom, se é assim, você faz por merecer...

Não sou economista, sou mera estatística
Mas vendo além, sou mais realista
E de vestígios de colonizados, se pá, da uma lista

Mudou apenas a forma de colonização
Antes era só Portugal, agora é globalização
Alem dos vampiros da própria nação
Que extorque o povo com a corrupção

Me diz como se sente,
Acha mesmo independente?
Pegando trânsito, busão lotado
Pagando imposto, chefe emburrado
Se vendendo por alguns trocados
Não sei, mas acho que você foi enganado...

Independência é ilusão
As margens não são plácidas
São sujas pela poluição
E até hoje roubam a nossa pátria

Continuamos colonizados,
enriquecendo o patrão,
Pelo cifrão escravizados
Dependentes de um padrão
Que nos mantém aprisionados

Crise na China, na verba, o corte
Irmão perde o trampo, governo enche o cofre
E nessa briga pelo malote
Muitos não dão sorte
E gritam 'independência ou morte!'

E já era, mais um de fura na mão
Predisposto a puxar o cão
E lá se vai mais um irmão
Vitima da ilusão
Que por achar-se independente
Fez justiça com a própria mão
'Se eu não tenho, ele também não'

E na beira do córrego fedido
Um barraco todo fudido
Independente, povo traído
Se deixou levar pelo grito:

Independência ou morte?

Caímos no trote
Do sistema que até hoje brinca de fantoche

sábado, 5 de setembro de 2015

Anjo sem asa

Toda igreja tem uma escada
Talvez seja pra reforçar a ideia de templo
De subir, ascender, céu, do altíssimo, morada...
Que eu subi uma dessa já faz tempo...

Mas quando subi, eu ouvi,
Li e até vi
Uma historia de quem morreu por mim
E por todos que estavam ali, só ali...

Muitas coisas fingi que nem ouvi
Outras, no entanto, me fazem refletir
E ver que independente, faz bem repetir
Praticar o bem? Pra que resistir?

E uma das coisas que aprendi
É que Deus reina em nóis, e não ali
Que o amor é fogo, não é estático
Então pra que palácio
Espetáculos programados,
Fiéis automáticos?

Ele está em você, irmão!
Você é parte do indivisível
Só não percebe
Porque ta contando o divisível

E na porta da igreja, disparos
Corpos entrelaçados
Um fugiu, um escorado, outro caiu
E pra mim ficou ainda mais claro

Morador de rua, sem nada a perder
Teve mais amor que você
Que vê tanta coisa acontecer
Filma, comenta, mas, nada de socorrer

E aquela história me veio a mente
Do cara morto inocente
Pra salvar aquela gente
Vivia como indigente

E o ato heróico, foi na igreja,
do lado de fora
Quem dentro estava
Só vai saber quando for embora

E o que vão dizer, repetir na TV?
Que herói você não deve ser
Morrer pelo outro, pra que?
Não reaja, deixa acontecer...

Já pensou no que seu Deus pensa de você?
Qual opção você ia escolher:
Fugir, se esconder,
Socorrer ou pagar pra vê?

Porque meu amigo,
Ele não tem casa....
Cada um de nós
É um anjo seu, sem asa

quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Era da sobrevivência

Não se trata de fechar o olho
De não querer ver
O foda que escrevo, você não lê
E eu, fraco, prefiro não crer
Que o que escrevia, ta começando a acontecer
Você não lia, mas agora vê
E chocados todos estamos
Ao ver que ponto chegamos:
Chacinas, porcos, estado islâmico
Uma criança na praia que não estava brincando
Chegou ali boiando
Em meio ao caos que criamos.

Já falei, não quero ver!
Chega de sensacionalismo...
Pra você, bastou acontecer
Infelizmente, foi mais duro do que podia ser
Mas assim teve que renascer
A empatia que ousou-se desaparecer
E o final é esse memo que se vê, na tv
Mas que ta mais próximo agora de você.

Não foi o fim
E isso que mais dói em mim
Os 5 pontos na mão não é nada
Não faltou aviso, mas a realidade lhe pegou despreparada.
Mudanças climáticas, fome, guerra
Questões religiosas, politicas: imigração é sequela.
Quantas pessoas atingidas?
De vítimas a foragidas
E o final é o mesmo:
Dignidade fodida, perdida
Humanidade extinguida.

O inferno na terra
As trombetas berra
Independente do que se crê
Creia no que se vê
E veja alem,
Por mim, por você
Será que vai da tempo deles crescer?
O que fazer?
Humanidade acordou pra era da sobrevivência?
Menos lucro, mais partilha
Menos ego, mais clemência?
Ou é apenas demência
Eu acreditar na cura da cegueira
Se ainda lucram com a doença?

Oh meu Pai...
Onde vamos chegar?
Crianças ao mar,
Mulheres congeladas
Homens com cabeças decepadas
Fronteiras fechadas
Polícia que mata,
Puta que o pariu!

E agente preocupado com o lado
Hostilizando quem agente acha que ta errado
E o problema na humanidade centralizado?
Só eu vejo esse quadro?
Quem nos deixou nesse estado?
O que é que faço
Pra que tudo vire passado
E minha doce menina cresça pra um futuro melhorado?
Será que ainda dá, ou estamos atrasados?

Respingos, destroços, resquícios...

Juntando os cacos da louça que me rasgaram,
E os retalhos que sobraram
Da alma que violentaram
Buscando o ar da esperança que afogaram
Em pleno mar, livre que é, terra de ninguém
Em seu movimento de vai e vem
Abrigou a quem,
Só tinha esperança também....

Ponto fraco

Na moral, sou fraco!
Fraco pra caralho...
Não há droga que traga barato
Ao ver a humanidade em colapso

Sou grande, gordo, barbudo,
Sou agressivo na poesia e faço cara de mal
Mas tem coisa que me deixa mudo, murcho
Todo mundo tem um ponto fraco, afinal...

O meu é ver criança sofrer...
Já vi a minha quase morrer
E essa sequela ficou
Assim com os anjos
que ao lado dela nos deixou

Me nego a ver,
Luto com a própria visão
Hoje não quero ver alem
Prefiro crer que é ficção

Mas descobriram meu ponto fraco...

E mesmo que seja como denúncia
Não quero ver, minha alma recusa
Mesmo sabendo que não é a primeira
E que nem será a última!
Que não é só lá,
Mas aqui também,
Não dá!

A foto insiste,
a sociedade esfrega na minha cara
Mas meu Eu resiste,
O rosto desvia, a lágrima escapa
E mesmo assim,
A imagem não sai de mim...

Sugaram minhas forças...

Minha alma chora...
Em lágrimas, afogaram minha esperança
A imagem choca
Ao ver na praia, aquela criança...

Ali jaz, humanidade!
'Descanse em paz'
Quem ousa escrever na lápide?

quarta-feira, 2 de setembro de 2015

O corte

Na rima do ponto
Eu conto
Um conto:
Da xícara um tombo
Na mão, se pá, uns 10 ponto
Só sangue voando
Que me deixou tonto
E pronto
Maneta por enquanto
Uns dias de descanso
Sem escrever ou nem tanto
Depende da alma o quanto
Grita em prantos
E o quanto em meu canto
Sou capaz de deixar a alma falando
Mas eu volto, só Deus sabe quando...

segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Resistência

Hoje eu vi no jornal
O que não pode ser normal
Um morador algemado
Enquanto derrubam seu barraco
Seu crime, o âncora diz envergonhado:
'Crime de resistência'
Ai pensei meio encucado
Democracia onde crime é resistência
É melhor repensar a coerência
Neste país onde a existência
Vira boletim de ocorrência.
Pra mim é sinal de demência
A marginalidade cresce e não é por coincidência.

Reintegração de posse
Vê se pode....
E quando os índios chegar pra botar ordem
Resistência do estado é tropa de choque

domingo, 30 de agosto de 2015

Acorda povo!


Acorda povo!
Estou aqui de novo
Falando por mim
e não pelos outro
E será assim
até o fim
Pra te alertar que a vida
Não é só dim
Tem muitos por aí
Vivendo sem
Enquanto outros morrem
Pelas de cem
E se uns comem picanha
E outros matam por um acém
A culpa é sua também
Que com prazer veste a algema
Do consumo que sustenta
essa diferença
O boy pergunta se é friboi
O governo verifica:
Se é carne negra, bum, já foi
Mais um jovem sem vida
Sangrando no açougue noturno da vila
Mais uma vitima
Do estado que vampiriza
O vermelho no asfalto na periferia
Não é ciclovia
Que na paulista
é toda arrumadinha
E aqui toda apertadinha
O povo igual sardinha
No busão, trem e metrô
O tempo passa e nada mudou
O gigante acordou?

Sai governo, entra prefeito
E só promessa e obra no meio
Que nunca acaba
Hoje sofremos na seca
E em janeiro tudo alaga
E nem assim, da torneira sai uma lágrima
São Paulo, Rio, Bahia
É descaso que se vê todo dia
Marginalidade que não se cala
Mete a boca e da a cara a tapa
Estamos cansados de toda essa palhaçada
Desde pequeno ouço o que tem que mudar
Hoje sou pai e ate agora não mudou nada
Enquanto você briga na rua
eles metem a mão na grana que é sua

PT, PMDB, PSDB
Vão todos se fuder
Ninguém me representa
Não vou apanhar por vocês
Meu governo é marginal
Que corre no paralelo
Nas margens por não ser igual
Não se enquadrar na apatia
que se tornou normal

A ótica que nota
que o inimigo anda por perto
Abra o olho, não vacila, fica esperto
Poesia que te irrita
Cutucando a ferida
Aqui sua batata não assa, frita
Enquanto você bate panela
Meu povo grita
De dor e lamento
É mó sofrimento
Se manter ileso
Honestidade que gera desprezo
Em terra de empreiteiro

Mas não adianta,
Nóis exige respeito
Porque você é safado
E vem atrás dagente pra ser reeleito
E quando agente vê
Só resta nos dizer: 'bem feito'
Quem mandou votar nesse sujeito?
Então falo de novo:
Acorda povo!
Te roubam a cinco séculos
E ainda vão roubar de novo.

sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Mundo globalizado

Filhos da Pátria!
Da pátria que hoje é renegada
enriqueceu, esqueceu,
e ao sonho americano se rendeu
Alega falta de segurança
pra sair de mudança
pra um país que não é teu
ai fudeu...

Insegurança que você faz parte
se a desigualdade
da o start
na criminalidade
que você foge igual covarde

Ergue o muro,
se esconde atrás das grade
mas não tem jeito,
ladrão cresce o zóio memo
e facin sua mansão invade
dando coronhada de realidade
cobrando o troco
do que você ganhou
pisando em seu povo

Se quer ir, falou, já vai tarde
mas fica esperto
com seus filhos crescendo na obesidade
achando que agora tá seguro
no primeiro mundo
até o primeiro tornado
levar tudo
e quem sabe, te leva junto...

Massacre nas escolas e faculdades
acredite, é verdade
os terrorista daí são piores que os daqui
homem bomba que se explode fazendo as torre cair...

Enquanto isso milhares estão morrendo
Por estar da guerra e fome correndo
E o continente que estuprou o mundo
Se nega a abrir as portas
Tratando-os como vagabundo

Financiam a guerra no país alheio
E se recusam a acolher um estrangeiro
Que movido pelo desespero
Vai pro inimigo pedir arrego

Mas é assim memo, é sempre assim
Planeta infestado de gente ruim
Que não pensa duas vezes em dar as costas
Praqueles que precisa e eles não gosta

Turista com dinheiro tudo bem
Mas imigrante fedido, nem vem
E o desespero de quem foge da guerra e da fome
Se depara com o menosprezo do Homem

Onde só a riqueza interessa pra globalização
Nasce mais uma divisão:
Rico, é imigrante bem vindo
Pobre, é refugiado, mendigo
Que é ignorado, descartado
Na fronteira abandonado
No caminhão, congelado
Enquanto você desfila em Miami
E dezenas morrem em Osasco

quinta-feira, 27 de agosto de 2015

O menino

Que saudade daquele menino
Descendo a rua todo franzino
Com a calça lá embaixo
Andando balançando os braços

A mochila no joelho
Todo largado
Guangueiro nato
A camisa largada
O tênis furado

Andando por aqui
Por ali,
Sem destino
Só queria curtir

Nem ai pra nada
Sua preocupação é a rua
'Foda-se toda essa palhaçada,
De que adianta pedidos de desculpa?
Se o flip não encaixou a culpa é só sua!'

Assume seus b.o.
Desde menor
Dava um, dois trampo
Estudava e ainda namorava
Tempo pra tudo ele ia arrumando

Sonhador, pensador
Canela seca cheia de calo
Acostumado com a dor
Já não liga mais só pro próprio rabo

No skate aprendeu o que é união
Tão contraditório como a vida
Praticar em grupo um esporte de solidão
Sem regras, sem padrão

E assim ele via o mundo
Somos todos um
Não tem primeiro nem segundo
Pode vim roqueiro, rapper, qualquer um
Humildade, empatia e solidariedade
Valores que não aprendi com qualquer um

Que saudade daquele menino
Canela seca, pescoço fino
Hoje eu o vejo é só fico rindo
Será eu ainda esse menino?

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Seres humanos

Eu vejo como estamos divididos
São varias tribos, cores, partidos
Orgulhos feridos, ódio distribuído
Onde não pode ser x em terra de y
E vice versa,
Cada equipe joga
De acordo com suas próprias regras
Justiça cega que encherga
O que na carteira você carrega
E deixa dentro da cela
Só aqueles que é favela
E pra fora dela
Os que gozam a custas de verba

E nóis continua esperando representatividade
Deixando de lado nossas vontades
Esperando que alguem por nóis age
E quando não age?
Quem é o covarde?
É pouco cão que morde pra muito que late

Nos escondemos em nossas ideologias
Pregando ódio contra aqueles que a contraria
E sendo vitimas daquelas que agente não se identifica
E assim se recicla
O ódio que nos extermina

Onde está o Eu?
A liberdade se perdeu...
A empatia desapareceu...

Estamos agrupados
Atirando e sendo alvos
São vários os lados
Sobrevivendo com conceitos pré-moldados
Aperto de mãos e abraços comprados
Numa vida sem amor, sem contato
E assim, sem significado.

Somos diferentes mas iguais
Harmonia, aqui jaz!
Sociedade que aglomera solidão
E não agrupa união
Raça racional fraca
Nos tornamos meros babacas
Se o deixamos de ser
Pra ter de maneira prática

Ninguém ganha no grito
'Povo unido, jamais será vencido'
Frase de efeito que perde o sentido
Quando se grita dividido
Nóis daqui, eles dali
E um buraco no meio
Quem vai avançar primeiro?

Amor, confiança, harmonia
Gratidão à todas formas de vida
Nada vale a luta se a alma não está nutrida
Se a pessoa é vazia,
É só um número na estatística
E a causa é perdida
Se essa verdade for estabelecida
Jamais será vencida
E voltaremos a ser uma raça unida

Mas infelizmente mudamos,
Em grupo nos isolamos
E deixamos de usufruir
Da racionalidade que nos fez evoluir
E chegar até aqui
Mas já vimos que não deu certo
Pelo que nos tornamos
Ninguém é mais, ou menos esperto
E a extinção está cada vez mais perto
Com o caminho que trilhamos
Hora de pegar o retorno e voltar a seres humanos.

terça-feira, 25 de agosto de 2015

Sonho impossível

Faz parte do trampo deles, atirar
Eles tão lá pra morrer ou matar
E na duvida, o cano vai berrar
Porque medalha, o soldado vai ganhar
O alvo é fácil de acertar
Basta na favela morar
Pois entre rico e pobre
O mais fraco que vai sangrar
Mas aí que tá,
Quem foi que nos colocou do lado de cá?
Onde ta escrito que pobre é fraco e pode matar?
O que é que faz a eles assim pensar?
E o pior, a nóis acreditar?
Ta na hora de mudar
Essa lei apagar
Até que ponto precisamos chegar
Para nois parar pra pensar
Que precisamos de lei pra ter paz?

O ódio e a falta de respeito
É o que impõe medo
Mas a tendência é sempre culpar o governo
Ele trata nóis com mó desrespeito
Aí é mais fácil memo
Mas e nossa parte?
O que fazemos?
Aceitamos quietos e assim morremos?
Criticamos, apontamos, choramos,
Mostramos, reclamamos?
Escrevemos...

Apontamos a culpa,
Eles a desculpa
E assim continua
Nada muda
Quando precisamos, a quem pedimos ajuda?
É foda, porque ainda temos polícia
Com autorização pra matar até de dia?
Falta respeito entre nóis
E eles aproveitam sem dó
E assumem o papel vago de algoz

São muitas causas pra essa consequência
Fome, educação, saúde, reticências...
Enquanto nos aceitamos como vítimas
Haverá desculpa pra sofrermos com a policia
Porque assim se acredita
De que agente precisa da violência cinza
O que esquecemos
É que é nóis que elegemos
Os responsáveis pelos efeitos
Assim nos tornamos a causa daquilo que tememos
E não do que merecemos:
Um mundo sem necessidade de policia, em paz...
Respeito mútuo entre os iguais,
Pois somos todos iguais
Com o governo nos dando condição
Com saúde, comida, educação,
Saneamento, moradia, sem corrupção
Na teoria é fácil, possível
Porque na prática é tão difícil?
Porque tem que ser pobre ou rico,
Polícia e/ou bandido?
Entre direita e esquerda, o meio
Mais um inocente com uma bala no peito...

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Circo de Horrores

Somos todos palhaços
No circo de horrores
Que visita a terra de quem esconde seus traços
A cada espetáculo:
Mídia, holofotes
Nos testam até a morte
Pra saber o quanto a manipulação ainda segue forte
Poder onde é medido por conflitos
O quanto o povo contra povo
Deixa de mortos e feridos

Te fazem acreditar que sua voz é mais forte
Do que eles fazem com nóis de sul a norte
Cria o problema sem culpa
Só pra ver de que lado você luta
Polêmicas que viram dilemas
Diferencia e separa
Pessoas idênticas
Humanos em raças
Pessoas apáticas
Opiniões automáticas
Consequências trágicas
Matando e prendendo as mais fracas
O queijo e a faca
Você e o governo
Independente de onde veio
É ele que te ataca
Palhaços de caras pintadas

E nóis ai, protestando separados
Enquanto o inimigo sai de lado
Roubando nosso ouro
Enquanto assiste tudo parado
Escoltados por braços armados
Então, projetos arquivados
Já que ainda é eficaz
A alienação que ele faz
Então, aprovado ou não
Tanto faz
Já que nóis ainda morre em sua mão
Voto, ilusão
descaso, frustração
Abandono ou alienação
O sim ou não
Pra direita ou esquerda, qual a direção?
Se seguir sempre uma opção
Você roda em vão
Equilíbrio, solução, união...
Saia do circo,
E de caras limpas, vamo mudar esse ciclo

domingo, 23 de agosto de 2015

Futuro?

Futuro?
Se preocupar é inevitável
Pelo o que vejo
Empatia é algo impraticável
Me faz pensar em como no futuro vai ser
Futuro que eu não sei
Se pá nem vou ter,
Mas quem é que vai saber?
Se só o que agente vê
O sangue na quebrada que não para de escorrer, 
Quantas outra mais,
chacinas brutais, 
para mentir pra nóis memo 
que ta tudo maomeno
Sai pra trabalhar sem saber se vai voltar
Se pá mais uma criança que não vai ver o pai chegar
Mais uma criança que não ouvirá
'Bom dia' amanhã do seu pai
E até quando essa mistura?
Lagrimas, suor e sangue
Insanidade, loucura
Sendo engolido pela falsa-cultura
Entregando a vida nas mãos da criatura
Que te manipula, te empurra
Te domina e te 'emburra'

Seu futuro é o número
De parcelas que ainda não foram pagas
A boca seca amarga,
Mais uma vida que a publicidade mata.
Que joga irmão contra irmão
Um querendo ter mais que o outro
Ganância que cega e corrompe a nação

E no futuro o que vai sobrar
Se no agora esta tudo fora do lugar
Presos num passado que é melhor nem lembrar
Invasão, escravidão, ditadura
E todo mundo brigando pra ver de quem é a culpa
Enquanto esquecemos de escrever o futuro
A historia fica cada vez mais velha 
e o povo cada vez mais burro
E por isso não me calo, não fico mudo
Depois que minha filha nasceu
Só me preocupo com o futuro
Que a humanidade se esqueceu
Por vaidade, comodismo
Esbanjando recursos naturais em prol do consumismo
Sem notar que estamos a beira do abismo
Que nóis memo abrimo
Brigando entre si
De ódio consumindo
Foi assim que sucumbimos
Vitimas de nossos próprios 'ismos'
O Eu em declínio
Menorcídio, pobrecídio
Menos escola, mais presidio.
Seria o futuro uma prisão?
Prefiro pensar que não...
A hora de se libertar e agora,
Vamo embora então
Fazer um futuro melhor
Em nome dos meus, dos seus, dos menor!

sábado, 22 de agosto de 2015

Eu peço ao pai

Eu peço ao pai, inspiração
Para que não escreva em vão
Eu peço ao pai, saúde
Para sobreviver até que algo mude

Eu peço ao pai, respeito
Para que se acabe com o genocídio no gueto
Eu peço ao pai, paz
Pois a quebrada não aguenta sangrar mais

Eu peço ao pai, educação de qualidade
Para que o menor não entre pra criminalidade
Eu peço ao pai, coragem
Pra enfrentar os covarde
(incluindo eu)

Eu peço ao pai, amor
Minha filha depende disso, por favor
Eu peço ao pai, sabedoria
Pra denunciar em forma de poesia

Eu peço ao pai, paciência
Pra conviver em meio à demência
Eu peço ao pai, coerência
Que a hipocrisia não faça parte da minha vivência

Eu peço ao pai, pelos meus
E também aos outros que se perdeu
Eu peço ao pai, só o que mereço
Consciência limpa não tem preço

Eu peço ao pai, natureza
A cabeça dói, respirando só impureza
Eu peço ao pai, união
É foda ver irmão contra irmão

Eu peço ao pai, menos política
Mais ação, porque a situação é crítica
Eu peço ao pai, menos corrupção
Que mancha o orgulho pela nação

Eu peço ao pai, mais poesia
Viciado estou, quero fazer todo dia
Eu peco ao pai, tudo o que nóis precisa
Mesmo que isso só o Senhor identifica

Eu peço ao pai, que abençoe a cada Eu
Que lendo isso, alguns minutos perdeu
Eu peço ao pai, serenidade
E paz à toda humanidade

Eu peço ao pai, gratidão também
Pela visão que vai além,
Amém!

Urgência

Falta de respeito
É tudo o que vejo
Ninguém mais liga para o bem estar alheio
Na maior, o que importa é o dinheiro
Falta atendimento,
Quando tem é fora do tempo
Foda-se se você perdeu o dia inteiro
E vai perder também o emprego
Na saúde pública o que reina é desrespeito

Muitos caíram na ilusão
Se perderam no cifrão
Esqueceram da vocação
Que Deus lhe deu o dom
Pra ajudar o irmão
E não pra vender saúde como se fosse obrigação

Humanidade em fracasso
Ao tentar controlar o tempo,
Só Jah sabe a hora
Só cabe a nóis ficar atento
E mandar o mau humor embora
O raciocínio é lógico
Jogue fora seu relógio

Babilônia, capital do atraso
E do descaso
Já vi vários casos
Sei bem qual o resultado
Neguin só se preocupa com o próprio rabo
E nesse ciclo vicioso
Só se vê mais atraso
É só atrasa lado
Uma pessoa atrasada
Atrasa o outra no automático
E quando se vê, ta tudo num colapso
Onde tempo ninguém tem
Não sobra nada pra ninguém
A não ser desrespeito, esculacho
A corda arrebenta sempre do lado mais fraco
Que agoniza ao esperar um socorro imediato

quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Você é o que veste?

No caminho pra casa você fica pianinho
Lava o uniforme na casa do vizinho
Fica com o cu na mao se estiver sozinho
Adaptando o malandro Bezerra
Sem farda voce rebola e muda de voz
Com ela acha que é nosso algoz
Vestido pra matar se esquece até de onde veio
Com quem cresceu e o que é o respeito
Como se sua roupa lhe desse o direito
De agir de qualquer jeito
Discriminando pobre e preto
Com um colete no peito
Servir e proteger é o lema da instituição
Tao verdadeiro quanto o ordem e progresso da nação
E a polícia na contramão
Promover a ordem com bomba e caveirão
Só prova o quanto você é cuzão
Fantoche do governador
Que te da poder
Pra você esquecer
E coloca você pra por pra correr
O povo que sofre o tanto quanto você
Linha de frente na guerra sem fim
Senhor é o caralho, não espere isso de mim
Sinto muito soldado
Me pediram pra lhe mandar um recado
Você é o que é, fardado ou pelado
Se é só com farda, você é um coitado

Mais uma vítima do descaso
Que te coloca do lado
Do mais abastado
Matando sem dó quem é favelado
Pra defender o rico
Atira até no próprio filho se for preciso
Propagador do ódio do governador
De quem é sofredor
Não desejo mal a ti
Você tem familia igual a mim
Só quero lhe fazer refletir
Se é isso memo que você quer
Ser odiado pela maioria
Temido até pela sua mulher
Abuso de poder de quem nem tem
Não deixe a farda falar por você
Eu sou cidadão e você também
Estamos do mesmo lado
Seu patrão nos trata como rato
Tira essa porra de farda
Que a paz lhe aguarda
E vamos lutar juntos
Chega de tanto defunto
Vamos mudar o mundo
Defender de fato
quem está do nosso lado
Resgatar as vítimas do estado
Amparar as mães que choram
Por tantos assassinados
Entenda o choro como desabafo
E não como desacato
O estado brinca de soldado
com você que não vê
Que sua farda fede a morte
Se voltou vivo hoje, é seu dia de sorte
Matar ou viver
É fácil escolher
Basta apenas desobedecer
O que o estado lhe manda fazer
Lembre de seus filhos que vão crescer
E faça com que tenham orgulho de você
E não que tenham que se esconder
Pela roupa que você veste
Porque no juízo final,
Se for o que veste
Você não passa no teste

terça-feira, 18 de agosto de 2015

Ver além

A vida me golpeu
Senti o baque e cai
Mas eis me aqui
Nada foi em vão não
Muito eu aprendi
Tantas eu perdi
Outras adquiri
To firmão
No caminho que escolhi

Então que seja assim
Secando lágrimas e canetas
Escrevendo sem brincadeira:
O que alma grita vira rima
E enquanto o coração espanca
Destrava a tranca
Da mente que se abre
Pra visão que vai além e invade
Os pensamentos loco
De quem aprendeu que é muito pouco
Viver somente com o que lhe é imposto

E então como marginal se coloca
Expondo a ótica que choca
Pra que nada e nem ninguém
Fique de fora
Poesia ardida, afiada que toca
Pra que todos sintam e vejam alem
Sensibilidade que maltrata
Ao mesmo tempo em que trata
Sociedade alienada

Não é pra ser bonito
E sim pra ser sentido
Portal de consciência
Extraída da vivencia
De quem sobreviveu
Morreu e viveu
Ponto de luz de quem conheceu o breu

Literatura que foi a cura
Marginalidade onde a poesia é armadura
Que defende da realidade que tortura
Amargura
Mata e murmura
Que nóis não pode porra nenhuma
No inferno das ruas
Só transborda inspiração pura

Pra que reviver a dor do passado
Se posso evitá-lo no futuro
Livrar alguem do machucado
Chega de ódio, já vimos que deu errado
A próxima história é nóis quem hoje escreve
Nossos filhos agradecem
Então mais fogo, mais amor
Mais poesia, menos hipocrisia

Então vai vendo
Há um propósito
Não basta estar lendo
O que se busca é lógico
Não é fama, é firmamento
Que através do psicológico
Eu lhe traga ensinamento
E você a mim também
Numa troca onde todos possam finalmente
Ver como tudo é diferente
E vamos crer no que podemos ser
E crer no poder que tem:
VER ALÉM!

Pra não passar em branco

Não comento manifestação
Onde o que se manifesta não é ação
Panela vazia não muda a situação
Sem foco, protesto vazio
Carnaval onde abadá é camisa da seleção
ManiFest que atrai multidão
Não é a solução
É rolê alternativo pra aproveitar o domingão
Patriotismo de quem só consome importado
Se a panela ta vazia,
É porque ta cheio o prato
E quem ariou a Tramontina
Foi a tia, dona Maria
Moradora da periferia
Onde se mata um por dia
Que se foda Aécio,
Que se foda a Dilma
Se essa porra mudar um dia
É porque tacaram fogo em Brasília
O resto pra mim é desfile, patifaria!

Vai demorar pra eu ver
A mudança acontecer
Enquanto não tomarmos o poder
Não há o que fazer
Porque se ali estão
Roubando a nação
É porque ganharam a eleição
Escolhido ou não pela população
Democracia é confusão
Ditadura é alienação
Uma no povo cria divisão
A outra cala e mata o cidadão
Cabo de guerra
Cabo eleitoral
Sinfonia de panela
No país do carnaval

Só penso no futuro da minha filha
Que a briga entre empadas e coxinhas
Dela tira
Democracia desunida
cidadania perdida
Mal sabe o poder que tem o povo
Mas quem sabe um dia
Desperte o novo
E a mudança chegue
Colocando o sistema em cheque
Por quem se atreve
A peitar quem realmente deve:
Você a você mesmo que lê
E eu a mim mesmo que escreve
Mude que a mudança aparece.
Porque se falta representatividade
É que ta faltando identidade
Vamo então falar a verdade
Você seria um bom prefeito pracsia cidade?
Ficha limpa e pá?
Sem nada pra se envergonhar?
Apontar e xingar o outro lado é fácil
É o que querem
O que falta é quem faça
O que os brasileiros merecem