domingo, 15 de novembro de 2015

Empatia



A dor de uma tragédia
Dura até que outra aconteça
E isso não entra na minha cabeça
Porque caso você se esqueça
Lembre por quem chorou
E pra quem, com verdade, você rezou
Que não seja só pelo que a tv mostrou
A morte não tem nacionalidade
Todas as vidas tem o mesmo valor

Empatia midiática:
Lágrimas cenográficas
Milhões morrem no mundo de forma trágica
E você não viu,
Tava ocupado escolhendo pela qual
Você presta homenagem no perfil
No mundo do facebook
Todos querem que o mundo mude
Mas fora dele, a realidade é mais rude

Mariana sangra lama
Terror a paz estanca
Na capital da França
Tanto lá, quanto cá
O inferno abriu as tranca
De fortaleza até osasco
Quem mata é os cana
Então, olha, muitos morrem pela gana
Vidas se perdem enquanto dinheiro ganha
E pela fé, muitos se engana
Matam em nome de seu Deus
Que é o mesmo que o meu
Mas muitos não entendeu
Que o nome é o homem que deu
Pelo idioma que nasceu
E o livro que ler aprendeu
E no meio de tudo isso só há uma certeza
Lá de cima Ele olha com tristeza
O que fizeram com o mundo que antes era só beleza

Agora já era,
princípio do fim
Não adianta depois vim
reclamar pra mim

Que sou só mais um poeta louco
Que entra em pânico por estar em desacordo
Mil cairão a minha direita?
Outros a minha esquerda?
No meio estarei chorando
Pela justiça que não foi feita

Dá até um piripaque
Por que diferente de muitos,
Eu sinto o baque
Pelo que passa a humanidade
Perdidos no vão entre o consumo e a vaidade,
A fé e a verdade
O desamor pregado numa terra de covardes
Me despeço antes que seja tarde
E aconteça a próxima calamidade
Um salve a quem sente de verdade

#França
#Terrorismo
#Mariana
#Samarco
#LiteraturaMarginal
#VendoAlem

Nenhum comentário:

Postar um comentário