segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Finados


Finados sempre chove,
Já to ligado,
Não tem como a previsão dar errado
Todo ano,
novembro chega molhado

Deve ser das lágrimas de saudade
Que dos olhos evade
Ao lembrar daqueles que hoje
Se resumem em lápide...

Mas crenças a parte,
Pra mim isso é bobagem
Pois quem já perdeu alguém
Sabe que o ano inteiro é de saudade

2 de novembro é pra vender flor
E de lotar cemitérios
Mas as mortes sem critério
Não tira folga
E ao invés de rosas
Na favela o cheiro é de pólvora
Que não nos deixa esquecer
Daqueles que já se foram embora
E preocupa os que podem ir
Porque onde é finados todo dia
É difícil de sorrir

E de certa forma
Viver no terror nos consola
Por saber que ao partir
Foram pra um lugar melhor que aqui
Onde terão seu descanso eterno
Após sua passagem por este inferno
Que é mó treta
Onde muitos não sobrevivem
e viram número na tampa de uma gaveta

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