Em noite de um dia cinza
De uma vida sínica
Só os olhos da menina pinta
O único feixe de luz que brilha
Tinge o fosco olhar apagado
De quem vive monocromático, apático
Vendo a vida em piloto automático
A espera de algo mágico
Que o tire do buraco
Já experimentou alguns magos
Mas ainda se sente magoado
Tantos anos jogados
Vários remédios tomados
Cercado de querer bem por todos os lados
Mesmo assim o poeta não sorri
Escreve pra não chorar
E não se ver sumir por aí
A dor não lhe esquece e vem visitar
Cutucar pra lembrar
Que é nesta alma que veio morar
Então resta apenas pensar
Tirar palavras e ordenar
Um sentido procurar
Pra poder continuar
Ver até onde se pode chegar:
Aqui? Ali?
Em qualquer lugar...
Parado é que não quer ficar
Mas não encontra forças para se movimentar
E adormece...
Dormindo quem sabe esquece
Do chão que lhe desaparece
E apagado se torne leve
E que os sonhos o leve
O carregue pra outro plano
Onde o plano é a plenitude
E que enfim mude
Tenha animo e atitude
Pra reverter e viver
Não só sobreviver
Emanar positividade
Em cada frase
Passar de fase
Reviver os tempos da lage
E abaixo das estrelas do céu nublado
Encontrar em si algum significado
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