Janelas da Condução
No deslocamento entre espaço e tempo
Uma viagem acontece por dentro
Deixando pra trás a realidade do momento
O concreto ganha vida e sai fugido
Levando embora o feio e o bonito
Grafites, pixos, cartazes...
Muros, arbustos, árvores...
Pessoas andando pra um lado sentido ao oposto, como são capazes?
Postes, ruas, calçadas...
O lixo, o luxo, as pessoas nas ruas jogadas...
As águas foram canalizadas
Viraram leitos de asfalto em ruas esburacadas...
Casas, lojas, prédios, fábricas
O mundo passa diante de janelas embaçadas, sujas e riscadas
Passageiro da vida num safari urbano
Telespectador do caos cotidiano
Cabeça a milhão com os neurônios fritando
Tentando seguir o plano de se manter em pé por mais alguns anos
Passa lotérica, mercado, banco...
No ponto são vários esperando
Pela janela, o mundo prá trás vai ficando diante de cada passageiro
Que num relance ligeiro
Se reconhece ali no meio
Parado,
inerte,
de saco cheio
Enquanto olhava pra fora
Não percebeu que ali estava o tempo inteiro
seu reflexo na janela como num espelho
Observando, se colocou como parte
E aprendeu que se nem tudo o que vê é arte
é porque oferece muito pouco, nem a metade do reflexo que gostaria de sentir e ver de verdade:
Uma linda paisagem
Sem poluição, sem maldade
E logo olhou para dentro do próprio ser
Vendo alem pode perceber que na verdade, o mundo não voltava
Parado estava era ele e o mundo que avançava
Era só uma questão de equilíbrio, percepção:
Pela janela do busão
Tudo parecia correr para trás
Mas agora ele sabia qual era a sua missão:
Oferecer mais se quiser ter troco
A vida agora passou a valer mais do que ouro
Suas ações refletem no ambiente do outro
Agora, aprendera a lição
nunca mais viajou em vão
Pelas janelas da condução...
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