Desde quando poeta comecei a ser
Não vejo o país se desenvolver
São sempre os mesmos motivos pra escrever
País estagnado só você que não quer ver
É racismo, homofobia, corrupção
Sobrando pro povo só desilusão
Que gasta sua saúde na neo escravidão
80 horas semanais é bater ponto no caixão
Porque é difícil sobreviver a essa exploração
Recebendo como salario a depressão
A mercê de uma saúde publica sem condição
de tratar e curar o cidadão
Que sem educação de qualidade
Cai fácil na manipulação
Sendo usado e maltratado
Pelas maquinas do Estado
E eu me pergunto:
O que estamos fazendo de errado?
Se o tempo passa e continuamos parados
Acostumados
Acomodados
Amordaçados
Entra presidente, sai presidente
E nada de ir pra frente
Trocam-se as siglas, os partidos
E o resultado é um povo cada vez mais dividido
Parcelando sonhos, se afundando em dividas
Cuspindo pra cima no prato que comia
E o país a deriva
Enterrando suas vitimas
Nas valas da periferia
Que sofre com a sangria
Pagando com a vida
Sendo alvo da polícia
Servindo a burguesia
Que apóia a patifaria
De um Estado genocida
Mas há de se chegar o dia
Em que a maioria irá pra cima
De quem financia essa covardia
Aí vão implorar por paz
Quem antes com violência agia
Acuados atrás de muros e grades
Reféns do próprio ódio que cultiva
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