domingo, 4 de outubro de 2015

O vaso

Quando o vaso oco fica vazio
E invade o frio
Que congela e rompe o fio
Da sanidade que não se viu
O quão insignificante torna
O frasco seco de obra
E tão fraco fica por dentro e por fora
Que qualquer coisa o deforma
E o derruba e nada muda
Quer sair e não ver a rua
O mundo em declínio e a culpa também é sua
No meio do tédio a camisa não sua
De nada vale a disposição se ela vem crua
Fraqueza na perna e tontura
Sintomas de que não se foi e ainda tortura
Gratidão a quem ainda me atura
Perdão a quem minha letargia perturba
A agua mole tanto bate mas não fura
A pedra que no caminho é como a vida que é dura
Flores secas são melhores que capsulas de pseudo-cura
Onde disfarça a loucura
E não escancara a falcatrua
Com o placebo que se lucra
E fomenta essa indústria
Que fabrica a doença pra lhe oferecer a cura
(Cambada de filhos da puta)
O querer ser tendo que se esconder é como um tiro na nuca
Que a alma perfura
E o eu se afunda
Sem voz, murmura
Quer gritar mas ninguém o escuta
O vaso vasa vazio de forma confusa
E põe pra fora agonia pura
De quem falta conduta
No vazio perdura
De quem é a culpa
Se a vida já não é mais tão sua?
E na resposta a verdade que se escuta
A vida cria mas é a dor que educa
Então nada muda
Se o aluno não se preocupa
E lá se vai, se afunda
Sabe o que fazer e não faz porra nenhuma
Se sentir vivo é preencher o vaso vazio com flores que perfuma
Mas nada arruma e não se acostuma
Com o vazio que continua
Apanha da mente crua
Cai e fica esperando com que a dor suma

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