sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Cotidiano



No saculejo da vida eu vou
Escrever de novo pra quem não captou,
E hoje eu tô que tô,
Gritando aos ventos pra quem não escutou,
E nem viu que o gigante acordou
E dormiu de novo depois que passeou.

Ileso ficou
Quem seu próprio sangue o roubou.
E você nessa de robô:
Assiste,
Insiste,
Persiste
Com a miséria que lhe sobrou

E satisfeito ficou
Com a miséria que ganhou
E você? O que achou?
Mais uma escola que fechou,
Já não tinha aula porque a agua esgotou.

De noite, mais uma chacina que o estado encomendou
E que a tv não mostrou
Porque não dá ibope o show.
O sangue
Mancha
A tela
Da
Dona
Maria
Que chorou

Por mais um filho seu que a desigualdade levou
Corrupção é o que restou
De quem em Brasília, você colocou
O câncer que a sociedade criou
E toda população se contagiou

A
garganta
entala
com
a justiça
que
não chegou

A lagrima não secou
Com mais um idoso que sem leito ficou
Doença que a Cuba não curou
O
aposentado
que
tira
da
comida
pro
remédio
que
o
médico
receitou.

E o governo pra tudo isso, a cara virou
E a míngua o povo pobre continuou
Sustentando a elite que o xingou
E o trabalhador ainda feliz ficou
Com a escravidão que não acabou

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