Fruto e bicho do capital
Até o tráfico é desigual,
Pros boy, os puro, natural, alta qualidade
Pra nóis o sangue, o fumo ruim e a maldade
Pra eles os 12 ano, charuto cubano
Enquanto brindam com vinho italiano
Aqui os tio morre com corote e cigarro contrabando
Pra eles o estudo, a cura, a pesquisa...
Pra nóis a doença, morte, estatística
Mais um paciente do SUS que entra na fila
Pros boy: as marca importada
Pra nóis: ostentar com roupa pirata
Kopenhagen e sonho de valsa....
Pra eles o medo
Pra nóis, o preconceito...
Eles tudo querem, tudo pode...
Pobre, só fica com o resto e só se fode...
4g, fibra ótica
Pacote de dados, tv analógica
Os futuros médicos deles
Estudam a vida em nóis
E quando acertam são nossos heróis.
Quando erram, a morte é o algoz
E como no sentido da sequência:
Direita pra esquerda
O volume minimo e o máximo
Nos colocar por baixo já é automático
Os boy no ar condicionado
Os pobre respira poluente do ar parado
Abafado no ônibus caro e lotado
Pra eles a segurança, pra nóis o esculacho
Pra eles os milhões,
Pra nóis os centavos
No bairro deles tudo é perto
No nosso é longe pra caralho
É a distância entre o patrão e o proletário
Pra eles as flores,
Pra nóis os jardins:
Jardim Miriam
Jardim Aracati
Centro, boemia
Periferia, chacina
Lá, mansões de todas as tintas
Aqui, barraco laranja e cinza
Nóis é ladrão, eles?
Tem cleptomania
Pros boy, o amor, poema
Nóis é dor, poesia
Dizer que somos iguais: hipocrisia
-daLua
#LiteraturaMarginal
#VerAlem
#Desigualdade
Nenhum comentário:
Postar um comentário