sábado, 15 de agosto de 2015

Desmascarando a morte

Ta foda de engolir
Impossível de digerir
É muita lágrima e isso dói em mim
Vinte famílias que vai demorar a sorrir

Foda saber que não vai dar nada
Agente ta ligado como é a parada
Criminalizam a vitima enquanto é velada
E depois de enterrada
Já era, ninguém fala mais nada
E logo o que se vê é mais um estirado na calçada

Antes a periferia era violenta,
Hoje ela é violentada

E o que se clama é por justiça
Mas de que adianta?
Se ela não vai devolver a vida
Nem preencher a cadeira vazia na janta

E o foda é saber
Que não é o começo
Dói pra caralho prever
Que basta um tropeço
Pra novamente a bala comer
E que a próxima vitima pode ser eu,
Pode ser você
Condenados a morte por ir no bar
Pra uma cerveja beber
Ah vai se fuder...

A alma não se conforma
Grita pra eu escrever
Porque tem gente que não se incomoda
Como pode? Humanidade torta
Só se reforça
E só chora quando o mal bate a sua porta?

Não mano...
Somos todos humanos
Se morre fulano, se matam Sicrano
Eu sou o beltrano
Tentando ver onde é que tamo errando

Se a milianos pela paz tamo esperando
Assistindo a eles nos matando
E saindo andando como se normal fosse
Cresci achando que vestia capa preta e foice
Mas a morte veste farda,
mascara e usa arma

Demorou mas chegou o dia
Que aprendi que nós a tememos
pela sua covardia!

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