terça-feira, 25 de agosto de 2015

Sonho impossível

Faz parte do trampo deles, atirar
Eles tão lá pra morrer ou matar
E na duvida, o cano vai berrar
Porque medalha, o soldado vai ganhar
O alvo é fácil de acertar
Basta na favela morar
Pois entre rico e pobre
O mais fraco que vai sangrar
Mas aí que tá,
Quem foi que nos colocou do lado de cá?
Onde ta escrito que pobre é fraco e pode matar?
O que é que faz a eles assim pensar?
E o pior, a nóis acreditar?
Ta na hora de mudar
Essa lei apagar
Até que ponto precisamos chegar
Para nois parar pra pensar
Que precisamos de lei pra ter paz?

O ódio e a falta de respeito
É o que impõe medo
Mas a tendência é sempre culpar o governo
Ele trata nóis com mó desrespeito
Aí é mais fácil memo
Mas e nossa parte?
O que fazemos?
Aceitamos quietos e assim morremos?
Criticamos, apontamos, choramos,
Mostramos, reclamamos?
Escrevemos...

Apontamos a culpa,
Eles a desculpa
E assim continua
Nada muda
Quando precisamos, a quem pedimos ajuda?
É foda, porque ainda temos polícia
Com autorização pra matar até de dia?
Falta respeito entre nóis
E eles aproveitam sem dó
E assumem o papel vago de algoz

São muitas causas pra essa consequência
Fome, educação, saúde, reticências...
Enquanto nos aceitamos como vítimas
Haverá desculpa pra sofrermos com a policia
Porque assim se acredita
De que agente precisa da violência cinza
O que esquecemos
É que é nóis que elegemos
Os responsáveis pelos efeitos
Assim nos tornamos a causa daquilo que tememos
E não do que merecemos:
Um mundo sem necessidade de policia, em paz...
Respeito mútuo entre os iguais,
Pois somos todos iguais
Com o governo nos dando condição
Com saúde, comida, educação,
Saneamento, moradia, sem corrupção
Na teoria é fácil, possível
Porque na prática é tão difícil?
Porque tem que ser pobre ou rico,
Polícia e/ou bandido?
Entre direita e esquerda, o meio
Mais um inocente com uma bala no peito...

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