domingo, 2 de agosto de 2015

Tsunami da seca

Já to ficando cansado de ouvir
Sempre a mesma desculpa
Não se fala mais em outra coisa por aqui
E por tudo a crise leva culpa

É crise pra cá, é crise pra lá...

Não chove, a conta sobe
É a crise, colabore...

Desemprego, trabalhador com medo
É a crise, não tem jeito

'Mãe, meu prato ta vazio'
'É a crise, fio'

E tudo sobe, sobe tudo
A bala come, mais um defunto
E sempre ela, a crise, culpada por tudo

Mas quem é essa malvada
Que aparece assim do nada
E faz todo esse estrago na quebrada?
Porque pro patrão, não pega nada
Manda embora a empregaiada
E resolve a parada
No maximo uma viagem adiada

Só que não é bem assim que eu vejo
Pra mim é mais uma desculpa do desgoverno
Reforçando o comodismo do brasileiro
'Ah ta ruim, mas é a crise, não tá vendo?'
E tem muitos tirando proveito,
Faz uso dela e aumenta o preço

Só que no gueto ta ruim já faz tempo, parceiro
É mó treta pra levantar um dinheiro
Água? Falta o tempo inteiro
Luz? Se não for gato, não tem gelo
Emprego? Ou faz de tudo ou bate o desespero

E daí é um dois pra uma letra fazer diferença
Crise vira crime
E o trabalhador experimenta se o crime compensa
Porque em Brasília, de onde a crise parte
Milhões somem e ninguém vai pra grade
E quando vai, x9 covarde,
Faz acordo e se evade

Delação premiada?
Pobre rouba um pão e na cadeia mofa
Politico mete a mão em milão
E por delação, recebe premiação?
É a crise? Não, é a corrupção
Que deixa sem saúde e educação
A pobre população
Aí não jão....
Tá foda segurar esse rojão

É crise pra lá, é crise pra cá...
Quantas crises mais, a periferia vai sangrar?
Você já parou pra pensar?
Marolinha, tsunami em tempo de seca
A pior crise é a que colocam em sua cabeça
Seja você, não deixe que isso aconteça!

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