sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Ódio como vitamina

É irmão, aconteceu mais uma vez..
Só num boteco foram dez de uma vez
E mais uns outros 10 que perderam a vez
Agora a notícia é a bola da vez
Até que matem mais da próxima vez
E esquecido serão aqueles que morreram desta vez

Mais uma chacina
E o que tudo indica
É coisa de polícia
Mas quem mora na periferia
É nisso em que se acredita
Pois sabe bem o que vivencia
De um lado o crime,
Do outro a polícia

E o que me irrita
É a frase que ainda é dita
Por quem ainda na corporação acredita
Como se fosse justificativa:
'Até tarde no bar?
Coisa boa não era a vítima!'
Ta bom tia...
E o que você me diz da burguesia?
Que nas baladas troca a noite pelo dia?

E o senhor, secretário?
Jura que você recebe salário
Pra dizer o que está claro?
Represália por quem foi morto no trabalho?
Vingança covarde é coisa de soldado safado

Porque muito trabalhador morre
Se nem ao menos chegar ao trabalho
Mas é que isso não sai no noticiário
Então é aceitável que alguns engulam esse sapo
Brasileiro sequer olha pra quem está ao lado
Então, ta certo ser feito de otário

E antes que comece o mimimi
O que escrevo aqui
É pra se refletir
Então nem venha confundir
Julgando o que é escrito por mim

A sua hipocrisia é hemoglobina
Do sangue que jorra da vítima
Enquanto a lei mata na periferia
Na balada o boy faz fila
Enche a cara, pega a sua filha
E depois com seu carrão desfila
Predisposto a tirar mais uma vida

Mas lá, a PM não visita
Boy só conhece a 'Veja' como revista
E a verdade tem que ser dita
É na periferia que o ódio faz moradia

Ah...e não foi só ontem não
E nem é só em Osasco
A PM comprimenta o pobre com a arma na mão
Fruto de todo este descaso

E onde o ódio germina,
O fruto é chacina!
Enquanto uns não tem nem pro café
No boteco da esquina
E outros crescem a base de vitamina
Esse mundo não haverá saída

Bom dia?
Quem sabe numa próxima vida...
Porque nessa, quem vos escreve já duvida!

Nenhum comentário:

Postar um comentário