quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Era da sobrevivência

Não se trata de fechar o olho
De não querer ver
O foda que escrevo, você não lê
E eu, fraco, prefiro não crer
Que o que escrevia, ta começando a acontecer
Você não lia, mas agora vê
E chocados todos estamos
Ao ver que ponto chegamos:
Chacinas, porcos, estado islâmico
Uma criança na praia que não estava brincando
Chegou ali boiando
Em meio ao caos que criamos.

Já falei, não quero ver!
Chega de sensacionalismo...
Pra você, bastou acontecer
Infelizmente, foi mais duro do que podia ser
Mas assim teve que renascer
A empatia que ousou-se desaparecer
E o final é esse memo que se vê, na tv
Mas que ta mais próximo agora de você.

Não foi o fim
E isso que mais dói em mim
Os 5 pontos na mão não é nada
Não faltou aviso, mas a realidade lhe pegou despreparada.
Mudanças climáticas, fome, guerra
Questões religiosas, politicas: imigração é sequela.
Quantas pessoas atingidas?
De vítimas a foragidas
E o final é o mesmo:
Dignidade fodida, perdida
Humanidade extinguida.

O inferno na terra
As trombetas berra
Independente do que se crê
Creia no que se vê
E veja alem,
Por mim, por você
Será que vai da tempo deles crescer?
O que fazer?
Humanidade acordou pra era da sobrevivência?
Menos lucro, mais partilha
Menos ego, mais clemência?
Ou é apenas demência
Eu acreditar na cura da cegueira
Se ainda lucram com a doença?

Oh meu Pai...
Onde vamos chegar?
Crianças ao mar,
Mulheres congeladas
Homens com cabeças decepadas
Fronteiras fechadas
Polícia que mata,
Puta que o pariu!

E agente preocupado com o lado
Hostilizando quem agente acha que ta errado
E o problema na humanidade centralizado?
Só eu vejo esse quadro?
Quem nos deixou nesse estado?
O que é que faço
Pra que tudo vire passado
E minha doce menina cresça pra um futuro melhorado?
Será que ainda dá, ou estamos atrasados?

Respingos, destroços, resquícios...

Juntando os cacos da louça que me rasgaram,
E os retalhos que sobraram
Da alma que violentaram
Buscando o ar da esperança que afogaram
Em pleno mar, livre que é, terra de ninguém
Em seu movimento de vai e vem
Abrigou a quem,
Só tinha esperança também....

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