quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Profissões

Vejo todo dia
Varias dona Maria
Mães de periferia
Cantarolando com alegria
Mesmo sofrendo com a faxina
Insulto de quem não é sua cria
Tudo pra deixar limpinha
A mansão da burguesia

Vejo também vários Josias
Madrugando na periferia
Pra garantir o pão quentinho da padaria
E aguentar a piada do padeiro todo dia

Vejo vários Isaías
Correndo risco de vida
Pra servir no banco como vigia
Garantindo a segurança do papel que vicia
Suja e contamina

Vejo também vários Seu Alfredo
Barba feita, cabelo cortado
Todo de social, mais um porteiro
Que passa o dia inteiro
Pessoas recebendo
Visitas e uns pentelhos
Que tocam interfone e saem correndo

Tem também vários Pedro
Junto com Vicente, o servente
Disposição sempre tá tendo
Sol a pino ou chovendo
Não tem tempo ruim pra pedreiro
Pra construir a tempo
A mansão que o patrão tá querendo

E assim eu fico vendo
Pra que viemos
Pobre só serve pra servir
E muitos não tão nem aí
Não dão valor a quem sorri
Pra fazer você, o tal se sentir
Sua auto estima subir
E você nem com um bom dia retribuir

Eu to vendo e percebendo
Que é deste jeito
O luxo reflete no espelho
O desemprego ou o subemprego
A qual estamos sujeitos
Porque pobre tem trabalho
Rico tem emprego

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