segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Recomeço do fim

Tantas vezes eu senti
Estar lá, estando aqui
Nasci, cresci, morri
Mas não sucumbi
E renasci
Ainda falta um tanto assim
Pra poder ser o que quero de mim

Quantos gritos dados não foram ouvidos?
Quantos novos caminhos foram perdidos?
Quantos momentos não foram vividos?
Quantos passos dados foram esquecidos?
Pra não fazer, foram vários os motivos...

Quantas vezes suei frio,
Boca seca, tremores, arrepio...
É tio...foram várias mão
Que eu perdi a razão

E enlouquecido, entorpecido
Pelos remédios prescritos
Um Eu dopado, adormecido
Tentaram me calar, mas ser zumbi não é comigo:
Revelação dos meus escritos

Visões além, de uma ótica marginal
Mira laser que ilumina o astral
Transcendência de corpos, estimulação cerebral
Escape pra depressão social
Que é o mal
De quem nasceu pra ser portal

O tiro que saiu pela culatra
Pílulas e cápsulas
Eram pra me socializar
Mas só sobrou idéia marginalizada

Que estraçalha vidros e vidraças
Treme o chão e derruba muralhas
Com as rimas pesadas
De uma vida mal tratada
Então tira a criança da sala
A boca suja é desleixada
Fala mal até da pátria
Que lesada, muda partido, escândalo e não muda nada
É sempre as mesmas caras
Que rouba e mata
Quem mal sobrevive na quebrada

Tantas vezes vi
O escuro sobre mim
Procurava um jeito de sair
Tantos tropeços que cai
Mas hoje posso ouvir
Que estou bem assim
Fazendo do feixe de luz um recomeço do fim
Atravessando a ponte sem saber pra onde ir
Do outro lado, o que que tem ali?

Perambulando,
com as pernas pesadas se arrastando
Faltou coragem, faltou ânimo
Quantas vezes me peguei pensando
'Porra, não tô mais aguentando'

E por pouco não fiquei no meio da travessia
Mas sabia que dependia de mim, minha filha
E novos sentimentos se formaria
Afinal, agora eu tenho uma família
A zelar,
Novos planos pra sonhar
Fins de semana no parque pra passear
O crescimento dela acompanhar
A busca da luta pra formar um lar
E deixar o que passou pra trás
Aqui jaz, escuridão
A alma agora fala pelas mãos
Aliviando a tensão
Dando vazão ao que sente o coração
Trazendo luz ao breu
Do novo Eu que renasceu.

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