quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Vagões da vergonha

Vagão da vergonha

Ela passa, ele olha
Ela para, ele não
Ela ignora, ele força

Ela é, não se exibe
Ele é, insiste
Ela se incomoda
Ele não se importa

Ela se sente um lixo
O lixo, se sente
Eles vêem isso
E nada faz aquela gente

Ele não se toca,
A toca
Ela, indefesa, chora
Ela não gosta
Ele força

O balanço do trem apertado
É desculpa pro homem safado
Ela se afasta, tem pouco espaço
Ninguém vê a sujeira do lado

Sociedade machista,
'Mulher submissa'
Assiste tudo de forma omissa
Quero ver quando for sua filha

Beleza agrada os olhos
Mas não convida corpos
Desconhecidos a esfregar órgãos
Assédio, abuso, é mal negócio

Falta amor, falta respeito
Sobra nojo, medo
Falta segurança, falta esperança
Sobra maldade, falta hombridade

E quem leva a culpa hoje
É a mulher que é doce
pelo homem que é podre
Sociedade de ponta cabeça está hoje

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