quinta-feira, 16 de julho de 2015

No boteco da vila

No boteco da vila
Sete da manhã já tem fila
Antes mesmo do bom dia
Os tio já engole a primeira pinga

Tem os que dali seguem seu rumo
Outros que ali acharam seu rumo
Tem os sem futuro
E os que adoram fazer barulho

Na jukebox o brega predomina
A trilha sonora do boteco da vila
Todo dia é uma festa
Entre amigos que se ama e se destesta

E todo dia a mesma conversa
De como era quando chegaram nesta terra
Da infância sofrida de outras épocas
E que a saudade é a pior das feras

O Brasil todo se encontra ali
Ceará, bahia, Pernambuco, Piauí
Ate índio cola por aqui
No boteco da vila a conversa não tem fim

Central de noticias da quebrada
Quem ganhou no bicho, quem foi preso
Quem dormiu na rua, quem fez cagada
É só colar lá que a pessoa sai informada

E o dia inteiro,
entre a turma da 51
e do velho barreiro
Há movimento
Com limão, sem limão
Não tem jeito,
as vezes um não guenta
E vai pro chão

No boteco da vila
Se forma uma família
Um por todos, todos pela pinga
Mas amigos, amigos, negócios a parte
Então respeite a placa:
'Fiado só no dia de são nunca a tarde'

Amanhã é outro dia
E a mesma rotina
7 da manhã já tem fila
Na porta do boteco da vila

'Todo mundo vê as pinga que eu tomo
Mas não vê os tombo que eu levo'

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