domingo, 19 de julho de 2015

Tempos de seca

Secou a fonte
Procuro mas já nao sei onde
No meio de tantos pensamentos
Tumultuados e jogados ao relento
A organização não é fácil
Da bagunça que não se vê, que não é tátil
Logo se percebe, se antecede
O vazio que precede a prece
De quem já morto por dentro
Se arrasta só pelo que aparece
Levado pelo vento soprado de quem não merece
Sequer uma gota que desce
Dos olhos de quem adoece
Como plantas que no solo seco apodrece

Falta de inspiração é foda
Virginiano depressivo perfeccionista se incomoda
E quanto mais vasculha a mente, menos se gosta
Do que se mostra
Desfocado, desconcentrado
Mente a milhão e eu aqui parado
Ta errado
Mas fazer o que se falta força
Pra sair da forca
Falar sem abrir a boca
Caçando letra em sopa
Mas entre a e z
Faltam letras pra dizer
Alguma coisa que faça voltar a chover
No jardim do escrever

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