sexta-feira, 8 de maio de 2015

Dia de pagamento

Na fila do banco, sentado observando
O painel apitando e minha senha nada
Menos mal para dar aquela pensada Naquelas pessoas apressadas, estressadas,
dos dois lados do balcão
Todas com dinheiro na mão,
uns vem, outros vão na casa do milhão.
A cena perfeita do sistema e suas engrenagens,
sem maquiagem.
A tia limpa o chão,
o tio controla o portão.
A caixa passa o dia todo contando dinheiro que ela nunca terá nem sonhando.
O gerente,
dita o seu futuro de acordo com o que você tem no presente.
O cliente, paga a conta, tarifa.
O veinho é preferencial pra receber a aposentadoria,
esmola de quem já deu o sangue pra se humilhar um dia.
O boy, apressado,
conhece todo mundo, e malocado dispensa o malote pra voltar depois pra busca-lo.
Dinheiro vai, dinheiro vem.
O banqueiro milionário e o pobre sem um vintém,
Refém do humor da caixa que te trata com desdem,
ou com toda simpatia se capital vc tem.
O painel apita, nada da minha senha, normal...
a maioria é preferencial,
o que gera mal estar
em quem ali quer logo sair,
sem se esquecer que a velhice logo irá aparecer.
Painel apita, é minha senha...
chegou a minha vez
Serviço realizado,
dinheiro circulado,
Solto na praça,
engrenagem rolando
e o capitalismo adorando.

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