sábado, 9 de maio de 2015

O homem

As margens da sociedade
Largados e abandonados pelas calçadas
Os verdadeiros donos da cidade 
Despercebidos, raça ignorada 

Cada um com sua historia pra contar 
Ninguém com tempo e coragem para parar e escutar
O que é um erro,
não se deveria ter medo
De aprender com aqueles que mesmo ignorados,
aprenderam a sobreviver em meio aos ratos

A roupa suja, cabelo ensebado
Mau cheiro exalado do homem barbado
com a pele escura poluída com a fuligem do seu carro,
Mas ainda assim, um homem
Com nome, sobrenome
Que talvez ele mesmo prefira esquecer
Agora ele é só isso, um homem. 

Livre, sobrevivente,
não se importa se tem todos os dentes,
pra patrão não se rende,
come caçando o resto que vê pela frente
que esse outro tipo de gente 
desperdiça, negligência, se silencia, 
finge que não vê,
que não existe.
Mas o homem resiste, 
sem lar, sem padrão, 
um milhão de opção
de caverna nesta selva
pra se fazer de lar,
Sem dinheiro, sem aluguel,
com sofrimento e solidão,
mas ainda assim um homem.
Que sente frio, fome
e nem sempre come,
mas sempre com esperança
e grato por acordar mais um dia vivo 
numa terra onde não é visto
pelos outros de sua mesma raça,
que seguem preso na caça 
justamente daquilo que faz o homem livre,
e assim sobrevive 
no mundão, com um corote, uma bituca 
e um pedaço de papelão,

Junto com seu único companheiro,
o cão que parceiro
também não se perde na busca pelo dinheiro
E se mantem inteiro
Sendo apenas a sua raça,
Assim como ao mundo veio.
Antes um sujo vira lata
Do que um corrupto de gravata.

Nenhum comentário:

Postar um comentário