Exílio do meu Eu,
Que condenado foi onde nasceu
E quando cresceu
se perdeu
Foi sequestrado,
Torturado,
Acorrentado,
Adestrado,
Desafiado,
E a sociedade o prendeu
Na cela da própria matéria
Exilou-se dentro dela
O espirito preso no corpo que vaga pela terra
Estrangeiro no mundo sou
Não entendo e nem falo a lingua
Que me deixa a míngua
Que o homem criou
Nesse ambiente
Que cobra da gente
Que deixemos de ser gente
Para ser agente
Escolhi ser reagente
Não ajo como de mim esperam
Não penso como querem
E vivo como indigente
Sem rumo, indiferente,
Preso eternamente
A anistia é oferecida em capsulas
Fornecida pela farmácia
São novas amarras,
controladas
Em troca de migalhas
Para alguns a dor morreu
Mas sigo no exílio de meu próprio Eu.
Nenhum comentário:
Postar um comentário