quinta-feira, 4 de junho de 2015

Corpus Tristis

Mais um feriadão
Multidão movida pela fé e pela tradição
Talvez seja a que mais faz sentindo
Nesse mundo de confusão

Uns passam a madrugada toda 
Enfeitando o chão
Pra mais tarde passar a procissão
E arruinar toda a dedicação

Outros marcham por quilômetros
Para louvar, agradecer e pedir emprego, por exemplo,
Mas não andam a metade pra entregar curriculum, 
ou sair do desespero

Esse conceito de fé não passa pela minha porta
Respeito, quer ir? Vai e volta!
Mas a mim só se mostra
O quão é hipócrita

Tanto aqueles que fazem belezas
Pra logo em seguida pisar e ficarem feias
Quanto quem foge da responsabilidade
Pondo na cruz de Jesus sua falta de vontade

Mas um dia a babilônia cai
E poucos suportarão a verdade
De que a fé pode ser escudo de covarde
Ou arma pra quem de fato age

Um comentário:

  1. Fé como escudo de covarde. Pq a verdade dói. Talvez seja inalcansavel mesmo, mas olhando pra dentro de si, pode não ser...

    Em tempos de corrosão de tudo, inclusive da sensibilidade, a criticidade me parece viável...

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